Kiss a girl

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Três dias antes de terminar as férias de verão, Santana estava no quarto de Quinn ouvindo alguns CDs de Rock ao lado da amiga, ambas jogadas na cama olhando o teto e fumando cigarro. Quinn Fabray mais uma vez havia discutido com a mãe, que tomava conta da casa sozinha, dando duro para a criação da aborrecente, e bom, a rebeldia da filha atingiu o limite de sua paciência. O motivo da briga, mais uma vez, foi as mentiras desnecessárias que a garota loira com partes do cabelo rosa contava. Mesmo sua mãe sendo bastante liberal, Fabray mentia e agia errado, mais para irritar a mãe e chamar sua atenção.
Santana ouvia as lamurias da amiga sempre quando as duas discutiam, mas justo essa tarde, em meio a melodia de Whitesnake, a latina com os olhos fechados lembrava de Brittany e em como a comunicação delas havia melhorado após aquela noite. Estava se achando meio maluca por ter uma garota ocupando seus pensamentos tempo demais.

- Por que você está com essa cara de besta ?

- Hãn? Que cara - Santana havia levado um susto pelo questionamento da amiga. Não se deu conta que estava sorrindo ao lembrar da vizinha.

- Essa cara de idiota. Vai esconder de mim ? Quem é o cara?

- Não tem nenhuma cara. Fala sério.

- Então é o que ?

- Já disse que não é nada.

- Você sequer ouviu o que eu acabei de contar.

- Eu já ouvi sobre suas brigas com sua mãe diversas vezes Quinn.

- Ouviu também que estou pegando o vizinho de cima - Quinn fez uma cara safada para a amiga, que arregalou seus olhos castanhos, espantada.

- Aquele cara tem o dobro da sua idade. Tá maluca.

- Estou... estou maluquinha por ele.

- Você é uma vadia. - ambas deram risadas e Quinn sentou em cima de Santana, segurando seus braços por cima da cabeça. Chegou perto dos seus lábios carnudos, deixando-a tensa.

- Uma vadia bem gostosa, por sinal. - sussurrou, desencadeando arrepios por todo o corpo moreno.

Santana precisou se concentrar e jogar Quinn para o lado vazio da cama, ouvindo sua risada estridente se divertindo pelo nervosismo da amiga - Você é uma babaca - e levou uma travesseirada em seguida.

- Ficou nervosa por que Sant? É só um beijo.

- Um beijo em uma garota, né, sua doida.

- E qual o problema? - Quinn sentou na cama olhando para a amiga - Você nunca experimentou ?

- Não, por que, você já? - seus olhos eram puro espanto  com aquele papo todo de beijos em garotas.

- Você é tão bobinha Sant - A loira com mecha rosas voltou seu corpo para o lado da latina e olhando nos olhos castanhos intensos, divertindo-se, colou seus lábios nos carnudos e Santana precisou de segundos para fechar os olhos e deixar a língua da amiga entrar em sua boca. Aquilo era doideira, loucura, mas uma delícia, muito bom mesmo. Santana se empolgou e apertou a cintura da garota, pressionando para mais perto de si, arrancando suspiros abafados.

O beijo durou mais do que Quinn previu, e Santana estava em êxtase no final. Seu coração batia a mil no peito. Até que beijos de garotas eram gostosos e doces. Os olhos castanhos abriram lentamente, sem acreditar no que havia acontecido segundos atrás, disfarçando o máximo que pôde e agindo como se nada tivesse acontecido. Permaneceu mais uma hora no quarto de Quinn e depois seguiu rumo ao seu apartamento.
Quando Santana entrou no elevador e olhou seu reflexo no espelho, deu uma gargalhada, de nervoso total. Puta merda, havia beijado uma garota, sua melhor amiga por sinal, e porra, aquilo era insano. Insano para ela, comum para Quinn, que depois do beijo seguiu falando do cara mais velho que estava afim. Afinal, foi só um beijo.
Dois andares abaixo, Brittany chamou o elevador e deu de cara com a vizinha, sua nova amiga, meio diferente, por assim dizer.

- Sant... Oi... tudo bem?

- Oi Britt... ótima e você?

- Muito bem por sinal - sorriu para a amiga mexendo na franjinha, inquieta. Queria falar mais alguma coisa, só não sabia como - Quer ir lá em casa amanhã? - agiu por impulso ao fazer o convite. Na verdade, ela só queria conversar mais com Santana, do que os bilhetes pela janela.

- Pode ser a tarde?

- Sim, claro. Leva o violão, para você tocar pra mim. - falou corando, se dando conta do que havia dito - Quer dizer, para nós... Para ouvirmos... Enfim - ambas sorriram - Você entendeu, não?

- Claro Britt. Levo sim.

Quando chegaram ao térreo, Brittany seguiu seu caminho e Santana foi para seu bloco, entrando novamente em um elevador e indo direto para seu quarto. Seus pais nem a viram passar, mais parecia um raio, bem sonic. Santana achava que se seus pais a olhassem, com certeza saberiam que ela havia beijado uma garota e bom, isso poderia ser um furacão.
Sentiu receio de se abrir com alguém, ou com a prima que era sua amiga desde quando usavam fraldas, então, como última alternativa, começou a escrever em seu caderno de composição.

" I kissed a girl and I liked it
The taste of her cherry chapstick
I kissed a girl just to try it ... "

Parou de escrever quando ouviu as batidas na porta do quarto.

- Santana... Hija...

- Mamá.

- Daqui a pouco vou servir o jantar.

- Eu sei. Já vou.

- Não demora.

- Ok

Santana fechou seu caderno e colocou dentro da gaveta da escrivaninha, trancando com chave, única gaveta que tinha esse tipo de fechadura. Ali dentro continha seu caderno de composição e seus cigarros mentolados.
O jantar foi tranquilo em todos os sentidos e antes de ir dormir, Santana observou a janela de Brittany, aguardando que a cortina fosse aberta e ela aparecesse para lhe dar um boa noite. Só que do outro lado, Brittany estava tão empolgada por Santana ter dito sim, que ficou pulando em cima da cama e cantando, com uma escova na mão fingindo ser microfone. A loira estava empolgada com sua amizade que só crescia com o passar dos dias, e sua vontade era de estar com Santana a todo momento. Era inexplicável o que sentia, porém de todos os sentimentos loucos que se embolava dentro do coração da jovem, o único latente era a vontade de estar perto.

Me conta da tua janela ...Where stories live. Discover now