Capítulo 7

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1:28 p.m.

– Pipoca – digo para Madison, que está sentadinha no meu colo enquanto Taylor vai de um canto para o outro da sala para gastar a energia sem fim que há dentro dele.

– Popoca – Madison repete.

– Pepperoni.

– Peponi!

Estou ensinando algumas palavras para Madison já que ela adora palavras novas. O desenvolvimento linguístico dela não é o melhor do mundo e imagino que deva ser porque a mãe dela conversa tanto em francês quanto em japonês com as crianças, enquanto meu pai só fala inglês com eles. Sei que isso é confuso para os bebês porque foi para mim também. Tudo bem, aprendi uma língua de cada vez e não emigrei do Canadá para outros países na idade de Madison, mas inventei muitas palavras usando construções de línguas diferentes até finalmente não ter mais dificuldades com nenhum dos idiomas que domino.

– Está ensinando mais palavras a ela? – meu pai pergunta se sentando no sofá. Estou no chão, com Madison sobre as pernas, bem do lado de onde o meu pai se acomodou.

– Estou ensinando comidas gostosas pra ela pedir pro papai e encher a pancinha – falo e aperto a barriguinha dela, o que a faz gargalhar de um jeito tão gostoso que sinto vontade de morder as suas bochechas. – Você não ensina as comidinhas?

– Não.

– O que você tem ensinado a ela?

– Só coisas boas – ele pega na mãozinha dela. – O papai é o quê? Conta para a sua irmã.

– Lindu! – Madison fala e junta as mãozinhas. Eu abro um sorriso na mesma hora.

– E o que mais? – meu pai incentiva.

– Bunitão!

Começo a rir da fofura de Madison ao elogiar o meu pai. Digo, ao dizer ao meu pai o que ele quer ouvir. Ela se deita no meu colo e, quando estou prestes a abraçá-la, Taylor vem até mim e morde o meu braço.

– Morder não pode, Taylor – digo séria. – Morder machuca.

Ele ri e vai para perto da TV onde passam desenhos em francês. Baixo o rosto para ver Madison, que parece um pouco sonolenta agora depois do almoço, e decido ligar o celular para tirar uma foto com ela. Minha irmã é uma gracinha e eu não tenho uma única foto com ela.

Tiro uma selfie com Madison com uma carinha levada e logo o meu pai se abaixa na direção da câmera para tirar uma também. Ele pega Taylor no colo, que fica mal humorado por ter sido tirado da frente da TV e batemos mais uma foto nós quatro. Assim que vejo a foto, decido colocá-la como pano de fundo do meu celular. Antes era uma com Shane, mas agora quero essa com a minha família. Ficou linda.

Em seguida, clico no aplicativo do Instagram para postar a foto com a minha irmã e vejo no meu feed uma fotografia de Dean ao lado de Trevor com um sorriso enorme. Mordo o lábio inferior quando sinto o meu coração acelerando de leve. Não nos vemos desde terça-feira e não pretendemos nos ver até o meu aniversário, daqui a duas semanas, mas temos conversado quase todos os dias pelo Telegram. Sei que ele tirou esta foto ontem no bar onde eu trabalhava, depois de uma enorme reforma, porque Dean não tinha se encontrado com Trevor desde o seu retorno a Ottawa. Deve ser por isso que está tão feliz na foto.

– E quem é esse aqui, Maddie? – meu pai aponta para a foto de Dean.

– Dean! – ela responde empolgada.

Estou surpresa que a minha irmã saiba o nome dele.

– Como ela lembra dele? – pergunto confusa.

– Ele ficou alguns dias aqui em casa, esqueceu? – meu pai retruca. – E o Dean também veio almoçar conosco no final de semana passado. Ficou um tempo com as crianças para agradecer tudo o que eu fiz quando ele foi iniciado.

Minha Pessoa Compatível - Livro 3 - Série EncantadoresWhere stories live. Discover now