CAPÍTULO 20

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Quem tiver interesse em acompanhar minha rotina de escrita e saber mais sobre o processo de lançamento desse livro (pois vai virar livro físico ><), me segue no insta: diario_deumaescritora_

BOA LEITURA! ><

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LORENA

Uma semana inteira se passou para que finalmente pudesse sair de dentro da mansão. Não sabia se é sorte, ou azar, ter que sair da mansão para ficar presa dentro da minha própria casa. Hera decidiu que seria bom sairmos um pouco daquele ambiente, e tive que concordar, ver os dias passando pela varanda do quarto não é nada animador. No entanto, não queria sair de uma prisão para outra. Mesmo não gostando muito da "mudança de cenário", vi a tensão em que os guardas ficam toda vez que um grupo diferente de sacerdotes passa lentamente pela rua da mansão. Infelizmente, não podemos expulsá-los da rua, já que os sacerdotes são aristocratas que moram no mesmo bairro. 

Tentei ver o lado positivo das coisas: pelo menos vou matar a saudade da minha casa, mesmo que seja só por um dia. Hera e eu aproveitamos o dia para dormir e treinar. Ela me ensinou técnicas de luta corporal que não são ensinadas pelos treinadores, quando a questionei o porquê, simplesmente respondeu: "Duvido que a maioria deles tenha vivido por tempo suficiente para aprender."

Fiquei com a explicação em minha mente o restante do dia, e fiquei imaginando o que Hera não devia ter vivido e passado em quase dois séculos de vida. Não quis nem imaginar, não conseguia me ver vivendo a anos atrás. Os primeiros cem anos de vida dela era um mundo totalmente diferente do que é agora, além disso, outra questão voltou a surgir em minha cabeça: se Hera tem quase dois milênios de vida, quantos anos Jeremy e Anna tem? 

Quando voltamos para a mansão no dia seguinte Aliandra e Miranda me esperavam, passei o dia com elas treinando formas de controlar minhas emoções para não deixar que meus dons fossem controlados por elas.

"Você as controla, não elas controlam você."

Era o que Aliandra me dizia todas as vezes que treinávamos. Conforme os treinamentos foram passando, os dons de Miranda se tornaram mais fáceis de entender, ela não precisava me tocar para entrar em minha mente e ver o que eu pensava e sentia, mas com um toque ela podia ver minha vida inteira. Em alguns dias, quando Elisângela está junto, Miranda aproveita a presença de Elisângela - que aparece para assistir por curiosidade, segundo ela - para ela tentar alguma coisa, dessa forma, Miranda está treinando não só a mim, mas Elisangela também, porém, Elisângela não passa mais que um minuto tentando antes de parar alegando cansaço, mas víamos em sua expressão o desinteresse em aprender tudo. Ela estava ali para passar o tempo, não para aprender "a profissão da mãe", segundo ela. Na maioria das vezes Elisângela recusa tentar qualquer coisa que Miranda pede, e nessas vezes nem Miranda e nem eu insistimos, contudo, em outras vezes - poucas vezes - ela tenta, e em todas as poucas tentativas que faz, treinando pela primeira vez os princípios que Miranda a ensina, Elisângela não falha uma vez sequer. Miranda sempre fica orgulhosa quando a filha finalizava o teste - em mim -, mas a alegria não dura muito, já que assim que consegue Elisângela some de vista irritada, como se ter conseguido realizar a tarefa não fosse o que queria.

Não quero ser invasiva com Elisângela, não quero ser enxerida e ficar perguntando as coisas, quero que ela se abra comigo e conte. Que ela não quer suceder Miranda não é segredo para ninguém, toda a alcateia sabe do descontentamento de Elisângela com os próprios dons, mas o que eu não entendo, é a raiva e a irritação crescente que sempre vejo nela quando Miranda menciona ser o destino dela, e que ela não pode fugir do próprio destino, assim como ela também não pôde. 

Destino - Serie One Wolf - LIVRO 2Where stories live. Discover now