Uma história sobre vôlei, e estrelas, e amor.
Quando Amber se via encurralada pela pobreza que a ameaçava sufocar, um anjo de olhos puxados apareceu à sua frente, a fazendo uma proposta de mudar de vida usando seu talento.
E no meio do caminho tinha...
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Lembranças. Lembranças daquilo que já foi; lembranças do que aconteceu e eu mal me recordo porque não estava consciente; lembranças que queremos que volte e acabam sempre acontecendo de forma distinta ainda que tudo colabore para que aconteça novamente.
Tal pensamento voltava constantemente em sorrisos, beijos e os poucos abraços que damos. E foram justamente estas lembranças que me trouxeram à esta joalheira no meio do shopping, sem sequer saber por onde começar.
ㅡ Boa tarde, senhor!
Fingi ignorar o cumprimento do velho anfitrião do local, ato que causou repulsa por parte de Watanabe, que me empurrou até o balcão, encorajando-me a sorrir para o homem.
ㅡ Boa tarde.ㅡ disse de maneira obsoleta ao observar em volta, esperando que a joia que procurava fosse brilhar à minha frente e eu não poderia escolher mais nenhuma.
ㅡ Procura algum presente para a sua mãe? Irmã?
ㅡ Namorada.ㅡ respondi antes que o homem pudesse me apresentar tal alternativa, pois sem dúvidas seria bem mais constrangedor.
Apoiei os punhos no balcão.
ㅡ Cara, vou olhar algum relógio para mim.ㅡ Haruto disse e em seguida deu tapinhas em meu ombro, circulando pela imensidão da loja, de forma que não tive nem tempo de impedir ou permitir.
ㅡ Vai pedir ela em casamento, não é?
Não foi nem preciso olhar para o pequeno espelho circular sobre a bancada para saber que eu estava ligeiramente vermelho com tal pergunta, de maneira que consegui apenas balançar a cabeça. O senhor soltou uma risada e se baixou, a mexer ruidosamente em algum lugar.
Pegou três compridas e estreitas caixas: uma com veludo preto, uma com veludo vermelho-sangue e uma com veludo rosa-bebê. E colocou todas sobre o balcão, uma ao lado da outra.
ㅡ Se ela gostar de algo mais tradicional, vai amar esta; ㅡ abriu a caixa vermelha, revelando doze anéis ㅡ se ela gostar de algo mais extravagante, vai gostar desta; ㅡ abriu a caixa preta revelando tantos anéis brilhantes que meus olhos quase foram ofuscados ㅡ mas se gostar de algo simbólico, vai amar esta.
Por fim, abriu a caixa rosa, e parecia que ali eu podia ver Amber e toda a sua essência dentro de uma caixa.
ㅡ Ela ama coisas simples.ㅡ admiti, com um sorriso.
O velho se pôs ao chão outra vez, guardando as outras caixas. De cara, os anéis que me encantaram foi um de ouro bem fininho, com pequenas estrelas de diamantes ao longo do aro; e também outro com arabescos de eucalipto e ao centro uma pedra de esmeralda.
ㅡ Haruto.
O mais novo veio de prontidão com as mãos juntas atrás do quadril.
ㅡ Qual desses?ㅡ apontei para ambos os anéis ali dispostos.
ㅡ Não sei.
Ergui as mãos frente ao corpo em sinal de rendição e incredulidade.
ㅡ Você se ofereceu para me ajudar a comprar um anel de noivado e agora vem me dizer que não sabe?!
Apoiei as mãos na cintura, para em seguida correr uma delas pelo cabelo.
ㅡ Com licença, Senhores Estrangeiros...ㅡ o velho se esgueirou por cima do balcão para cutucar meu ombro ㅡ A loja em breve fecha, então preciso de sua decisão logo.
Respirei fundo e segui minha intuição para escolher o anel que queria, só não achei que o preço fosse tão salgado, mas por ela eu poderia pagar um preço daqueles.
