CAPÍTULO 28

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BOA LEITURA

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HERA

O olhar preocupado de Lorena não saiu da minha mente até o momento em que saímos pelo portão da floresta. Nesse momento, me permiti pensar na companheira que estou deixando somente com a proteção dos Guardas Reais. Essa missão deve ser rápida, assim, consigo voltar para perto dela o mais rápido possível.

Com Jeeps, saímos pelo portão que dá para à floresta, Miranda diz se lembrar com dificuldade de onde a Profeta mora, e que pelo que ela se lembra o lugar é distante. Por esse motivo, conseguimos dois Jeeps com Luís para sermos rápidos. Estávamos entrando na metade da tarde, por isso, o sol e o calor ainda estão intensos. Entramos na floresta e seguimos uma trilha invisível que somente Luís enxerga. A missão é sigilosa e Luís foi o único com permissão para saber onde íamos, até porque, Miranda conhece a casa da Profeta, mas Luís conhece os caminhos mais seguros de se ir. A Amazônia é grande e selvagem demais para eu e minha equipe andarmos sem ajuda, viemos do Canadá, nunca estiveram na Amazônia, e eu, nas poucas vezes em que estive aqui não andei sozinha. Por tanto, levamos Luís, que segundo o que me disseram, conhece a floresta como a palma da sua mão.

Comigo na equipe somamos cinco pessoas, sendo: as gêmeas, muito boas com facas, Harper, que tem tanta habilidade com armas de fogo quanto eu, e Ruan, um bom lutador. Não pude escolher mais pessoas porque não quis deixar a mansão sem apoio, de qualquer forma, acredito que somente nós damos conta da missão.

Miranda está no banco do passageiro ao lado de Luís, que dirige, enquanto ela instrui na direção em que fica a casa da profeta. No banco de trás nós cinco nos apertamos, e depois de pelo menos duas horas e meia de viagem no Jeeps, chegamos ao que achei ser uma campina, mas ao passarmos por uma estrada de terra entre ela, notei os tocos de troncos de árvores. Não era uma campina. Havia sido desmatado, e a julgar pelo local - uma área reservada e proibida - foi desmatamento ilegal. Uma maldição saiu da minha boca quando vi o tamanho do espaço que haviam desmatado, e apertei os dentes sentindo meu sangue ferver de raiva.

Entramos em mata fechada novamente quando saímos da área desmatada, dessa vez o trajeto foi mais difícil que o anterior, não há trilha por aqui.

- Teremos que ir a pé daqui. - Após a instrução de Luís saímos do carro. Observei a mata ao redor e não pude deixar de me impressionar com a beleza das plantas e do lugar. A vida flui aqui. Me deleitei com o agradável cheiro de mato e terra molhada por uns segundos antes de voltar a focar na missão. Então seguimos o caminho que Miranda indicou, a pé.

~*~

Não sei quanto tempo se passou, em algum momento chegamos a uma parte mais aberta, as árvores pareciam mais distantes umas das outras e pude ver uma trilha bem delineada no chão, trilha pela qual seguimos silenciosamente.

- Não podemos demorar por aqui, existe uma tribo de índios que não gosta de visitas, eles podem ser violentos se nos verem.

- Já chegamos, só precisamos subir esse morro, me lembro que a casa ficava lá em cima, mas já faz muito tempo desde que vim, ela pode não morar mais lá. - Ignoro o apelo silencioso de Miranda para que déssemos meia volta e retornássemos. Ela não quer estar aqui, deixou isso bem claro, ficou o caminho todo dizendo que já fazia muito tempo desde que veio, tentando nos convencer de que com certeza a Profeta louca havia se mudado.

Subimos o morro devagar, a terra está escorregadia e não há pedras para se apoiar, por isso levamos um tempo para subir sem escorregarmos de volta, quando terminamos de subir o morro suspiramos aliviados. Uma casa, muito parecida com uma oca, entrou em nosso campo de visão. Um jardim com flores se estende de um lado da casa, e uma horta de um tamanho considerável do outro.

Destino - Serie One Wolf - LIVRO 2Where stories live. Discover now