Capítulo VIII - Aliados Impremeditados

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✦Boa leitura✦

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Correntezas Negras

Capítulo VIII

Aliados Impremeditados

O silêncio de Sakura conseguia ser ainda pior do que os gritos dela. Naruto apenas observava a amiga de longa data avaliar seu ferimento com o rosto concentrado. O corte não tinha aparência ruim, mas não dava sinais de que o processo de cicatrização estivesse ocorrendo bem.

Volta e meia a Haruno suspirava e sabia que ela estava se segurando. Nem chiou quando a médica começou a costurar o corte depois de tê-lo limpado de maneira apropriada. Sabia que ela tinha criado uma pasta com efeito anestésico que poderia diminuir bastante seu incômodo, mas parecia que tinha "esquecido" de usar.

- Isso deve bastar. – Informou enfaixando o ferimento. – Quem foi o incompetente que cuidou disso antes de mim?

- Kakashi...

- É, como médico ele demonstrou ser um excelente pirata. – Resmungou se levantando. – Como está?

- Dá para aguentar.

- Ótimo.

No momento seguinte o pequeno punho de Sakura bateu com tudo na lateral do rosto do loiro que caiu com um estrondo. Naruto sentiu os miolos sacudirem com a potência do golpe. Para uma mulher tão pequena a Haruno tinha uma força absurda.

- Eu sei que mereço.

- Você merece que eu te cape seu... seu...! - O rosto da rosada de avermelhou com a força que ela fez para pensar em um adjetivo ofensivo o bastante para expressar sua raiva, mas não encontrou nenhum. – ARGH! Mas que merda você estava pensando seu estúpido?! – Indagou erguendo o amigo pelo colarinho da blusa. – De quem foi essa ideia?! Não, bem precisa dizer. Foi do Sai, não foi? Aquela lombriga desnutrida com convicções de primeira dama.

Sakura soltou o loiro que deu um passo para trás e caiu sentado na cadeira ainda tonto pelo soco. A médica começou a recolher suas coisas de modo automático, xingando todos eles e reafirmando o quão patifes eram os homens.

No entanto, ao se virar para Naruto não conseguiu continuar. A expressão do Uzumaki estava lisa, mas a opacidade dos brilhantes olhos azuis a fez lembrar-se da noite que Uzushio foi atacada. Aquela tinha sido a única vez que viu os orbes safiras tão mortos e não achou que veria outra vez.

Respirou fundo visando acalmar seu próprio gênito e sentou ao lado do amigo passando o braço pela lateral do corpo em um abraço um pouco desajeitado.

- Eu sabia que o que eu estava fazendo era errado. – Naruto admitiu com a cabeça baixa. – Mas ao mesmo tempo pensava que se não fizesse tudo que estava ao meu alcance para pegar o Salamandra estaria... Ele matou meu avô! Ele cegou minha mãe! Destruiu nossa casa, assassinou seus pais e os pais de tantos outros que estão nesse navio. Tinha que ir até o fim.

- Você sabe que eu nunca censurei o seu desejo de vingança por sentir exatamente o mesmo que você sente. – Sakura apertou o ombro bom. – Eu também quero e preciso ver aquele bastardo, filho de uma porca, acabado. O seu erro foi tê-lo deixado no escuro. Tudo isso é muito mais assustador para ele.

- No momento em que Sasuke me disse que o outro pedaço do colar estava perto, eu soube que o irmão dele não estava longe e mandei que ele fosse encontrá-lo. – Contou rouco. – Achei que seria a última vez que o veria e pareceu que parte de mim estava morrendo, mas eu nunca poderia imaginar que ele escolheria voltar.

Correntezas NegrasOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz