CAMREN: Vingança, Não Amor! (G!P)

Cap. 17 - As Regras

Pov Lauren Jauregui

– Vamos esclarecer as coisas: você está propondo que nós duas demos vazão à nossa atração, mas sem permitir que sentimentos sejam envolvidos?

Até mesmo falar isso em voz alta me choca. Eu nunca imaginei que ouviria algo do tipo. - Isso não tem nada a ver com pretensão, mas somente pelo fato de que a maioria das mulheres geralmente fantasia com compromisso já desde o início do relacionamento.

Todos os envolvimentos que eu tive até aqui, sem exceção, deixei claro que não estava buscando mais do que um encontro. Por duas ou três vezes cheguei a considerar uma das minhas parceiras para algo além de saídas para sexo durante a semana, mas bastou um par extra de rodadas para que eu tivesse certeza de que não poderia levar aquilo adiante.

Isso dito, o que Camila acaba de falar deveria parecer um sonho realizado, mas não é assim que eu me sinto.

Lembro da nossa conversa no avião - ela disse que nunca se casará, que gosta de ser sozinha. Eu também. Apesar de saber que, se quero herdeiros, em algum momento terei que levar meus relacionamentos para um outro nível, até encontrar aquela que será minha companheira de vida.

Não tenho a ilusão de uma paixão arrebatadora. Se conseguir achar uma mulher que se encaixe, um mínimo que seja, do que espero, já estará bom.
Só que perceber que ela não estava jogando quando disse que não ligava pra guardar a virgindade para o casamento, como sua família exigia, me desconcertou.

Acho que eu a via como uma versão com mais personalidade de Sinuhe, sua mãe, mas Camila está demonstrando uma capacidade admirável de decisão sobre a própria vida.

– Sim. - ela responde, parecendo alheia à confusão em que me transformou – Eu nunca estive em um relacionamento - por escolha, diga-se de passagem. Não a conheço o bastante, mas não me parece que você queira vínculos emocionais também, então eu acho que poderia ser um arranjo perfeito.

– Como você chegou a essa conclusão?

Ela dá de ombros.

– Você é mais velha do que eu e ainda está solteira.

– E como sabe que eu não estou procurando alguém para transformar em minha esposa?

– Oh... você está? - pela primeira vez, ela parece sem jeito.

– No momento, não. - digo, com honestidade.

– Então eu não entendo qual é o problema.

Penso antes de responder, mas a verdade é que nem eu mesma sei.

– Essas seriam suas únicas regras? Sem laços sentimentais?

– A principal delas - mas tem uma outra importante para mim. Enquanto estivermos juntas, não veremos outras pessoas. Eu não me sentiria bem tendo relacionamentos paralelos e muito menos gostaria de fazer parte de um triângulo amoroso. - fala.

Somente a ideia dela estar com mais alguém já me deixa doida de ciúme.

– Eu não compartilho, Camila e também não me interesso por mais de uma mulher por vez. Se chego a olhar para outra pessoa, sei que é o momento de seguir adiante.

– Bom. Então temos um acordo?

Se a situação não fosse tão louca, eu poderia rir. Mas o meu humor não está nem próximo de brincadeiras.

– Até agora você colocou suas regras. Vamos às minhas.

– Tudo bem.

– A fidelidade para mim também é item essencial. A segunda coisa é que, embora afastemos nosso relacionamento da esfera do trabalho, sairemos em público juntas sempre que eu tiver um compromisso social ou até mesmo para jantar, como hoje.