Capítulo 15

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S/n Grimes

Eu continuava olhando para o teto com os pensamentos longe da realidade, quando um forte enjoo me invadiu. Acho que alguém aqui tomou muito vinho.

Levantei em um pulo e corri para o banheiro, tentando não fazer barulho para Carl não acabar acordando.

Ajoelhei no pé do vaso sanitário e coloquei todo o jantar para fora. Eu não conseguia parar de vomitar, estava começando a achar que até meus órgãos iam sair.

— S/n, você tá bem? - ouço a voz de Daryl ecoar pelo banheiro.

Ele veio correndo e parou atrás de mim, segurando meu cabelo. Uma de suas mãos foi pousada nas minhas costas, acariciando a mesma levemente. Não consegui prestar atenção em muitos detalhes, já que estava ocupada demais colocando tudo que comi para fora.

— Maldito vinho. - murmuro um pouco ofegante.

Dei descarga e sentei no chão do banheiro, encostando minhas costas na parede. Limpei minha boca com o antebraço e fechei os olhos, tentando recuperar o fôlego.

— Como consegue beber tanto e continuar sã? - pergunto para o homem, ainda com os olhos fechados.

— Muitos anos de prática. - ele brincou, sentando ao meu lado.

Ficamos em silêncio por um tempo, e eu nem estava incomodada. Mesmo com os olhos fechados, eu conseguia sentir que Daryl me encarava. Ele sempre fazia isso.

— Sobre mais cedo, desculpa. - falou de repente. — Eu achei que a cabina estava vazia e...

— Tudo bem. - o corto. — Mas eu só vou te perdoar se você me trouxer um copo d'água. - digo, finalmente abrindo meus olhos.

Daryl não disse nada, apenas levantou e saiu do banheiro. Uns cinco minutos depois ele voltou com um copo cheio de água. Sorri agradecida e peguei o copo, bebendo toda a água de uma só vez.

— Tava com sede, hein? - brincou.

— Eu vomitei até as tripas. - eu disse, levantando para escovar os dentes.

— Você está bem? - ele perguntou um pouco... preocupado?

— Sim, eu estou. - o tranquilizo. — Pode ir agora, não precisa se preocupar.

— Está me expulsando, senhorita Grimes? - perguntou, fingindo ter ficado ofendido.

— Só estou dizendo que não precisa se incomodar comigo, pode ir se quiser. - expliquei. — Você deve estar cansado, e eu não quero te incomodar.

— Tudo bem. - ele disse. — Dormir está sendo difícil ultimamente.

— Por quê? - pergunto meio receosa, achando que ele não ia responder.

— O Merle, não paro de pensar nele e no que pode ter acontecido. - fico surpresa com sua resposta, não por ele estar preocupado com o irmão, e sim por me contar aquilo. — O que foi? - ele perguntou confuso, vendo que eu não parava de encará-lo.

— Daryl Dixon está mesmo se abrindo pra mim? - o provoco.

— Vai se ferrar, S/n! - disse um pouco bravo, tentando esconder o pequeno sorriso que tinha nos lábios.

— Acho que o seu coração de gelo está começando a derreter. - continuo provocando ele, que fecha seu sorriso imediatamente. — Desculpa! - digo rápido, fingindo fechar minha boca com um zíper.

— Você também não parece conseguir dormir. - Daryl mudou de assunto. — O que passa nessa sua cabeça cheia de baboseiras?

— É difícil dizer o que passa aqui dentro. - aponto para minha cabeça. — Antes de dormir Carl perguntou o que vai acontecer agora, e eu não soube responder. Acho que ninguém aqui sabe. Não consigo dormir pensando nisso, no que faremos daqui por diante. Quero dizer, não vamos ficar aqui pra sempre.

Love in chaos - Daryl Dixon Kde žijí příběhy. Začni objevovat