Capítulo 14

921 66 6
                                    

NATALIE NARRANDO...

Quando a vi naquele hospital com a menininha no colo, eu tive a dimensão da mulher incrível que ela é. Mesmo cansada depois de um plantão exaustivo, uma filha que deu o maior problema pra ela, perdeu pacientes e a pequena paciente dela morrendo, ela largou tudo e foi dar conforto a criança. Eu fiquei ao lado dela. O amor dela pela criança, a compaixão dela era lindo demais de ver, de presenciar. Ela estava mal pela criança, estava mal pelas atitudes da filha, estava mal pela ex mulher e grande amiga correndo risco de morte. E ela parecia sozinha nisso, por mais que a rede de apoio dela sempre se mostrasse tão presente tão pronta para ela, de alguma forma, ela parecia estar sozinha. Ela não queria ir pra casa, então fomos para um bar em frente ao hospital. Era um bar que todo o pessoal do hospital frequentava. Ela tomou muita tequila, falou muito sobre ela e eu falei sobre mim. Na hora de ir embora, ela não tinha condições de dirigir e eu me ofereci para leva-la. Mas ela queria mais que isso e eu também queria o mesmo que ela. A gente se queria... Não sei em que momento isso aconteceu, mas nossa atração sexual, principalmente, era muito grande e fomos para um motel e nossa... que noite espetacular. Alguma coisa nasceu daquilo ali. Eu curti e ela também. Em casa minha filha já dormia quando eu cheguei então ela não me fez perguntas pela hora que eu chegava. Voltei ao hospital no dia da cirurgia da Emilly, no dia seguinte. Depois da cirurgia nos beijamos e foi uma delícia. Eu só podia estar ficando maluca, mas eu estava apaixonada naquela mulher sem dúvidas. Temos um pequeno problema em nos envolvermos... Alias, dois pequenos problemas... Betina e Bella... As meninas se odeiam. Ou melhor, a Bella odeia a Betina e a Betina tem muita mágoa da Bella por ela ser tão grossa o tempo todo com ela sem conhece-la. Minha filha tem um gênio bem difícil e uma coisa que eu ensinei a ela quando era pequena é que quando a gente faz algo que magoa alguém, a gente tem que pedir desculpas. Ela aprendeu isso com 3 aninhos quando foi para a escolinha e mordeu numa coleguinha. Eu e o pai dela conversamos com ela e no dia seguinte ela levou um vasinho de flor e um bichinho de pelúcia pra coleguinha e pediu desculpas. Ela nunca mais esqueceu isso. E sempre que magoava alguém ela fazia questão de se desculpar e quando ela era magoada, machucada ela cobrava um pedido de desculpas, isso se tornou muito importante pra ela. Betina nunca esqueceu isso e por mais que a Bella tenha sido tão grosseira com ela, e a Betina seja tão geniosa, ela só queria um pedido de desculpa sincero e estaria tudo bem para ela. Mas Bella, piorou tudo e eu sabia que minha filha estava magoada. Voltando ao assunto Priscilla Pugliese, eu me sentia uma adolescente com ela. Beijando as escondidas correndo risco de sermos flagradas e escondendo das nossas filhas que estávamos ficando ou seja lá o que for que a gente esteja fazendo. Quando cheguei em casa a noite, Rita já tinha ido pra casa, mas havia deixado um bilhete na mesa do meu escritório, já que eu sempre entrava lá quando chegava do trabalho.

"Dona Natalie, a Betina não se sentiu muito bem hoje. Está com enjoos, tonturas, falou algumas coisas sem sentido também. Ela dormiu o dia todo e quase não comeu. Liguei para o pai dela, mas ele não atendeu. – Rita".

Sai rapidamente do escritório e bati no quarto dela. Ela estava sentada na cama.

Eu: Filha, está tudo bem? A Rita deixou um bilhete pra mim, falando que você não estava se sentindo muito bem. – ela não disse nada. Apenas me olhou e desmaiou caindo no chão e convulsionando. – Betina... Betina... – eu puxei o travesseiro da cama e a virei de lado colocando a cabeça dela no travesseiro e a virando de lado. Tirei meu celular do bolso e disquei para pai dela a segurando com uma mão e o meu corpo. Coloquei o celular no chão enquanto chamava. – Reage filha, precisa reagir... Por favor, você precisa reagir minha filha... Está demorando – sussurrava.

Ferraro: Alô?

Eu: Rodrigo, sou eu...

Ferraro: O que houve? Eu sai de uma reunião agora e...

Eu: Não interessa, a Betina está tendo convulsão chama uma ambulância agora rápido.

Ferraro: Tá – desligou. Depois de um minuto e meio ela parou. Demorou muito a passar. Ela nunca teve uma convulsão por mais de 40 segundos. E a muito tempo isso não acontecia. Peguei minha bolsa rapidamente, chequei a pressão dela e estava muito baixa, olhei os olhos dela, a respiração a oximetria e não estava bom. Nem sei porque eu mesma não chamei a emergência, mas o pai dela tinha de saber, eu estava confusa, eu estava assustada. Por mais que eu seja médica, ela é minha filha e ali eu era mãe.

Eu: Betina é a mamãe, você está me ouvindo? – ela se mexia, mas ela não falava nada e não abria os olhos. Cinco minutos depois escuto a ambulância chegando e escuto a voz do Ian me gritando.

Ferraro: NATALIE...

Eu: AQUI NO QUARTO DELA. – gritei. E dois paramédicos e mais uma médica entrou.

XX: O que houve?

Eu: A moça que trabalha aqui deixou um bilhete dizendo que ela estava com tontura, enjoos, fala confusa, quase não comeu hoje e dormiu o dia todo. Eu vim falar com ela e ela estava sentada na cama. Só me olhou e caiu no chão desmaiando e já tendo uma convulsão durou um minuto e meio. Ela está hipotensa, PA 10x6 oximetria está em 87, se mexe, mas não responde, está em estado comicial.

XX: É da área da saúde?

Eu: Chefe da cardiologia no Copa D'Or.

XX: Ela tem algum problema de saúde?

Eu: Hipoglicemia, que estava controlada a anos. Ela não tem uma convulsão a uns 6 anos mais ou menos.

XX: Ela faz uso do Glucagon?

Eu: Não mais. Só quando ela tinha a hipoglicemia descontrolada e desmaiava em casa, então mantínhamos os estojos prontos para aplicar na hora, mas como nunca mais aconteceu, não compramos mais.

XX:Ok, vamos para o Copa D'Or. –peguei os documentos dela coloquei na minha bolsa e entrei na ambulância, nemfalei com o Rodrigo. 

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAWhere stories live. Discover now