NOÇÃO DE ESPAÇO

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Stéfani Bays


Eu me encaminhava para a área da piscina distraída mexendo no meu telefone. O pedido do professor de Ciências Política para o encontrarmos naquele local me fez ficar confusa, mas nada que me fizesse aprofundar no por quê.

Enzo não parava de me mandar mensagem, ele queria muito entrar em uma escolinha de futebol e estava me importunando para que eu o levasse para conhecer uma delas no meu tempo livre a tarde.

Novamente, pela segunda vez em quatro dias alguém me atropelou, dessa vez pior que da primeira. Minhas bolsa e um livro foram parar no chão, mas ela foi mais rápida impedindo que caíssemos junto.

Eu queria gritar perguntando qual era a porra do problema daquele povo.

Mas eu apenas travei na visão da pessoa a minha frente.

Ela me segurava com firmeza e quando menos percebi já tinha meus sentidos invadidos por seu cheiro.

Óbvio que eu já tinha visto a baixinha de cabelos escuros longos e tatuada pelo lugar e ela era linda. De parar o trânsito mesmo. Já tinha observado também como as pessoas pareciam admirar ela, aquilo havia me deixado intrigada.

Senti calor ao sentir sua mão na base da minha coluna e então me soltei dela ao notar o quão próximas estávamos, ela sustentava meu olhar, seu olhar era de como uma fera, mas eu pude ler uma certa curiosidade. Mais um ponto sobre aquela garota que me deixou intrigada.

- Vocês tem um sério problema com noção de espaço nesse lugar! - Ela me ignorou e recolheu  minha bolsa e seu livro do chão. Me deixei observar seus movimentos, tão bonita e delicada.

Foi quando um dos coordenadores passou pelo local, seu nome era Mateus. Já tinha visto o homem checando o local.

- Está tudo bem aqui, senhoritas?

- Está! - Respondi de prontidão, mas a baixinha negou.

- Na verdade não está Mazz, eu esbarrei sem querer na senhorita Bays. Acho que seria interessante que ela passasse pela enfermaria. - Ela estava chamando o coordenador por um apelido? Era isso?

Senhorita Bays, ouvir meu sobrenome ser dito por ela fez um arrepio correr por meu corpo. Que merda estava acontecendo comigo? Eu não tinha interesse em mulheres.

- Tudo bem! Eu acompanho você! - O homem falou me olhando e então a moça interrompeu. Eu não sabia seu nome, mas sabia que ela era popular ali.

- Deixa que eu vou Mazz! Tô com o primeiro período livre.

- Eu tenho aula agora, já estou atrasada e estou bem! - Falei tentando sair daquilo.

- Foi um esbarrão feio, meu corpo mesmo está um pouco dolorido. Vamos lá, não custa dar uma olhada. - Ela insistiu.

- É apropriado que a senhorita vá até a enfermaria. Ao menos que queria perder a aula inteira sendo impedida por uma carta direta minha até me apresentarem a liberação de algum médico. Aqui nós prezamos pela saúde de vocês! - Arregalei os olhos e suspirei derrotada. - As duas para a enfermaria agora.

Caminhei com ela até o local, observando seu jeito e tentando expulsar vários pensamentos que passavam na minha mente naquele momento.

Precisamos aguardar pois havia uma pessoa em atendimento, nos sentamos na sala de espera e ficamos alguns minutos em silêncio. Seu telefone tocou.

- Oi amiga! (...) Não, eu tô bem. (...) Aconteceu um imprevisto, não vou conseguir chegar. (...) O que? (...) A Vi tá louca? (...) Eu compenso outra hora, prometo. (...) Se cuida também.

O lugar que o amor pisou - SterellaWhere stories live. Discover now