Capítulo 59

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NATALIE NARRANDO...

O caos... Era assim que estava o hospital com toda aquela fumaça. O circuito de ar condicionado dos 3 primeiros andares explodiu e a fumaça saiu por todo o ducto de ar condicionado deixando esses andares puro fumaça tóxica. A rua do hospital virou um inferno. Não podíamos subir com os pacientes para os andares que não foram afetados, porque usar os elevadores era um risco que não poderíamos correr. Se houvesse algum incêndio e ficássemos presos no elevador morreríamos asfixiados lá dentro. Eu ajudei a tirar todo mundo da emergência que estava lotada e tinha muita fumaça. Os bombeiros não nos deixou voltar lá de novo. Fiquei no oxigênio e olhando por todos os cantos, eu não via a Priscilla. Vi a Emilly algumas vezes e quando vi a Pri foi muito rápido com duas crianças e logo voltando lá pra dentro.

Quando eu estava melhor vi que Emilly estava no oxigênio sentada na porta de uma ambulância, perguntei da Priscilla e ela tinha voltado para buscar uma senhora no segundo andar. Meu coração foi a mil naquele momento. A fumaça já estava muito tóxica para voltar lá e como ela saiu várias vezes, ela não deveria estar exausta. Logo ela veio com a ajuda de um bombeiro. Ela foi examinada, mas estava claramente passando mal, intoxicada. Fomos para o Copa Star, fizemos exames e a Pri precisava ser intubada, os pulmões dela estavam tomados, as vias aéreas queimadas, ela precisava de intubação, mas ela sabia também que as chances dela não voltar ou de parar quando tentassem tirá-la do suporte respiratório eram enormes. A alternativa pra ela por algumas horas seria ficar no BiPAP por 36 horas. Se ela apresentasse melhora significativa, ela não seria intubada e continuaria nesse suporte, caso contrário seria inevitável. Eu fui pra casa tomei um banho comi, fiz inalação. Falei com as meninas, mas não contei nada. Dei uma desculpa sobre a Priscilla e a Emilly. Elas não viram as noticias. Eu dormi cedo estava muito exausta. Na manhã seguinte tomei um banho fiz inalação tomei café da manhã fui ver a Priscilla, uma residente me examinou.

XX: Doutora Smith, seus pulmões ainda estão um pouco cheios e com um pouco de irritação na garganta. Continue as inalações que logo ficará bem.

Eu: Obrigada doutora Elisa. A doutora Parker e a doutora Pugliese como estão?

XX: Eu acabei de vê-las. A doutora Parker está bem melhor, vai pra casa no fim da tarde e a doutora Pugliese teve uma melhora muito pequena. Se ela não melhorar nas 12 horas necessárias após as 24 horas corridas, a doutora Buiar vai intubá-la.

Eu: Obrigada. – eu fui ver a Emilly primeiro. – Oi...

Emy: Oi... Como está?

Eu: Eu estou bem. E você?

Emy: Bem melhor. No fim da tarde vou pra casa. Falou com as meninas?

Eu: Falei. Inventei que estavam de plantão.

Emy: Que bom que ainda não viram nada.

Eu: Sim.

Emy: A Pri não tá legal Nat. Eles vão intubá-la. Ela não vai recuperar o suficiente pra não precisar de intubação.

Eu: Eu sei Emilly – suspirei. – A gente torce, fica na confiança que vai acontecer um milagre, mas é impossível. – falei triste.

Emy: Como cardiologista, qual as possibilidades dela sair da intubação e ter uma parada?

Eu: 80% com a cardiopatia presente. Só que não podemos contar com os 20% que ela tem de não acontecer.

Emy: E por que não?

Eu: Por que a Priscilla tem a síndrome do coração partido. E isso é algo que acontece uma vez na vida de uma pessoa quando passa por um grande trauma e com tratamento ele some e não acontece mais. E a Priscilla misteriosamente tem até hoje Emilly. Ela é uma cardiopata rara. Só que ser intubada é a única alternativa dela. Senão ela morre. Os pulmões dela podem colabar a qualquer momento. – a gente conversou um tempo e eu fui ver a Pri. Ela estava cansada, não conseguia falar direito. Os aparelhos estava com números assustadores. Eu fui no corredor.

Eu: Por favor, a doutora Buiar está no hospital?

XX: Sim senhora.

Eu: A Priscilla não está bem. A oxigenação dela está muito baixa, ela está com muita dificuldade pra respirar.

XX: Vou chama-la – eu voltei para o quarto.

Eu: Amor... – ela me olhou.

Pri: Cuida da minha filha... Por favor... Cuida da minha filha. Não a deixe sozinha não deixa a Emilly sozinha... – falava ofegante – Não me deixa morrer, por favor... Não me deixa morrer.

Eu: Você não vai morrer ok? Mas você precisa ser intubada. Eu vou fazer tudo pra te trazer de volta ok? Mas você precisa disso.

Pri: Eu te amo.

Eu: Eu também te amo, muito. Você vai ficar ok? – a Buiar entrou e a examinou.

Buiar: Ela está com um hemotórax. Traz um kit de intubação pra mim, rápido e uma bandeja de hemotórax. – ela me olhou com medo.

Eu: Não fica com medo, vai ficar tudo bem... Não fica com medo... – eu tive que sair e meia hora depois a Buiar veio.

Buiar: Ela vai pra UTI. Ela está intubada. Vamos ver como ela vai reagir na próximas 24 horas. Se não tiver melhora, ela vai pra ECMO. Vamos usar todos os recursos nela Natalie. Um cardiologista vai cuidar de perto também da cardiopatia dela, já recebemos os dados do Copa D'Or. Ela vai ficar bem.

Eu: Obrigada. Posso ficar com ela um pouco?

Buiar: Pode sim – eu fui até lá.

Eu: Amor, vai ficar tudo bem. Eu vou cuidar da sua filha como eu cuido da minha. Vai ficar tudo bem tá meu amor? Logo a gente vai pra casa. – fiz carinho nela – A gente vai se casar, e vamos ter um bebê pra deixar nossas filhas mais malucas que elas já são – ri secando as lágrimas. – A gente vai se casar na praia ou no campo? A gente ainda não decidiu isso. Então fica bem logo pra gente poder decidir e se casar logo. Eu não vejo a hora de me tornar sua esposa e de acordar ao seu lado todos os dias. Não pode me deixar sozinha tá? – solucei – Por favor, não pode fazer isso comigo e nem com a sua filha. – logo eu tive que sair falei com a Emilly que ficou triste com tudo. Eu fiquei com ela o dia todo e a levei pra casa. Ela ia ficar na casa da Pri comigo.

Eu já tinha avisado a Patrícia, ela esteve lápra ver a Priscilla e conversar com a Buiar. Eu e a Emilly conversamos sobrecomo contar a Bella e decidimos esperar mais 24 horas para contar algo pra ela.Eu busquei a Zara na casa da minha sogra, ela estava sentindo falta de casa. Nodia seguinte fui ao hospital, a Pri estava reagindo e isso era ótimo. Amedicação fazia efeito, os pulmões dela estavam melhorando. Hoje fazem 7 diasque as meninas foram para o acampamento. Decidimos não contar nada porenquanto. Avisamos no acampamento o que tinha acontecido com a Priscilla, e foinos informado que os adolescentes só tinham acesso aos telefones a noite parafalar com os pais rapidamente e ninguém sabia de nada então estava tudo bem. Faltavam3 dias para o acampamento acabar. Eu ia ao hospital ficava um tempo com a Prifalando com ela, e os aparelhos reagiam quando eu falava com ela. Ela me ouvia.Eu ainda estava afastada do meu trabalho, a Emilly também, a Liz também estavaafastada, ela inalou muita fumaça, ficou no BiPAP por 2 dias e agora faziainalação a cada 4 horas em casa. 

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAKde žijí příběhy. Začni objevovat