VOCÊ TEM A GENTE

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Mirella Fernandez


Os dias que seguiram nosso término foram os piores. Vê-la na faculdade não era fácil , principalmente porque era quase impossível não ficar que nem uma idiota observando a sua beleza, eu sentia muita falta do seu olhar em mim.

- Como você está? - Foi a voz de Hana que soou assim que nos encontramos na empresa.

- Eu estou bem! - Falei não a olhando, eu sabia que eu não precisava mentir pra ela, ela era namorada da minha melhor amiga e melhor amiga de Stéfani.

- Hum, nada muito convincente. Você quer sair pra beber depois? - Perguntou e eu parei me virando pra ela.

- Eu agradeço de coração a sua preocupação Han. Mas não precisa, você não tem a obrigação de me ouvir e além do mais como que eu vou xingar ela pra você? - Brinquei e ela começou a rir.

- Eu não faço por obrigação, eu faço porque gosto de você! - Falou e eu podia sentir a sua sinceridade. - Além do mais, a Teté não foi nada justa com você! - Suspirei ao ouvir seu nome.

- Ela está bem? - Perguntei, se tinha alguém que saberia me dizer isso era ela.

- Ela está tentando ficar bem. Ela não anda se abrindo muito nesse sentido. Principalmente por causa de uma das ultimas conversas que tivemos. - Falou fazendo uma careta, eu fiquei quieta esperando que ela continuasse a falar. Mas ela se segurou.

- Não brigue com ela por minha causa, é um direito dela não querer ficar comigo. E é importante ela ter o apoio de vocês agora. - Falei firme e triste.

- Não foi por sua causa. Foi porque no fundo ela sabe que eu tenho razão nas coisas que conversamos. - Dei de ombros. - Mas vocês, sério! Eu não entendo, vocês são tão de vocês, não faz sentindo Mi. Todo mundo está vendo o quanto vocês estão sofrendo.

- Hana! Está tudo bem! - Ela negou com a cabeça e eu suspirei. - Te espero no Docas depois. - Disse tentando acalmá-la e em seguida saindo dali.

Pensando em como as coisas aconteciam de forma inesperada.

O meu último ano de faculdade havia sido o melhor, pelas experiências e aprendizados e havia sido o pior e o mais dificil sentimentalmente falando. Eu não sabia que não estava preparada para perder alguém que eu amava tão intensamente daquela forma. Não haviam me preparado para aquilo.

Como tínhamos vários amigos em comum, era claro que sempre estávamos nas mesmas festas, boates e rolês. A gente se tratava cordialmente, mas sem nenhuma aproximação além de um oi, nós nunca puxávamos assunto uma com a outra e se alguém perguntava algo eram sempre respostas vagas das duas partes.

Houve uma noite em especial em que ela me enviou um áudio, aparentemente ela tinha bebido e se arrependeu minutos depois, mas eu havia ouvido ele muito bem, com o coração na boca.

" Eu detesto como tudo me faz lembrar você! Eu sinto tanto por tudo. Eu queria que estivesse aqui."

Como ela o apagou eu não a respondi, eu não sabia se ela se lembraria, então esperaria uma reação sua.

O que nunca aconteceu.

Quando o ano encerrou eu agradeci aos céus por estar encerrando aquele ciclo, era torturante demais pra mim.

-x-

Fechei os olhos com força assim que Bragança abriu as cortinas do meu quarto com certa brutalidade, mais uma manhã que ela parecia bem irritada.

- Você não pode fazer isso pra sempre! - Falou séria, puxando minhas cobertas.

- Isso o que Leticia? - Ela cerrou os olhos assim que a encarei.

- Não finge que você não fez de novo Mirella! Eu conheço você! - Cruzou os braços.

- Claro que conhece! É exatamente o que vocês gostam de dizer, mas não tentam me entender.

- Mirella, você não é criança mais.

- Você tem razão e se eu fosse e quisesse uma babá, eu contratava! - Falei brava.

- Agir assim não vai trazer ela de volta! - Ouvir minha melhor amiga dizer aquelas palavras me quebrou o coração de diversas formas.

- Me faz um favor, me deixa em paz!

- Você não pode se auto destruir assim!

- Eu não estou fazendo nada Bra!

- Você tem se alimentado super mau e tem chegado em casa em horários bem estranhos, bêbada. - Hana entrou olhando da namorada para mim.

- Me diz que vocês não estão brigando outra vez... - Falou nos observando.

- Me diz que veio tirar ela daqui, só assim pra ela me deixar em paz. - Rebati e Hana suspirou.

- Eu vim sim, tirar ela e tirar você! Eu estou esperando as duas na sala para irmos almoçar. Não demorem! - Falou e saiu de novo.

- Eu não estou afim de contrariá-la e você não vai querer ver ela nervosa. Então anda logo. - Bufou e saiu, eu nem fiz questão de respondê-la, eu não queria causar um clima pior entre nós duas.

Me levantei, pensando em tudo o que vinha sentindo, eu queria esquecer. Deixar para trás, mas as memórias de nós duas juntas me batiam com força.
Um tempo depois entrei no carro de Hana na parte de trás, olhei minha melhor amiga no banco da frente, eu não sabia o que se passava em sua mente, mas ela não andava muito feliz e parecia sempre preocupada quando me olhava. Hana dirigiu tranquila, respeitando nosso silêncio.

Minutos depois estávamos em frente há um restaurante que eu sabia que as garotas adoravam e era ótimo mesmo, parei por um  momento para observar a interação das duas, elas pareciam tão boas juntas.
Elas tinham muita sorte e mereciam tanto a felicidade, por um momento eu sorri. O que não passou despercebido pela loira. Eu estava orgulhosa de tudo o que elas estavam construindo juntas.

- Você sorrindo! - Bragança falou e eu concordei com a cabeça ainda com um sorriso leve.

- Me desculpa, por mais cedo e por todos os outros dias. Eu tenho sido uma idiota. - Falei olhando a loira enquanto Hana falando com alguém no celular.

- Eu não sei o quanto dói, mas eu sei que ainda dói e eu sei também que você tem a gente, que estamos aqui para te dar colo e te ouvir o quanto for necessário. - Minha melhor amiga falou e eu dei um sorriso de lado.

- Eu vou parar... eu não quero mais nada disso. Eu me odeio toda vez que bebo em excesso ou uso outras coisas.

- Promete? - Bragança perguntou.

- Eu odeio também o olhar de decepção de vocês, eu prometo! - Concordei sendo agarrada pela minha melhor amiga.

Hana sorriu ao nos ver.

- Eu achei que teria que amarrar as duas juntas para que vocês ficassem bem. - Falou passando as mãos no cabelo.

- A Leticia não pode viver sem meu amor. - Brinquei e Leticia me deu um tapa no braço.

- Não me subestima não Fernandez. - Brincou e nós rimos.

Foi um ótimo almoço, fazia tempo que eu não fazia aquilo com elas. Sentia saudades de outras pessoas conosco, mas sabia que algumas mudanças eram obrigatórias.

Passar aquele tempo com elas, mesmo que em muito momentos como vela, já que elas me obrigavam, me salvou de inúmeras formas.
As garotas começaram a fazer uma espécie de rodízio comigo, sempre tinha uma delas no meu pé na faculdade ou no apê. Eu era grata por ter todas elas na minha vida e aquilo demonstrou que elas estavam lá para mim como sempre estiveram desde que havíamos nos conhecido.

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Oi meus amores!
Eu amei os comentários de ontem! Eu amo vocês interagindo aqui comigo.

Eu amo fazer passagem de tempo, então podem me julgar porque no próximo capítulo a passagem tá on.

E as boiolices das duas na live da Mirela Janis ontem? Sério, muito mimo em uma live só!

❤️

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