Cap. 36 - Dia do Baile

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Pov Camila Cabello

Manhattan - Nova Iorque
Naquele Mesmo Dia

– Você está nervosa?

– Muito. Tenho vontade de sair correndo.

– Calma. Vamos fazer isso juntas. Eu ficarei ao seu lado.

Aperto sua mão, sabendo que a minha está gelada.

– Eu nunca vou conseguir agradecer o suficiente, Zoe.

– Somos amigas. Você não tem o que agradecer.

Depois de alguns minutos de espera, a secretária nos avisa que chegou a minha vez.
A mulher olha um pouco espantada quando digo que Zoe entrará comigo, mas apesar de me sentir envergonhada por precisar do seu apoio, não posso enfrentar aquilo sozinha.

– Senhorita Cabello, é um prazer conhecê-la.

O médico é mais jovem do que eu imaginava, mas tem um sorriso tão franco que me desarma na mesma hora.
Ele também fala devagar e eu me pego lendo seus lábios, mas vejo que fui flagrada assim que ergo a vista.

Eu geralmente converso com as pessoas lendo seus lábios porque me dá um pouco mais de tempo para processar o que dizem. Assim que nos sentamos, ele continua.

– Então, em que posso ajudá-la?

Depois de meia hora de consulta, estou tão encabulada que não consigo olhar para nenhum dos dois

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Depois de meia hora de consulta, estou tão encabulada que não consigo olhar para nenhum dos dois.
De vez em quando, conforme fui contando tudo de acordo com o que o médico perguntava, podia sentir Zoe me observando, mas não tive coragem de encará-la.

Estou sobrecarregada e com vontade chorar, porque só o que fiz até agora foi falar sobre minhas dificuldades e isso trouxe de volta lembranças que mantenho enterradas bem no fundo.

– A primeira coisa que você deve saber, é que a dislexia não está relacionada com seu nível intelectual. - ele começa a explicar e a forma tranquila com que fala aos poucos permite que meus batimentos cardíacos se normalizem. – Algumas de suas respostas me incomodaram e eu gostaria de sugerir a formação de uma equipe com, além de mim, um pedagogo e um neurologista, mas principalmente, um psicólogo.

– Podemos providenciar isso. - Zoe se apressa a responder e só então percebo o quanto ela também está ansiosa.

– Não é o meu papel julgar seu pai, mas não posso deixar de dizer que é de uma ignorância sem igual tratar a dislexia como ausência de inteligência. Você falou diversas vezes que sua família jamais buscou ajuda e que ao invés disso, a forçavam a aprender - o que causa ainda mais estresse e pode gerar o efeito contrário.

Tomo um gole da água que a secretária trouxe há pouco.

– Eu gostaria de tentar. O tratamento, quero dizer. Não sei se vai funcionar, mas estou disposta a correr o risco. Cansei de viver me escondendo. Por favor, me ajude.

CAMREN: Vingança, Não Amor! (G!P)Where stories live. Discover now