𝔽𝕚𝕝𝕙𝕒 𝕕𝕠 𝕃𝕠𝕜𝕚

Capítulo 9

—Oi tia May! —Peter fala ao abrir a porta da casa.

—Como foi a escola... —a mulher se interrompe ao me ver.

—Oi! —digo.

—Uma garota! Ele trouxe uma garota pra casa! —Ela diz em pânico.

—Porque ela ta agindo assim? —sussurro para Peter.

—Não é nada, tia May essa é a Helin! —Peter diz e ela estende a mão para mim.

Pego a mão da mulher em cumprimento. Sorrio confusa e ela me puxa para um abraço. Olho para Peter que parece tão chocado quanto eu.

—É um prazer conhecer você! O Peter nunca trouxe nenhuma garota pra casa. —a mulher fala.

—Não é verdade! Eu já trouxe garotas sim...muitas vezes...não é mesmo tia May. —Peter intervém dizendo. 

Eu estou confusa, mas não burra. Já percebi que o Peter não é muito sociável com garotas. Continuo sorrindo pois em situações confusas o sorriso é uma forma compreensiva. Peter entra em seu quarto e May me guia até um sofá.

—O Peter nunca falou de você querida! —May fala.

—Eu sou nova aqui!

—E está gostando? —Ela pergunta.

—Eu ainda não vi muita coisa! Onde eu moro é muito diferente.

—Eu tenho certeza que vai amar! —May afirma e Peter sai do quarto.

—Eu to morrendo de fome! —Peter fala.

Comi com Peter e sua tia, foi divertido e eu gostei da companhia de Peter. Papai com certeza enlouqueceria só de pensar nisso, mas ele não ta aqui. Depois que almoçamos fui com Peter pro seu quarto e sentei em sua cama, enquanto ele fazia lição de casa.

—Isso não é divertido!

—Não existe escola no seu mundo? —Peter pergunta.

—Não, eu tive tutores! Essas coisas que você estuda, eu já aprendi. Mas não em uma escola. Eu sou fluente em muitos idiomas, muitos que foram esquecidos, e também consigo entender a tecnologia avançada de muitos mundos.

—Uau! —Peter fala.

—Como se tornou o homem-aranha?

—Fui mordido por uma aranha! Mas fala baixo, a tia May não pode saber. Ela nunca mais me deixaria sair. —Peter diz e assinto.

—Meu pai também não deixa que eu conte quem sou em Asgard! Em alguns lugares acham que sou um mito.

—Irado! —Peter admite e sorrio.

Peter pega o notebook e pesquisa por alguma coisa, logo depois um vídeo começa a passar.

—O que é isso?

—Um filme! É legal. —Peter fala e posiciona o notebook na cama, ele se senta ao meu lado e presto atenção no filme.

Acabo me prendendo ao filme, nunca vi nada parecido com isso. A terra não é tão insignificante quanto parece. Peter e eu somos quase da mesma altura, mas ele e mais alto que eu alguns poucos centímetros. Encosto minha cabeça em seu ombro exausta, quase não dormi na noite anterior porque estava em uma festa. Eu não estou tão obcecada e precisava me divertir, a última vez que fui em uma festa foi em Asgard e por mais que o vinho de lá seja incrível. As bebidas da terra são criativas e deliciosas.

  —Eii! —Peter me chama e me levanto assustada.

—Peter!

—Você tava cochilando! —Ele afirma e me acalmo.

—É melhor eu ir!

Me levanto e Peter se levanta junto, sigo para fora do quarto atordoada. Como eu me permiti ficar tão vulnerável perto de alguém?

—Tchau May! —digo e Peter abre a porta para mim.

—Até mais Helin! —Peter fala.

—Tchau Peter!

Digo e sem que May visse me teletransporto para meu quarto no hotel, me jogo na cama e adormeço rapidamente. Acordo horas depois com uma sensação estranha. Tomo banho para aliviar aquela sensação, depois me enrolo em um roupão e uso meu poder para conjurar looks. É a melhor parte de ser poderosa. Escolho um deles e faço um par de botas pretas de salto com cano curto aparecerem.

  Outra coisa que os humanos se superam, a moda é magnífica. É claro que os vestidos incríveis de Asgard são maravilhosos, mas coisas práticas são mais atraentes. Volto a sentir a sensação de que algo ruim vai acontecer, me teletransporto para onde a sensação me guia. Apareço no meio de uma confusão, ao que parece as poucas horas que dormir não foram tão poucas, pelo ângulo do sol deve ser umas 10 da manhã. Me perco no meio da confusão, há gritaria e pessoas correndo pelas ruas. Não muito longe vejo elfos negros, eles estão usando roupas rasgadas e tem uma coleira de metal com uma luz vermelha. Como é possível que um humano consiga capturar elfos negros tão facilmente? Passo pelas pessoas, me aproximando dos elfos tentando não ser notada. Mas quando me aproximo vejo os vingadores levando uma surra, havia homens armados e elfos negros lutando. Era uma distração, eles com certeza sabem disso!
Ou talvez não. Não sou do tipo que fica por ai esbanjando gentileza, mas não quero que destruam o mundo que minha mãe vivia. Pelo menos vou poder matar algumas pessoas. Sorrio ao pensar em uma luta justa.

—Vamos ser sinceros, estão lutando com a ameaça errada amigos! —grito em meio a confusão me aproximando cada vez mais.

—O quê? —um homem armado pergunta. Consegui parar o confronto,  espero que os vingadores percebam que é uma distração para que eles percebam que o confronto era apenas uma distração.

—A Feiticeira! —Um dos elfos negros grita furioso em seu idioma complexo e sorrio.

—O que você ta fazendo? —Ouço alguém sussurrar em meu ouvido.

—Estou salvando suas vidas, é uma distração! Quando estiverem achando que estão ganhando eles soltarão o verdadeiro poder em cima de vocês. —sussurro.

—Matem ela! —Um dos homens armados diz.
 
—Não é tão fácil!

Conjuro uma porção de adagas e as atiro com precisão. Elas atingem seus alvos antes mesmo que eles possam saber o que os atingiu. Os homens que estão armados caem, não foram poucos. E então só resta os elfos.

—A feiticeira mestiça veio salvar seu povo! Mas por sua culpa meu povo acabou aqui. Eles sabem que você é tão sádica quanto seu pai? —O elfo pergunta no idioma comum dos humanos.

—Eu não me importo com o que eles pensam ou acham, e também não me importo com as vidas humanas. Mas  sabem bem que eu nunca perderia a chance de matar alguns elfos negros, sentir suas mortes é tão prazeroso quando executá-los.