Correntezas Negras

Capítulo II - Memórias Submersas - Parte II

✦Boa noite, amores^^✦

✦Estou um dia atrasada, essa história é para ser atualizada toda quarta feita, mas essa semana foram tantas emoções que ficou complicado para mim. Vó faleceu, tive intoxicação alimentar, foi confirmado um concurso aí que pretendo fazer... Me perdoem ✦

✦Não tá fácil --'✦

✦Aproveitem o capítulo e perdoem qualquer erro, revisei com os olhos ardendo de sono xD ✦

✦Boa leitura✦

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Correntezas Negras

Capitulo II

Memórias Submersas

Parte II

Apesar de viver no mar, Mikoto nunca tinha parado para observá-lo como fazia agora. Estava sentada na areia, sob uma toalha branca que foi cuidadosamente esticada. O oceano naquela manhã parecia um lago com pequenas ondulações.

Sua casa era linda, misteriosa e fascinante. As características que definiam o mar eram as mesmas que usavam para descrever as sereias. E isso não era coincidência. As lendas antigas contavam que as sereias eram uma personificação física da magia do oceano.

Suspirou alto, ultimamente estava bem reflexiva e um tanto emotiva. Mas não era por menos. Suas mãos acariciaram o ventre saliente com cuidado e carinho. Pelos seus cálculos faltava muito pouco para a criança nascer.

E assim que o bebê nascesse iria voltar para o oceano onde era o seu lugar. O passar dos meses a estava deixando muito confortável vivendo em terra e perto daquele humano.

Fugaku Uchiha era um homem notável.

Quebrar as barreiras dele para seduzi-lo exigiu bastante da sua energia. Eram raras as vezes que uma sereia precisava recorrer ao canto para dobrar um humano à sua vontade. Os homens costumavam perder a cabeça e não hesitar em ir atrás da sua própria satisfação, mas ele agiu de maneira diferente. Mesmo hipnotizado pela sua música ao possuí-la, ele foi tão zeloso e dedicado a lhe proporcionar prazer.

Prazeres que nem sabia que existiam e cuja simples lembrança causava calafrios na sua espinha. Ao acordarem na manhã seguinte, Fugaku parecia consternado consigo mesmo. Como se tivesse cometido um erro indesculpável ao dormir com ela. Aparentemente ele acreditava que tinha abusado da sua inocência.

Era tão... Adorável.

E usar essa palavra para descrever um ser humano, filho da terra, não era algo que costumava imaginar.

No entanto, desde aquele dia ele não tocava nela. Naquela manhã pediu para que esperasse na casa porque tinha um compromisso urgente e que assim que retornasse eles conversariam direito sobre o que tinha acontecido.

Como precisava ter certeza que a relação tinha dado frutos, resolveu obedecer e esperou na praia. Ele não tardou a voltar e quando chegou questionou mais uma vez quem era ela e de onde tinha vindo. Claro que não podia revelar que era uma sereia. Então apenas respondeu:

"De longe..."

"Família?"

"Não há família..."

Depois disso houve um período de silêncio em que eles permaneceram se encarando. Foi fascinante ver aquele humano chegando a uma decisão.

"Você é minha responsabilidade agora". – Fugaku determinou resoluto. – "Nossos atos podem ter consequências e nesse caso eu garanto que não vai faltar nada para você".