Capítulo 30 - Final

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2:28 p.m.

Saio da faculdade sozinha e nem acredito em quem aparece diante de mim nas escadas: Dean. E a forma que ele sorri ao me ver faz parecer que ele estava me esperando, o que deixa o meu coração meio besta, palpitando feito um bobo por ele.

Dean tira os fones dos ouvidos e espera eu ir até ele para lhe dar um abraço.

– Você está bem? – ele me pergunta quando eu me afasto.

– Sim. E você? – pergunto. – Você ficou do lado de fora por todo esse tempo?

– Eu estou bem. Estava preocupado com você e com o resto do pessoal. Não queria ir embora antes de ter certeza de que foi tudo resolvido e que nada tinha acontecido com você – ele fala.

Acabei de passar por um dos momentos mais tensos da minha vida, mas não consigo parar de sorrir com o que Dean disse, com como ele se importa a ponto de ter ficado mais de duas horas me esperando aparecer.

– Estou sã e salva. Achei que pelo menos isso o Marvin iria te informar – falo e começo a descer as escadas junto com Dean.

– Não. Ele não fala mais nada para a Doris. Acho que ele cansou de falar de você ou a Doris cansou de repassar a fofoca.

– Isso significa que a sua honestidade sem fim para todas as minhas perguntas vai desaparecer? – pergunto receosa. Eu gosto desse Dean que não é evasivo e que, mesmo com dificuldade, fala o que sente.

Ele suspira fundo enfiando as mãos nos bolsos das calças.

– Não sei. Eu não sei nem se a gente vai voltar a se falar e por quanto tempo.

Meu sorriso vai se fechando aos poucos e quando terminamos de descer as escadas, ele não existe mais.

– O que aconteceu depois que vocês subiram para o seu apartamento no sábado? – pergunto. – Ela ficou muito brava?

– Ela ainda está brava. Nós estamos dando um tempo.

– Oh.

Não sei muito bem como me sentir em relação a isso pois mesmo gostando de Dean, não quero que ele sofra e o seu tom ao responder a minha pergunta foi o de alguém que não sabe direito o que vai fazer da vida agora. Sei o quanto ele gosta dela, o quanto eles se tratavam com carinho e, principalmente, o quão emotivo Dean é, mesmo que ele guarde as emoções dele para si na grande maioria do tempo.

– Você acha que foi por isso que a Becca não estava atendendo as suas ligações mais cedo?

– Sim. Tem uns três dias que a gente não se fala e eu não a vejo desde sábado. Toda noite eu mando mensagem para saber se ela está bem, mas ela parou de me responder.

– Eu sinto muito. – Toco o ombro dele, que caminha de cabeça baixa. – Você passou o dia de ação de graças sozinho?

– Passei com a torta de abóbora que não existe mais – Dean ergue o cantinho da boca. – Obrigado por fazer a torta para mim. Foi meio que o que me salvou no dia de ação de graças.

– De nada. Eu adoro cozinhar para quem gosta do que eu faço. E como eu sei que a torta de abóbora te faz feliz... – Nos olhamos com carinho enquanto caminhamos devagar até o estacionamento. – Mas, de novo, eu sinto muito. Se eu soubesse que iríamos pegar no sono, acordar juntos em renovação passiva e todo o resto que aconteceu depois, eu teria ido para casa sem pensar duas vezes – confesso arrependida. – Ele te machucou? O Jake, quando te bateu.

– Para ser completamente honesto, eu não senti muita coisa. Acho que porque eu também tenho uma compatibilidade alta com ele e tudo ao redor dele fica meio anestesiado.

Minha Pessoa Compatível - Livro 3 - Série EncantadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora