Canção

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- Seu quarto é tão... tão... - Santana falou enquanto entrava no quarto de Brittany pela primeira vez, com a loira sorrindo para ela - tão... - Não sabia como definir, aquele quarto era o oposto do seu.

O quarto de Brittany tinha as paredes cor amarelo claro, um puff rosa peludo que ficava em frente a penteadeira com luzes em volta do espelho grande. Sua cama de casal era forrada com uma manta de borboletas coloridas e algumas almofadas de diversos formatos, tinha de: gato, pizza, unicórnio, donut, arco-íris, urso, mas sua preferida era uma do Harry Potter. Havia também uma TV grande, porta retratos, um criado mudo com um abajur, um tapete rosa peludo e uma estante com livros e funko pop.

- Tão... ?

- Fofo ? - Seus olhos reparavam em cada detalhe do ambiente. Parando pra pensar, tudo aquilo era realmente a cara de Brittany.

- Essa foi sua melhor resposta? - Brittany ria da cara da amiga.

- Pior que foi Britt.

- Vou levar isso como um elogio então.

- Seu quarto é o oposto do meu.

- Preciso conhecer o seu então...

- Quer ir lá amanhã? - Santana a questionou

- Combinado.

Santana e Brittany passaram toda a tarde conversando, tocando violão e cantando. A cada música que preenchia o ambiente, as jovens sentiam o coração acelerar, principalmente devido a troca de olhares e sorrisos que davam uma a outra. Brittany não entendia porque seu coração sempre batia forte ao lado de Santana, elas mal se conheciam, não deveria ser normal isso. E quando Santana a encarava com aqueles olhos castanhos escuros, seu estômago gelava e muitas borboletas batiam asas por lá. Era uma montanha russa de sensações. Santana não ficava atrás, pelo contrário, estava igual ou pior do que Brittany. Aqueles olhos azuis a deixavam sem palavras, perdendo a letra da música e errando uma nota a cada encarada que recebia. Sua boca ficava seca e por duas vezes precisou controlar o corpo para não ir de encontro com Brittany. Isso estava fazendo sua mente pirar.

- Vamos cantar outra... por favooor - Brittany pedia com olhos pidões, fazendo beicinho. Coisa que deixou Santana desconcertada. Precisava ter uma boca tão linda assim?

- Não Britt... meus dedos já estão doendo.

- Só mais uma... É a última. Prometo, de mindinho. - falou levantando o mindinho.

- Tudo bem. A última, mas eu vou escolher agora.

- Sem problemas Sant - Brittany falou empolgada dando pulinhos pela cama - e qual vai ser?

- Eu gosto muito, muito dessa música e bom, - corou desviando o olhar dos azuis - ela... ela me lembra você.

- Oh... - Brittany não estava esperando aquela informação. Jogada assim, na cara.

" Teu jeito rima com o meu

O tom albino da tua pele me contrasta
Meu toque até te escolheu
Pra te fazer casa

Meu bem, tu tem minha saudade
Minha verdade, meu querer
Então se deixa ser, mais de mim ter
Mais de mim que já é
Que já tem ... 🎶 "


Brittany estava com um sorriso besta na face e as bochechas coradas, seus olhos e os olhos de Santana se fitavam a todo momento, enquanto cantava a música. A jovem com o violão tremia os dedos nas cordas, quase gaguejou em alguns momentos. Era a primeira vez que se sentia assim, aquilo já estava ficando recorrente ao lado da nova amiga. Quando terminou de cantar, um silêncio pousou no quarto, ficando evidente o quanto estavam respirando com certa dificuldade. Antes que os cérebros enviasse algum sinal, a mãe de Brittany bateu na porta, dizendo que já havia chegado da rua e ambas deram um pulo de susto. Santana se levantou apressada, se despedindo e dizendo que precisava ir. Seu coração quase sai do peito no momento em que ouviu as batidas na porta.

- É... amanhã. Então. Tá certo, né? Na sua casa? - Brittany perguntou quando chegou na porta do apartamento, estava com as mãos suadas e desconcertada com o que tinha acontecido no quarto. Mesmo assim, mesmo se sentindo estranha, queria passar outra tarde com Santana.

- C-Claro Britt. Combinado.

Quando Santana ia se virar para ir embora, Brittany segurou sua mão a fazendo se virar e foi com os lábios de encontro a bochecha morena. - Tchau, Sant - falou, com o hálito quente, deixando o corpo da outra fervendo, paralisado. Fechou a porta e só então conseguiu respirar, deixando um sorriso largo brotar em seu rosto. O que estava acontecendo?.
Santana foi cambaleando até sua casa, com a mão no rosto, protegendo a bochecha como se fosse algo precioso. Bom, naquele momento, era. Estava se sentindo idiota demais, mas não se importou com aquilo no momento.
Brittany ficou esperando a luz do quarto de Santana acender para poder mostrar o bilhete escrito, e aqueles minutos foram uma eternidade, estava ansiosa demais.

Adorei nossa tarde hoje (escreveu no papel em branco)

Eu também, Britt

Obrigada pela música. Baixei no Spotify.

Vamos ouvir agora?

Vamos

Santana pegou o celular do bolso, conectou o fone de ouvido e escreveu no papel: PLAY . E assim Brittany também fez. Agora as duas estavam ouvindo AnaVitoria - Tua. No final da música, trocaram sorrisos, e Brittany reparou mesmo de longe, as covinhas e os olhinhos puxadinhos lindos da outra. Deitou na cama, olhando o teto, as duas estavam na mesma posição sem saber. - Isso é loucura! - repetiram.

Me conta da tua janela ...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora