50. Marie

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Depois do jantar quase desastroso que Natalee fez, percebi que ela ao menos estava tentando. Naquele momento, vi que era minha vez de tentar, eu estava decidida a conversar com minha mãe e descobrir mais sobre John, mesmo que talvez não desse em nada. E a melhor maneira de fazer isso, era começando uma pequena investigação. Eu me sentia como uma criança curiosa, como se eu tivesse apenas 6 anos, e, na visão dos outros, era provavelmente isso.

Talvez precisasse da ajuda de Aaron, mesmo que fosse necessário contar a verdade, acho que ele iria entender, ou ele poderia me achar uma oportunista, de qualquer forma, decido arriscar, não iria falar nada a não ser que fosse extremamente necessário, mas não ainda.

Apesar de ser um cantor de country que vendeu alguns CDs, John Relsey era um cara misterioso. Foi difícil encontrar algo sobre ele na internet. Ele havia parado de fazer shows a um tempo, de acordo com o que estava escrito, para "aproveitar o tempo com a família", a qual não encontrei absolutamente nada. Não tinha nada sobre sua namorada, era como se sua vida em Paris nunca tivesse acontecido. Nos dias que vivemos hoje em dia, não sabia como era possível simplesmente sumir do mapa, mas ele conseguiu. Parabéns, pai. Você se tornou um fantasma. Não que isso mude muito a visão que tinha dele a um tempo atrás, até porque, ele realmente era um fantasma para mim.

As aulas de Aaron estavam prestes a voltar, e isso significava que iria passar um tempo sozinha. Isso não era necessariamente algo ruim para mim, poderia usar o tempo para investigar mais sobre quem era meu pai, e assim eu faria.


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    No dia seguinte, ainda dormindo, consigo sentir Aaron depositar um beijo levemente em minha testa. Me remexo na cama, estava cedo, e sabia que ele tinha aula, então apenas volto a dormir, e, quando finalmente caio no sono novamente, Aaron invade meus sonhos, como se não bastasse todo o tempo que estávamos passando juntos.

    Natalee era a única pessoa na casa quando acordo e desço as escadas indo em direção a cozinha. Ela também passava bastante tempo fora, e fico um pouco surpresa por vê-la sentada na mesa de jantar.

    — Bom dia — a cumprimento. Natalee também estava se tornando bem próxima de mim, e eu me sentia confortável perto dela.

    — Bom dia, Marie. Como você está? — pergunta com a voz suave.

    — Bem, obrigada. — Ela fala que tem comida em cima da bancada da cozinha, e que posso pegar, já que eu fazia parte da casa. Eu o faço, porque estava morrendo de fome, e depois de um tempo, ela se junta à mim. Natalee não come nada além de um pedaço de banana, ela era extremamente magra também, e dava para ver que se importava com a beleza.

    Não conversamos muito, estava ocupada demais pensando no que eu diria para minha mãe quando voltasse. Tinha uma esperança de que ela não fosse discutir e não entrasse em seu modo defesa, respondesse as milhares de perguntas que tinha para fazer, e apenas me apoiasse, embora minha parte racional estivesse me falando para manter minhas expectativas baixas, outra coisa que aprendi com o tempo.

    — Aaron voltou para aula agora. — Natalee chama minha atenção. — Se quiser, podemos fazer alguma coisa juntas. — Isso, algo que minha mãe nunca tinha falado. Talvez tivesse, quando eu tinha uns 5 anos, tanto tempo que nem me lembro se realmente aconteceu, ou se foi fruto de minha imaginação. Fico sem-graça, não sabia muito o que dizer, e então, me ocorre que, Natalee poderia me ajudar.

    Não sei se era o ideal, mas a companhia de Natalee não era nada mal, na verdade, era ótima. Coloco a caneca de café que estava segurando em cima da bancada, e a encaro curiosa.

Efeito ParisDonde viven las historias. Descúbrelo ahora