Capítulo III - Memórias Submersas - Parte III

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✦Olá amores!✦

✦Acreditem que esse capítulo teve o arquivo corrompido e eu precisei reescrever uma boa parte dele? (ಥ⌣ಥ)✦

✦Só quem escreve sabe como isso é de matar porque parece que nunca fica tão bom quanto da primeira vez ✦

✦Boa leitura✦

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Correntezas Negras

Capítulo III

Memórias Submersas

Parte III

- Força menina! Força! – A parteira incentivava sem parar. – Quer ou não quer ver o seu bebê?

Mikoto assentiu, tomando longas respirações e voltando a empurrar com cada gota de energia que tinha no corpo. Aquilo já estava durando algumas horas e a dor era algo que não conseguia descrever.

Tinha que ser forte para trazer logo aquela criança para o mundo, ela era sua passagem de volta para casa. A levaria para onde pertencia a afastando para sempre das tentações dos humanos. Agarrou o colar no pescoço e fez um esforço final, não conseguindo repreender o grito dolorido que escapou da sua garganta, mas que logo foi substituído por um choro forte que fez seus olhos se encherem de lágrimas.

- É um menino! – A parteira anunciou pegando a criança com cuidado.

- Menino? – Mikoto repetiu rouca.

- Sim, um menino forte e saudável.

A mulher mais velha limpou o bebê com a habilidade de quem já tinha feito isso muitas vezes e o entregou de volta para mãe se afastando em seguida. Sabia que esse primeiro momento entre mamãe e filho era muito importante para criar o vínculo que compartilhariam para o resto da vida.

Com os braços trêmulos, Mikoto segurou o neném e não reprimiu as lágrimas que eram uma mistura de tristeza com felicidade. Não conseguia se sentir decepcionada por não ter dado a luz a uma menina, não quando olhava para aquela face pequenina que se aconchegava a ela como se precisasse do seu cheiro para sobreviver.

Ele era tão pequeno e tão lindo.

Mas seu coração estava despedaçado por saber que precisaria deixá-lo para trás. Que não estaria por perto quando ele falasse e andasse pela primeira vez. Fechou os olhos soluçando contida. Ao seu redor as mulheres que tinham auxiliado o parto interpretavam suas ações como uma reação à maternidade e a deixavam em paz.

Mikoto tocou a face do filho com a ponta dos dedos querendo gravar para sempre o rostinho dele e a textura da pele na sua memória. Porque sabia que cada segundo com ele seria limitado.

- Querida? – A parteira chamou em tom carinhoso. – Me entregue o bebê para que possamos limpar você e a cama.

A morena encarou a idosa com os olhos arregalados e se encolheu em uma negativa evidente de entregar o filho para qualquer um. A anciã apenas suspirou paciente, já tinha visto essa reação inúmeras vezes principalmente em mães de primeira viagem que achavam que alguém ia roubar o bebê delas.

- Está tudo bem. – Garantiu em tom maternal. – Ele vai ficar bem aqui pertinho de você. Mas precisamos te ajudar a tomar banho e trocar os lençóis. O Contra-almirante deve está querendo ver o filho de vocês.

Correntezas NegrasWhere stories live. Discover now