Capítulo 30

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S/n Grimes

Estava sentada em uma mesa pequena com Beth, Jimmy, Maggie e Glenn. Os outros estavam reunidos na mesa maior, bem ao nosso lado. A comida que Carol preparou estava deliciosa, fazia um bom tempo que eu não comia algo tão bom assim.

O clima entre Lori e meu pai estava tenso, muito tenso. Hershel parecia não estar muito confortável com aquele jantar, enquanto os outros comiam e riam.

Eu, Beth e Jimmy estávamos conversando quando percebi um movimento estranho debaixo da mesa. Olhei para as mãos de Maggie e a vi escrevendo algo em um papel, o passando para Glenn.

Maggie me olhou e eu lhe lancei um sorriso malicioso, enquanto Glenn escrevia uma resposta no bilhete. Hershel acabou vendo, e não pareceu gostar daquela interação.

No fim do jantar, Carol, Beth e Priscila foram lavar a louça. Lori foi ficar com Carl, e os outros foram para suas barracas lá fora. Hershel foi direto para seu quarto, mal falou com a gente. Já Maggie e Glenn, simplesmente sumiram.

Me ofereci para levar o jantar de Daryl, queria ver como ele estava. Montei um prato e coloquei em uma bandeja, ao lado de um copo com suco. Abri cautelosamente a porta do quarto onde estava o caçador, não queria acordá-lo ou assustá-lo, mas o mesmo estava acordado.

Fechei a porta com o pé, fazendo um pequeno barulho, o que o fez olhar para mim. Ele me olhava curioso, se escondendo debaixo da coberta.

— Trouxe seu jantar. - digo, colocando a bandeja em cima do criado mudo.

Daryl não disse nada, apenas assentiu com a cabeça.

— Você parece bem melhor. - comento, sentado na beira da cama. — Algum problema? Quer que eu saia? - pergunto, vendo o homem recuar um pouco.

— Não, pode ficar. - ele disse rapidamente, segurando meu pulso para que eu não saísse.

Assim que notou o que estava fazendo, me soltou e desviou seu olhar de mim.

— O que aconteceu naquele floresta? - quebrei o clima estranho que havia se instalado ali.

— Não quero falar sobre isso. - ele disse.

— Você podia ter morrido. - o repreendo.

— É, escutei muito isso hoje. - o caçador falou,  se ajeitando na cama com dificuldade.

Passei minhas mãos por trás de sua cabeça, arrumando seus travesseiros. Meu rosto havia ficado bem próximo do dele, eu podia sentir sua respiração quente se misturar com a minha.

Seus olhos azuis se encontraram com os meus, me encarando profundamente. Minha mão se encontrava em seu peito, sentindo sua respiração ficar cada vez mais pesada.

Meus olhos desceram para seus lábios, me fazendo umedecer os meus. Sem conseguir me controlar, grudei nossas bocas. Não era bem um beijo, aquilo estava mais para um selinho demorado.

— Me desculpa! - digo rapidamente, me afastando dele. — Eu não deveria... - o caçador não me deixou terminar, agarrou minha nuca e grudou nossos lábios outra vez.

Daryl me beijava com desespero, puxando meu cabelo para trás com cuidado. Uma das minhas mãos continuava em seu peito, enquanto a outra acariciava seu pescoço, sendo enterrada em seus fios escuros.

Nossas bocas se encaixavam perfeitamente, e nossas línguas dançavam em perfeita sincronia. O caçador desceu uma das mãos para minha cintura, apertando a mesma, me puxando ainda mais para perto.

Em um movimento rápido eu sentei em seu colo, sem me separar do beijo nem por um segundo. Agora, a mão de Daryl apertava minha bunda, fazendo eu me mover contra seu membro, o qual estava começando a dar sinal de vida.

— Ai! - gemeu de dor, colocando a mão na barriga.

— Sinto muito, eu não queria... - começo a me desculpar, olhando para seu curativo.

— Tudo bem. - ele me interrompeu, forçando um sorriso.

Saí do seu colo e passei as mãos pelo meu cabelo, tendo novamente a atenção de Daryl sobre mim. Senti minhas bochechas arderem e ouvi a risada abafada do caçador.

— Eu... Eu já vou indo! - digo rápido, me atrapalhando nas minhas próprias palavras.

Corri para fora do quarto, fechando a porta atrás de mim. Fiquei alguns segundos tentando raciocinar o que tinha acabado de acontecer ali, recuperando meu fôlego aos poucos.

Caminhei até o lado de fora da casa, indo até minha barraca. Deitei no colchão não muito confortável e encarei o teto, sorrindo boba ao lembrar do que aconteceu minutos atrás.

Dormi pensando nele, no seu beijo, no seu toque, na sua respiração pesada e nos seus olhos. 

Foi assim que eu dormi, pensando no que eu sentia por aquele homem.

Tudo está muito confuso agora, e eu tenho quase certeza de que as coisas vão ficar bem piores amanhã.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora