A grande festa merda

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Essa já era a terceira vez que aquela cena se repetia aos olhos de Santana, Brittany e Sam lado a lado sentados, a cabeça da loira tombada no ombro do garoto, conversando e... sorrindo. Que grande merda. O mundo virou ao contrário em um mês, tudo depois daquela maldita festa, era de se esperar que algo de ruim saísse dali. Adolescentes, hormônios, mais bebidas álcoolicas ilegais, o combo perfeito para uma grande merda. Enquanto Rachel e Quinn ficavam naquele chove e não molha, Santana estava mais amarga do que boldo, a ponto de matar um com o olhar só por passar na sua frente.
Bom, vamos de flashback para a grande, grande festa merda.
 

Flashback ON

 
- Tem certeza que você quer ir mesmo a essa festa? – Santana se jogava nas almofadas que Brittany colecionava em sua cama, enquanto a olhava de um lado para o outro, se arrumando.

- Tenho. E não fale como se não quisesse ir.

- É só que eu prefiro ficar com você aqui. Só nós duas. – Aquele olhar pidão quase amoleceu Brittany, mas a garota estava realmente com vontade de dançar e sair um pouco.

- Deixa de ser manhosa, vamos. E aí – falou, dando uma volta na frente de Santana – como estou?

- Perfeita – suspirou

- Igual a você. Vai ser legal, você vai ver – Brittany chegou perto dando um beijinho na ponta do nariz de Santana, arrancando um sorrisinho lindo da morena.

- Ok... vamos.

 
A casa de Sam estava de jovens saindo pela janela, bem típico de filme americano besteirol. Haviam casais se beijando por toda parte, além de metade do time de futebol abusando do barril de cerveja no jardim. Copos vermelhos espalhados pelo chão, o som nas alturas tocando um tunz tunz aleatório. Toda a escola e além dela estava naquele lugar. Santana avistou Quinn na área da piscina, enquanto os olhos azuis focaram em Sam e apenas foi cumprimentá-lo. Olhos castanhos reviraram pela primeira vez.
Rachel e Kurt também estavam juntos e já foram levando Santana para aonde Quinn estava.
 

- Hey loseeeers – A voz de Quinn estava ligeiramente alterada, bêbada.

- Hey projeto de Amy Winehouse

- Vai se foder, Santana. Babaca.

- O que tem nesse copo? – cheirou – Que merda é essa Quinn?

- Uma misturinha chamada: Devolve meu copo e cai fora.

- Sant, vamos embora. – Rachel falou se fazendo presente, pegando no braço da prima – Vamos para o outro lado da festa.

- Olha quem veio, trollBarry, quase não te enxerguei devido ao tamanho. Quem convidou os dois patetas? – apontou para Kurt e a garota, sorridente.

- Achei vocês – Brittany chegou esbaforida cortando no ato a resposta pronta que Rachel tinha para a dar a loira rebelde. – Vocês precisam vir, vamos dançar.
 
Os cinco saíram dali deixando Quinn de lado, indo para o interior da casa. Por um segundo Santana achou que a música perfuraria seu tímpano de tão alto, mas até que aquela, ela gostava e muito. Se entreolharam e bom, já que estavam ali, por que não aproveitar?!. Seus corpos se moviam e quando tocou Hello Kitty – Avril Lavigne, Brittany só faltou surtar, dançando lindamente, abrindo a roda enquanto todos a olhavam babando, inclusive os olhos castanhos.
Os jovens passaram a beber cerveja, um, dois, três, quatro copos e mais algumas doses de uma bebida mais forte. Kurt se viu dançando com Sebastian e nem soube quando criou coragem de chegar no rapaz, só abriu os olhos e já estavam assim. Lapso de memória. Rachel beijou um dos jogadores de futebol, deixando todos boquiaberto, principalmente a prima com tal atitude. Depois do jeito babaca de Quinn agir, Rachel só queria apagar a loira da mente. Inútil, mas útil no momento.
Santana e Brittany dançavam juntas, separadas, trocando olhares, sorrisos. Desejo explodiam nos olhos e corpos uma da outra, mas a morena travava quando sentia outras pessoas a reparando, sendo que na realidade, 95% não estava nem aí. Brittany já não aguentava aquela situação, queria beijar a garota por quem estava apaixonada, e que se dane toda a escola. Chegou chegando e num piscar de olhos a beijou, e tudo estava uma delícia até o primeiro babaca berrar: Santana é sapatão, e sair puxando a patota bêbada, rindo e fazendo coro. Claro que Brittany não previra isso. Santana arregalou os olhos e a empurrou – Sai de perto de mim.

- Sant...

- Sai Brittany... Sai de perto de mim. Droga. Olha o que você fez. – seus olhos encheram d’água – Que merda.

- Então é por isso que você não quis ficar comigo- Puck cambaleou e passou o braço pela morena – Você é sapatão – riu – Poxa gatinha, eu posso te ajudar a consertar isso.

- Tira a mão de mim seu babaca.

- Você é selvagem. Gostei – sorriu malicioso.

- Cai fora Puck – Brittany o empurrou.

- Não precisa ter ciúmes loirinha, a gente divide.
 

Santana saiu empurrando cada ser que estava a sua frente, rindo e zombando dela. Achando sua prima perto de Quinn, óbvio, com uma feição não muito amigável.
 

- To caindo fora pirralha.

- Resolveu se assumir no meio de todo mundo? Oh, tô chocada. Palmas – Quinn debochou

- Escuta aqui, eu estou de saco cheio desse teu jeito babaca de ser, querendo chamar a atenção. No fundo você é só uma mimada, que precisa de frases prontas e essa roupa de couro ridícula preto. Boa sorte enquanto joga tudo na lixeira para manter seu ego inflável.

- Uau...

- Sant...

- Brittany eu não quero você perto de mim. Sai daqui.

- Me desculpe.

- Não.

- Vem, vamos Sant.

 
Flashback OFF.

 
Desde o dia da festa entitulada como A GRANDE MERDA, Brittany não se aproximava mais de Santana. Tentou por todo o final de semana explicar o que sequer tinha explicação, em vão, a outra não ouvia uma só palavra. No colégio foi aquela sessão de piadas, risinhos, cochichos, levando a garota brigar e ganhar uma suspensão. Os nervos estavam a flor da pele. E ver Brittany ao lado de Sam, mesmo que conversando, piorava ainda mais a situação.
Trancada em seu quarto, com as cortinas fechadas, Santana dedilhou o violão, seu companheiro fiel, deixando a melodia preencher cada espaço, principalmente o do seu coração. Que saudades sentia de Brittany, dos olhos azuis mais lindos que pode olhar, dos beijos quentes, o abraço acolhedor em forma de porto seguro, de quando seus corpos se tornavam um, da voz doce, as risadas, o jeitinho perfeito... lágrimas escorriam da forma mais triste que poderia acontecer.
Sua voz embargada começou as primeiras notas...
 
“ The first time ever I saw your face
I thought the sun rose in your eyes
And the moon and the stars were the gifts you gave
To the dark and the endless skies, my love
To the dark and the endless skiesAnd the first time ever I kissed your mouth
I felt the earth move in my hand
Like the trembling heart of a captive bird
That was there at my command, my love
And the first time ever I lay with you
I felt your heart so close to mine
And I knew our joy would fill the Earth
And last and last and last till the end of time, my love... “
 

Me conta da tua janela ...Where stories live. Discover now