Cap. 51 - Meus Deuses Nórdicos

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Chegou a hora de dar tchau!!!

Pov Camila Cabello

Nova Iorque
Quatro Meses Depois

– Eles são perfeitos! - minha esposa fala.

Olhos para as duas criaturas minúsculas que nós trouxemos ao mundo.

Tyr e Aegir - nós optamos por nomes escandinavos para os nossos meninos, seguindo a tradição da família do avô materno de Lauren, que sempre registrou os bebês do sexo masculino com nomes de deuses nórdicos.

Eles estão dormindo de barriga para cima depois que os amamentei, enquanto Lauren me abraça por trás, vigiando-os.

– Eles são. Quando olho para os dois, é como conseguir tocar o nosso amor. - digo.

– Mesmo antes deles, eu já tocava o meu amor todos os dias. - fala e me dá um beijo no cabelo.

Eu giro na cama para olhá-la.

– Você e as crianças são o meu mundo, Lauren. Eu nunca imaginei que pudesse ser tão feliz.

Ela me puxa para recostar em seu peito e eu me sinto imediatamente protegida. Aliás, eu nunca mais senti medo.

Não é só que eu não tenha medo de que alguém nos faça mal. Eu perdi o medo de viver.
Não sinto mais vergonha de errar as palavras, por exemplo - o que ainda acontece.

Durante toda a gravidez, estudei com mais disciplina ainda, porque o meu sonho é poder ler histórias para os meus filhos.
No dia em que eu disse isso a Lauren, sua resposta foi que tinha certeza de que eu conseguiria e é essa fé em mim que está recuperando a minha autoestima.

Ela também já não parece a mesma mulher que eu conheci, mas em um bom sentido.
Aos poucos, sua expressão fechada atenuou.
Acho que ela nunca será alguém extrovertida ou que faz muitas piadas, mas finalmente encontrou sua alegria em viver.
Eu adoro vê-la com os meninos.
Ambos se parecem com ela e é como observar uma gigante cuidando de suas miniaturas.

Tendo sido criada em uma casa em que o nosso tempo era dividido entre violência e desamor, é maravilhoso ver como ela é apaixonada por nossas crianças.

– Eu cresci testemunhando a felicidade dos meus pais, mas passei muitos anos alimentando sentimentos ruins. Não sabia como era simplesmente viver a vida. - ela fala, como se lesse os meus pensamentos. – Poder acordar todos os dias e ter a certeza de que vocês três estão seguros e que nada nem ninguém poderá tirá-los de mim, vale toda a minha fortuna.

– Você é uma romântica, Jauregui.

– Eu tenho treinado. - ela me dá aquele sorriso de canto de boca que sempre me enfeitiçou.
Lauren me diz mais com o seu olhar do que falando.

Às vezes, nos comunicamos assim, somente perdidas uma na outra, talvez porque não existam palavras possíveis para explicar o quanto nos amamos.
Nossa história não é um romance de conto de fadas.
Nós sofremos, nos apaixonamos, superamos nossas dores e no fim, conseguimos construir nosso próprio universo.

Eu tenho tanto para agradecer!

Como poderia ficar presa ao passado?

Claro, ainda há algumas situações em que um gatilho é acionado e eu ouço a voz do meu pai e todas as coisas ruins que ele me dizia.
Quando as lembranças voltam em dias assim, eu marco uma consulta extra na semana com o meu psicólogo.

Não porque eu me sinta fragilizada, mas para não permitir que Alejandro, mesmo do túmulo, ainda assombre a minha vida.

Meu pai passou quase toda a sua existência na Terra, praticando o mal.
O que Lauren não me contou, Grigori o fez.
As meninas desaparecidas das ilhas gregas, por exemplo. Não há qualquer sinal de que estejam vivas.
Alejandro deixou um rastro de destruição por onde caminhou e talvez além. Mas no fim, ele perdeu tudo e nós sobrevivemos.

Até mesmo minha mãe está conseguindo superar.
Larissa disse que ela tem saído e que fez algumas amigas na França, onde minha irmã mora com a sua família.
Ela falou comigo poucas vezes ao telefone, mas se recusa a vir me visitar por causa de Lauren.

Ela a culpa por todas as mudanças em sua vida e não ao monstro que foi o seu marido.
Acho que ela está em negação - meu psicólogo usa muito esse termo. Ela não consegue se reconciliar com seu passado ou perdoar os próprios erros, então talvez para ela, no momento, seja preferível fingir que eles não
aconteceram ou culpar os outros.

Entendo também que deve ser difícil lembrar de tudo a que se submeteu em nome do seu amor pelo meu pai e não serei eu a ficar pressionando-a para mudar.
Aprendi que para a nossa transformação ser real, precisamos desejar isso nós mesmos.

Não há estímulo que venha de fora que consiga provocar uma verdadeira mudança.

Lauren se levanta e me puxa pela mão.
Depois de ajeitarmos os travesseiros em torno dos gêmeos e também a babá eletrônica, saímos do quarto, mas antes que eu possa dar dois passos, ela pára e me abraça.

– O que você estava pensando?

– Sobre mudanças.

– Mudanças?

– Sim. Aqui dentro. - toco minha cabeça.

– Por que isso agora?

– Eu continuo pensando bastante sobre a vida. Por muito tempo, vivi dentro da minha própria mente, então gosto de parar de vez em quando e analisar como as coisas estão se encaminhando, de uma maneira geral.

– E você está feliz em como as coisas estão se encaminhando, senhora Jauregui?

Jesus, esse sorriso sempre terá o poder de me deixar com os joelhos trêmulos.

– Eu amo quando você me chama assim - senhora Jauregui.

– Por quê?

– Porque me faz ter a certeza de que eu sou sua.

– Porque me faz ter a certeza de que eu sou sua

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CAMREN: Vingança, Não Amor! (G!P)Where stories live. Discover now