Capítulo 62

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Senti minha garganta doer um pouco e me senti sufocada quando comecei a engasgar e ouvir aparelhos apitarem. Quando abri os olhos a luz fazia com que eles ardessem.

XX: Calma Priscilla, vamos tirar isso de você – senti um alivio na garganta. Algo foi administrado em mim e logo o tubo saiu. – Está tudo bem, você está bem... – ela fez alguns exames eu ainda estava aérea. – Vamos levar você para fazer raio x e um ECG ok? – eu apenas assenti. Fiz raio x e voltei para o quarto. – Quer água?

Eu: Por favor... – ela me deu água. – Obrigada.

XX: Eu sou a doutora Madalena Serra, eu já pedi para avisarem sua noiva e ela já está vindo ok? Sua mãe esteve aqui bem cedinho com a sua filha.

Eu: Quanto tempo... Eu fiquei intubada?

XX: Nove dias... Você estava preocupada com seu coração, mas está tudo bem, você era examinada várias vezes por dia.

Eu: Morreu alguém? Alguém do hospital? Algum paciente?

XX: Sim, um enfermeiro que entrou e saiu várias vezes e um médico da ortopedia está em estado grave ainda não sabemos se ele vai se recuperar. Mas pacientes, estão todos bem...

Eu: Meu Deus... E meus pulmões?

XX: Estão limpos. Em três dias você deve receber alta. Você vai para o quarto agora, vão te ajudar com um banho a se alimentar, se você continuar estável e se recuperar ainda mais, em três dias você vai pra casa se recuperar e logo volta a trabalhar.

Eu: Por que 9 dias?

XX: Você teve o que chamamos de pneumonia química. Mas já tratamos e você está bem. Pode se sentir cansada por alguns dias, fará inalações, mas logo não se sentirá tão cansada mais.

Eu: Obrigada. – eu fui levada para o quarto a Buiar veio me ver, eu estava bem. Me ajudaram a tomar um banho na cadeira de banho eu sentia muita tontura não conseguia ficar em pé ainda ou andar. Logo coloquei uma camisola do hospital mesmo a Natalie estava trazendo algo para mim com certeza. Me trouxeram uma sopa eu comi devagar, minha garganta ainda doía. Logo ela entrou.

Nat: Oi amor – sorriu.

Eu: Oi amor – sorri de volta.

Nat: Que bom te ver acordada – me deu um beijo – Como está se sentindo?

Eu: Cansada, e parece que eu fui atropelada, mas estou bem – sorri de leve.

Nat: Logo você vai pra casa. – me beijou de novo. – Trouxe pijamas, algumas coisas pra você.

Eu: A Bella?

Nat: A Bella está bem. Ela saiu com a Betina e a Emilly, foram comprar material escolar. Ela estava bem pra baixo, com saudade de você, então a Emilly passou lá a chamando para comprar os materiais.

Eu: A matrícula dela eu ia resolver no dia seguinte daquela confusão toda.

Nat: A Emilly resolveu tudo no início da semana seguinte amor, fica tranquila. As aulas começam depois de amanhã.

Eu: Que bom. Ela deve ter ficado muito preocupada.

Nat: Ficou. Ela veio te ver quando voltou do acampamento. Decidimos não contar a ela enquanto estava lá. Era melhor ela continuar lá, sem saber de nada, porque não ia mudar em nada. Ela ficaria sofrendo todos esse tempo.

Eu: Fizeram bem... Quero ir pra casa.

Nat: A Madalena disse que se ficar estável nos próximos três dias você vai pra casa descansa uma semana e já poderá voltar a trabalhar, sem excessos. E seu emprego no Copa D'Or está esperando por você.

Eu: Eu não vou voltar pra lá Natalie.

Nat: Vai... A Manuela não vai ficar lá. O Ian contratou outra neurologista. Ela só está lá ainda porque você está hospitalizada. Assim que você voltar, ela volta aqui para o Copa Star e você volta para seu departamento de onde você nunca deveria ter saído. O Ian sabe que errou e que ele não deveria ter quebrado o acordo que fez com você e ele precisa de você, como precisa da Diorio e ele não trocaria você pela Manuela. Ela é muito boa no que faz, mas ela não é você.

Eu: E a Manuela como reagiu?

Nat: Gritou pelos corredores, chamou o Ian de crápula, e mais um monte de coisas. E além de ter que cobrir seu serviço até sua volta depois do escândalo que ela deu, vai responder a processo administrativo na comissão médica de ética por todos os xingamentos contra o Ian.

Eu: Cagou e sentou em cima...

Nat: E passou a bosta na cara...

Eu: Sal na ferida – rimos.

Nat: Pois é... – a noite minha filha chegou lá com a Emilly e a Betina. Eu contei sobre o Léo, o que eu vi, o sonho que eu tive, não sei se foi um sonho.

Betina: Mas Pri... Quando você viu ele, por acaso ele estava tipo... Brilhando? – minha filha faz cada pergunta.

Eu: Não. Eu não me lembro direito.

Betina: A grama dava tchau, você via elefante cor de rosa voando?

Bella: Betina, minha mãe estava intubada em coma induzido e não cogumelada... – rolou os olhos e a gente riu.

Betina: Ah Pri, eu quase matei a Bella afogada, mas foi sem querer eu juro.

Eu: O que vocês fizeram nesse acampamento? Brincaram de índios canibais?

Betina: Eu desci pelo tobogã e ela estava embaixo.

Bella: Ela caiu com a perereca na minha cara mãe. Quase morri afogada. – eu explodi numa risada que meu corpo todo doeu. – Trauma para o resto da minha vida.

Eu: Ai que horror...

Betina: Minha perereca é bonitinha. Mas eu não tive culpa de você ficar jacando lá debaixo. – deu de ombros. Comecei a rir e pensar como era bom estar de volta, como eu amava aquelas meninas. Eu fiquei no hospital 3 dias e meio e fui pra casa. Eu estava bem, queria voltar a trabalhar, mas tinha que esperar. Fiz exames estava tudo bem comigo. Uma semana depois voltei para o hospital fui recebida com um buquê de rosas e aplausos, eu fiquei muito emocionada. Era bom estar de volta. Aquela senhora que eu socorri por último estava lá. Ela havia se recuperado e voltado para casa a uma semana. Um casal de filhos dela e ela foram me ver. Ela levou uma orquídea linda pra mim. Eu me emocionei muito em vê-la, saber que ela estava bem. Soube que ela foi me ver um dia antes de ter acordado. As flores brancas foi ela quem deixou. Trocamos telefones conversamos um pouco e ela foi embora. Entrei na minha sala coloquei as flores na água e fui atender. A semana foi tranquila, eu não faria cirurgia na minha primeira semana de volta. Ia começar devagar. Na sexta eu não trabalhei e nem a Natalie, íamos receber uma moça que organizaria nosso casamento. Cecilia Bueno. Ela chegou as 14 horas com uma assistente. Falamos como queríamos tudo. Não seria uma festa grande, somente família e amigos. E o melhor, ela organizava até a lua de mel e eu e a Natalie escolhemos Fernando de Noronha, vamos ficar pelo Brasil mesmo. Nosso casamento vai ser no dia 02 de outubro, em 7 meses. Eu e Natalie falamos sobre filhos novamente, em alguns meses vamos fazer exames para saber se está tudo bem com a gente se podemos engravidar sem problemas. 

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAWhere stories live. Discover now