Capítulo 6

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Passo o dedo pelo pequeno rastro da substância negra, o levo ao nariz e quase vomito. Esse cheiro é familiar e eu sei exatamente de onde é. Nunca esqueceria desse cheiro. Sinto a presença dos outros e antes que me golpeassem me teletransporto para o outro lado e reviro os olhos.

—É sério que iam me golpear novamente?

—A idéia não foi minha! Aliás que estrago foi aquele lá atrás. —Thor fala.

—Não tenho pelo que comemorar, não foi uma luta justa! Eles não tinham chances.

—Está atrás do tesseract! —Thor esclarece incrédulo.

—Eu só quero voltar pra casa!

—E entregar o tesseract para o sádico do seu pai! Pode desistir garota. —Tony fala.

—É sério? Eu nunca entregaria o tessaract ao meu pai, não sou idiota! E vocês tem um problema maior que eu nesse momento, o tesseract está na mãos de um elfo negro.

—Não é possível! —Thor diz e bufo.

—É possível sim! Papai me mandou pra cá usando algum poder desconhecido, os elfos negros podem ter usado algo semelhante.

—Como tem tanta certeza? —Natasha pergunta.

—Aquilo ali no chão é sangue de elfo negro, e eu sei disso porque invadi Svartálfar ano passado com o meu pai, tínhamos assuntos para tratar com o rei deles. Acabamos causando uma pequena confusão, mas nada trágico.

—Não funciona assim gênia! —Tony Stark intervém.

Vejo um vulto negro às sombras da construção, Tony continua falando e os outros parecem estar concentrados e distraídos, me concentro em onde vi a coisa. É diferente de um elfo negro, mas semelhante, é animalesco e horrendo. Não há nada assim em nenhum mundo nem no espaço, a coisa ainda não percebeu que estou vendo. Ele parece estar ciente de algo, o vejo focalizar o olhar nas costas do Tony. As unhas daquela coisa com certeza são fortes o bastante para atravessar o metal, o vejo correr como um vulto na direção do Tony e por um momento hesito. Eu poderia deixar ele morrer, seria um problema a menos. Não, eu que vou acabar com o Stark. Conjuro minha espada e mais rápido que qualquer humano poderia ser chego ao Tony e o empurro para o lado com força sobre-humana, me jogo no chão arrastando meus joelhos no chão e me deito quase totalmente para trás, também não quero ser atingida por essa coisa. Com um único golpe parto a criatura ao meio, sangue negro jorra em todo lugar e me levanto.

—Acho que aqui está a resposta para tudo! —digo e cutuco a cabeça da criatura com a espada. Não é um elfo, mas é um híbrido de um elfo negro com outra coisa.

—Isso é horrível! —A ruiva aprimorada fala, levantando o braço pra tampar o nariz.

—Como previu isso? —Thor pergunta.

—Não sou uma bruxa! Eu apenas prestei atenção ao redor, vi essa coisa a uns 4 minutos.

—E só fez alguma coisa agora? —Dr.Benner questiona.

—Eu estava me decidindo, matar ele antes ou depois dele estraçalhar o Stark!

  Vejo todos ficarem extremamente quietos e preocupados, não questiono porque sei que estão assimilando o fato de que hesitei antes de matar a criatura. Eles tem que entender, o cara foi um babaca comigo. Uso meu poder para ficar limpa, sangue é algo grudento e nojento, faço minha espada sumir também.

—Acho que é um híbrido, é parte elfo! —digo me agachando perto do corpo da criatura.

—Faz sentido, mas não é uma mudança geneticamente natural! Foi modificado. —Dr.Benner diz e franzo a testa confusa.

—Porque modificar os elfos negros e transformá-los em cachorros grandes e horríveis!

—As unhas são extremamente fortes, olha a profundidade que desintegrou o concreto! —Dr.Benner me mostra.

—Isso partiria facilmente o ferro! Legal.

—Não é legal, tem veneno! —Ele diz e fico tensa.

Passo o dedo pela fenda onde as garras da criatura desintegrou o concreto, uma substância negra diferente de sangue gruda em meu dedo. A levo até o nariz, é uma coisa totalmente diferente e desconhecida. Cheira a medo e morte.

—Tem cheiro de morte!

—É desconhecido! —Bruce completa.

—Ninguém vai questionar o fato de que ela disse que tem cheiro de morte? —O irmão da ruiva diz, seu sotaque é bem aparente.

—Eu já matei muitas vezes, o cheiro da morte é sempre o mesmo! Eu consigo sentir o medo deles, não foram voluntários para se tornarem isso.

Me aproximo da criatura e junto as metades do corpo, coloco minhas mãos sobre ele e sinto o couro animalesco. Deixo o poder sair e pegar as memórias da coisa morta, consigo fazer isso com alguns encantos. Mas é tudo como feitiçaria. Depois de ver tudo, me levanto e me viro para os vingadores. O nome é até legal para esse grupo de heróis.

—Peguei as memórias dele, não vi quem está com o cubo mas usaram ele para abrir um portal para outra dimensão. Eles trouxeram muitos elfos com armas diferentes dessas e criadas com o poder do cubo. Havia muita dor e agulhas. Há muitos como esse, um exército. E eu só sei que é um humano quem está fazendo essas atrocidades! —digo e sinto a fúria ao falar a última parte.

—Como sabemos que não está mentindo? —A loira questiona.

—Vocês não sabem! Fica a critério acreditar. Mas não vou permitir que façam isso com esses elfos, maus ou não ninguém merece passar por toda aquela dor.

—Não há nada que possamos fazer se eles tem o tesseract! —Thor diz e me ajoelho diante do corpo do elfo que agora é um monstro.

—Bem e mal, guerra e paz, aliados e inimigos. Eu senti a dor dele e ele só queria voltar para seu lar. Eu não iria querer morrer em um lugar que não fosse meu lar, não iria querer que meu corpo e espírito ficassem em um lugar que não fosse meu lar.

Movo minhas mãos criando uma fenda, não tenho prática para criar portais mas posso criar uma fenda no mundo certo e o mandar para lá. Quando a fenda cria forma, levito o corpo do elfo negro e o passo pela fenda. A fecho logo em seguida e demoro um pouco para voltar ao controle. Até mesmo os monstros sentem dor, e a dor que ele sentia não possuía fim, eu acabei que o fiz um favor pois a morte era a única forma dele voltar a ser o que era antes de ser transformado nessa coisa.

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