Harry
Depois de passar 18 anos da minha vida preso em uma pequena cidade onde não era bom ser um garoto maquiador que gostava de garotos, eu jurei que iria embora e nunca seria nada além de barulhento, orgulhoso e nunca pediria desculpas por ser eu...
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Havia uma boa possibilidade de que eu fosse morrer.
Ok, então eu posso ter exagerado um pouco. Havia uma chance de eu ter sido chamado de dramático uma ou duas vezes na minha vida, mas eu acordei com a pior enxaqueca do mundo. Não era sempre que eu tinha uma, mas quando acontecia, elas chutavam minha bunda.
Hoje não, Satanás. Hoje não.
Eu não podia me dar ao luxo de ficar deitado na cama o dia todo. Eu tinha uma prova na minha aula de psicologia e o aluguel venceria em alguns dias. As gorjetas que eu receberia neste fim de semana por dançar no Playground, um popular bar gay de Londres onde trabalho, devem me levar aonde eu precisava estar. Eu só tinha que ter certeza de que não precisava comprar comida ou algo parecido pelos próximos dias. Não tem problema, certo?
Rolando, eu esperava e rezava para fazer meu cérebro parar de trabalhar contra mim. A primeira coisa que fiz foi engolir um dos comprimidos prescritos pelo meu médico, que estava na minha mesinha de cabeceira ao lado da PrEP. Era sexta-feira. Eu só tinha uma aula às sextas-feiras, o que era incrível, mas também significava que eu estaria dançando com Louis no Playground, o que resultaria em minha cabeça doendo ainda mais, e eu teria uma dor na bunda também. Não no sentido de olhos revirando para trás e dedos de curvando de prazer.
Louis era ... difícil, para dizer o mínimo. Lindo como o inferno - com aquele cabelo castanho bagunçado, a barba que sempre parecia enfeitar sua mandíbula forte e aqueles olhos azuis que me fariam choramingar se ele não fosse tão resmungão.
Louis e eu ... não éramos realmente compatíveis. Éramos muito diferentes. Eu era divertido. Ele não era. Eu estava feliz. Ele era como o Lula Molusco do Bob Esponja. Eu não sabia o que havia sobre nós, mas esfregávamos um ao outro da maneira errada, desde a primeira vez que trabalhamos juntos. Não ajudou que uma noite quando tínhamos falta de pessoal, Louis e eu estávamos discutindo e fomos ouvidos por alguns clientes. Eu tinha brincado de flertar, o que tinha sido divertido porque o irritava. Infelizmente, as pessoas ao nosso redor adoraram, o que fez com que nosso chefe tivesse uma ideia maluca de que ele deveria brincar com o que chamou de tensão sexual óbvia entre nós. Estávamos dançando no bar juntos todas as noites de sexta-feira desde então. Era divertido. Louis odiava, mas isso não era uma surpresa.
Se essa enxaqueca me matasse, eu tinha certeza de que Louis abriria o único sorriso que ele já deu no que diz respeito a mim, antes de começar uma celebração imediatamente.
E o cara não comemorava. Eu tinha certeza de que ele não sabia como ser feliz. Pelo menos não se eu estivesse na sala.
E talvez eu estivesse sendo um pouco dramático e exagerado de novo, mas tanto faz. Era eu. Eu não me via mudando tão cedo.
Empurrando meu colega de trabalho para fora do meu cérebro - ele não pertencia lá de qualquer maneira - fechei meus olhos para uma escuridão muito necessária. Eu acordei cedo, então eu tinha um pouco mais de uma hora para lutar contra a dor de cabeça do inferno ...
