Uma história sobre vôlei, e estrelas, e amor.
Quando Amber se via encurralada pela pobreza que a ameaçava sufocar, um anjo de olhos puxados apareceu à sua frente, a fazendo uma proposta de mudar de vida usando seu talento.
E no meio do caminho tinha...
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1:25h da manhã, eu estava fazendo quinze anos. Meu pai dirigia de volta para casa, após um jantar para comemorar meu aniversário, era num restaurante incrível e caro cujo qual não me lembro e nem quero me lembrar do nome.
ㅡ Querido, tem certeza de que está sóbrio o suficiente para dirigir até em casa?
ㅡ Estou bem, estou bem.ㅡ dizia, rindo.
De repente adormeceu ao volante.
ㅡ Mãe.ㅡ cutuquei seu ombro, visto que estava atrás de seu banco.ㅡ O pai dormiu.
E então tudo começou a girar, o carro perdeu o controle e bateu num poste. Minha mãe tinha o braço cortado que sangrava muito, eu sabia o que fazer, mas para falar a verdade me doía porque o vestido era muito caro.
Rasguei duas das três camadas de tule da saia do meu vestido mid, puxei seu braço e amarrei com força o tecido em seu braço, vendo ficar manchado aos poucos.
ㅡ Pai.ㅡ chamei.ㅡ Pai?
Esgueirei o corpo por dentre os assentos da frente. Lá estava meu pai: uma ferragem da porta totalmente enviesada dentro de seu abdômen. Tomei seu braço com cuidado e descansei dois dedos em seu punho: completamente sem pulso.
ㅡ Pai, não pode morrer ainda. Pai, por favor!ㅡ soluçava, com mais força do que realmente queria.
Minha mãe, em meio a soluços escorchantes, tocou minha perna com dificuldade por conta do machucado:
ㅡ Assim que chegasse em casa, contaria a ele que estou grávida de duas semanas.
Aí o choro veio com força. Era muita coisa para associar numa madrugada só.
O peito apertava, junto com ele eu apertava o corpete do vestido, na esperança de apaziguar tamanha dor que assolava o coração de uma pobre menina que agora não tinha mais pai, olhava a chuva cair pela janela, a partir dali começaria a odiar a chuva.
Ofegante, sentei-me na cama. Olhei no relógio: 00:02h, já era meu aniversário, e não tinha pior dia no ano. Todo santo ano, no dia 14 de Maio eu me lembrava daquele acidente inarredável da minha vida numa madrugada chuvosa.
Mas em 2021 a forma de recordar tinha sido certamente pior, era horrível sonhar com aquilo.
E o aperto no peito era sazonal, eu não podia fazer aniversário que aquilo sempre voltava, na mesma intensidade. 19 anos, e cinco que o pior dia da minha vida era sempre o dia em que a Terra dava mais uma volta para mim.
Tirei as cobertas de cima das pernas, de forma ou outra não conseguiria mais dormir. Há uma semana dias já estávamos de volta na Coreia, e eu torcia para que ninguém lembrasse do meu aniversário.
Silenciosamente, caminhei até a sala e encontrei Atena, sentada no sofá apenas com a luz emitida da televisão em seu rosto:
ㅡ O que está fazendo?
ㅡ Assistindo "True Beauty" de novo.
ㅡ A essa hora?
ㅡ É a única hora que reprisa.ㅡ deu de ombros ㅡ E você está de pé a essa hora por quê?
Derramei um pouco de água gelada no copo:
ㅡ É aquilo... de novo.
Me sentei no sofá ao seu lado.
ㅡ De tanto que estou acostumada a não tocar no seu aniversário, nem lembrei que já tinha chegado essa época do ano.
Dei um sorriso ladino e balancei a mão, mostrando que estava tudo bem.
ㅡ Posso?ㅡ abriu os braços.
Assenti com a cabeça e ela me atingiu com um abraço apertado, ato que quase fez eu derrubar meu copo d'água. Estiquei um pouco o braço e coloquei-o sobre a mesinha de centro, para retribuir o abraço:
ㅡ Feliz aniversário, meu bem!
ㅡ Obrigado!ㅡ sorri triste e a soltei.
ㅡ Amanhã é sábado, o que acha de virarmos a noite assistindo "Descendentes do Sol"?
Tal título era meu dorama preferido do mundo inteiro, embora o tenha assistido apenas uma vez. Eu chorava litros a cada episódio.
ㅡ Em que episódio você 'tá?
ㅡ No nove, eu acho.
ㅡ Coloca esse, eu nem lembro o que acontece.ㅡ dei de ombros.
E a noite foi lotada de lágrimas, lenços espalhados pela mesa de centro e salgadinhos sujando nossas roupas.
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Vocês curtem esses 'mistérios' da história dos personagens que são revelados aos poucos?
