15. Marie

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Foi legal conhecer Aaron, posso dizer que o voo foi um sucesso e espero que a volta seja tão tranquila quanto a ida. Infelizmente não o vi mais depois de ter passado pela imigração, já que ele teve que ir para outro lado porque tem cidadania, mas para mim não tem problema, foi melhor assim. Apesar de ter me divertido bastante conversando com ele, queria que essa viagem fosse mais um tempo para mim.

Dentro do táxi eu não conseguia parar de olhar pela janela, parecia que eu estava vivendo um sonho, o que basicamente era exatamente o que estava acontecendo. Era tudo tão diferente de Tampa, mas de uma maneira incrível, eu mal podia esperar para conhecer tudo. Quando saio do carro, o frio me atinge com força e estremeço.

— Madame? — O taxista chama a minha atenção enquanto eu assoprava e esfregava minhas mãos encarando o hotel de estilo clássico à minha frente. Me viro para encará-lo, ele havia tirado minhas malas e estava esperando o pagamento. Não entendo francês então apenas entrego o dinheiro. — Merci — o moço agradece.

Entro dentro do hotel e o ar quente me esquenta aos poucos. Levo minhas malas até a recepção, e a recepcionista me cumprimenta:

Bonjour. — Eu havia pegado um ano de francês como eletiva no ensino médio, mas foi apenas no primeiro ano, e a esse ponto, eu havia esquecido de tudo, mas sabia que isso era um cumprimento, repito a palavra com uma péssima pronúncia, mas ela sorri. — Check-in? — a moça pergunta, afirmo e fico aliviada de ela falar inglês, apesar do sotaque ser carregado. Ela me dá algumas informações necessárias como horário de café da manhã e o que eu tinha direito no hotel. Era extremamente simples – e barato – mas eu não pretendia ficar muito tempo no quarto de qualquer forma.

Pego o cartão e vou até o elevador. Arregalo os olhos ao ver que ele era muito pequeno, e não parecia muito estável. Olho para trás e a recepcionista me observava com um sorriso, me encorajando, abro um sorriso sem-graça para disfarçar minha insegurança e entro, apertando o botão do terceiro andar. Não havia muitos, eram apenas sete andares, o elevador chacoalha e me seguro pensando se esse hotel teria sido mesmo uma boa escolha.

O quarto por outro lado, não era péssimo. Tinha uma cama de casal e uma televisão razoável. O banheiro tinha uma banheira e era relativamente espaçoso, assim como a mesa que se encontrava perto da cama. Eu me sento na borda dela me perguntando o que eu faria primeiro, mas então, o cansaço bate e quando me deito, durmo no segundo seguinte, sem sonhos, sem nada.


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Acordo assustada e desnorteada, mas o coração acalma quando olho ao redor e vejo que estava no quarto. Ainda não conseguia acreditar que finalmente estava em Paris! Eu até conseguia esquecer por um momento a vida que dei uma pausa nos Estados Unidos. Fico olhando para o teto que estava manchado por um momento e me lembro de Aaron. Será que ele já estava em casa? Não sabia muito sobre sua vida pessoal, apenas conversamos sobre coisas superficiais como músicas, séries e filmes, o que por mim estava ótimo.

Solto o ar antes de me levantar. Ainda eram 19 horas e eu tinha bastante tempo para fazer alguma coisa ainda hoje, o que me deixa animada. Abro a mochila e procuro mais blusas, eu não estava acostumada com esse frio. Pego uma bolsa e coloco minhas coisas dentro, indo em direção ao elevador novamente. Chegando na recepção, noto que a recepcionista havia mudado.

Bonsoir! — ela me cumprimenta sorrindo, eu sorrio de volta pensando que era provavelmente um "boa noite". — Posso ajudar? — pergunta. Ela me oferece um táxi e me diz onde posso encontrar um restaurante legal para comer, agradeço e espero o carro no frio, o que me faz tremer. Sinto um alívio quando vejo o carro branco se aproximando, e dou o endereço para o motorista.

Efeito ParisWhere stories live. Discover now