CAMREN: Vingança, Não Amor! (G!P)

Cap. 45 - Caindo a Ficha

Pov Camila Cabello

No Dia Seguinte

– Zoe, estou mesmo grávida.

– Parabéns, mamãe! Você está feliz?

– Sim.

– Camila, o que está acontecendo? Não precisa esconder qualquer coisa de mim.

– Lauren está na Grécia. Acho que foi atrás do meu pai.

Eu fiquei frustrada quando ela me avisou da viagem ontem e quase não dormi. Queria contar sobre a gravidez e agora terei que aguardar ela voltar. Lauren não me telefonou mais, apesar de Grigori ter vindo me verificar hoje cedo e também ter telefonado à tarde.

O braço direito de Lauren mudou comigo. Já não sinto mais como se ele me detestasse e aos poucos, estou relaxando quando o vejo.

– Como assim atrás do seu pai?

– Eu não sei ao certo. Penso que para entregá-lo às autoridades. Estou morrendo de medo, Zoe. Meu pai lhe deve muito dinheiro e ainda tem a história do primo de Lauren para piorar.

– Do que você tem medo?

– De que meu pai faça algo para machucá-la.

– Oh, meu Deus! Eu vou falar com Christos. Não acho que ele saiba que Lauren viajou.

– Eu não quero envolver seu marido nisso. Você também está grávida.

– Pare com isso agora mesmo! Christos é muito ligado à família e ficaria louco se soubesse que a prima corre algum risco sem que ele seja avisado. Agora, prometa-me que tentará relaxar. Você precisa pensar em seu bebê.

– O médico me passou algumas vitaminas.

– Você já as comprou?

– Sim. Começarei a tomá-las hoje.

– Camila, não se preocupe. Procure descansar. Eu vou conversar com Christos e assim que ele me der uma resposta, eu a aviso.

Dois Dias Depois

Estou no closet da nossa suíte arrumando algumas caixas, quando uma em particular me chama a atenção.
Eu precisava ocupar minha cabeça e organizar coisas sempre funciona no meu caso.

Essa caixa estava bem no fundo de uma das prateleiras e oculta à primeira vista.
Quando a desço, percebo que é um pouco menor do que uma caixa de sapatos, revestida com couro marrom e apesar de haver um fecho como os baús costumam ter, o cadeado não está trancado.

Sento no chão e coloco-a à minha frente.
Sei que ela deve ser de Lauren e por sua aparência, é antiga também.
Não costumo mexer em suas coisas, mas algo me diz que devo abri-la. Estou cansada de tantos segredos e talvez aqui dentro, eu encontre as respostas para alguns deles.
Antes que eu possa pensar em desistir, solto o cadeado que estava somente pendurado.

Há envelopes de papel pardo dentro.
Abro um deles e vejo que são fotografias.
Eu não preciso olhar com mais atenção para perceber que é Lauren nelas.
Mesmo nas que mostram-na como um bebê, eu ainda consigo ver os olhos da minha esposa ali.

Conforme vou passando as fotos, compreendo que são de diversas fases de sua vida.
Em todas, há uma garotinha sorridente, com um rostinho levado e me pergunto se nosso bebê terá aquela mesma impressionante força da mãe.
A energia que vem de Lauren já era visível em criança.

Fascinada e querendo conhecer mais, abro o segundo envelope. Nele, a primeira foto é de uma mulher loira lindíssima.
Acho que essa deve ser a minha sogra. Aquela que minha mulher disse ser uma traidora.
Ela não parece uma traidora.
Ao contrário, seu olhar é honesto e o rosto tão doce que sinto uma conexão imediata.
Também dela há diversas fotografias, principalmente da infância e adolescência.
A seguir, surgem as do que eu acredito que seja o resto de sua família.

Posso ver uma do casal e fica claro para mim que Lauren puxou aos traços do pai.
Poucos acreditariam, na verdade, que aquela mulher loira e de aparência frágil poderia dar à luz a uma mulher tão grande e forte.

E então, encontro uma fotografia da família completa.
Não é isso o que me surpreende, no entanto, mas a garotinha que está nos braços do pai.
Se é uma foto de família, então aquela só poderia ser a irmã de Lauren.
Ela nunca falou sobre ela.
Por quê?
Olho para os quatro membros Jauregui e sinto a minha garganta trancar ao pensar no que ela me contou.
Meu pai foi o responsável por destruir todo o seu passado e agora sabendo que ainda havia uma menina envolvida, suas ações parecem piores, se é que isso é possível.

Abro o último envelope e vejo que há uma carta dentro.
Eu já consigo ler bem melhor agora, mas as palavras ali não fazem nenhum sentido para mim e percebo que estão escritas em uma língua que eu desconheço.
Coloco-a de lado e por baixo há mais fotografias.
Dessa vez, de uma Lauren mais velha.
Uma adolescente já muito alta e forte.
Em uma delas, ela tem a mesma aparência de quando morou em nossa ilha, mas ali, em seu olhar não há mais qualquer calor.
O ar levado se foi e tudo o que consigo ver em seu rosto é desafio.
Não é mais o rosto de uma criança. Ela parece uma mini adulta que carrega segredos.

Essas fotos me prendem mais do que as outras porque eu posso ver a transformação.
O antes e o depois.
E somente nessa hora, eu consigo entender o tamanho do dano que meu pai lhe causou.
Ao mesmo tempo, tenho a certeza dentro de mim de que ela não foi à Grécia para prender Alejandro.

Todas as peças do quebra-cabeças começam a se encaixar.
Lembro de como nunca me respondeu diretamente sobre o que faria com meu pai e agora sei que é porque ela não podia me dar uma resposta sem que eu fosse obrigada a tomar uma decisão.
Uma mulher como Lauren nunca perdoaria a morte de sua família e isso me diz que só há uma explicação para sua viagem inesperada.

Ela vai matar o meu pai.