23- lar saudado lar

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  Hoje o deixo sem despedida, sem sofrimento

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  Hoje o deixo sem despedida, sem sofrimento.

  Contudo preciso pagar os estudos da minha irmã. De forma ou outra seu pai arranjaria um jeito de me manter distante a ele.

  Deixo-o já com saudade de seu eflúvio aconchegante, deixo-o pedindo a Deus para que um dia volte aos seus braços.

  Irei partir assim porque não seria capaz de olhar em seus olhos e dizer "tchau".

  Sei que um dia irei poder lhe servir um mar numa concha e todas as flores do campo numa cesta. E neste dia o céu terá mais estrelas do que o já testemunhado desde que a espécie humana existe.

  Me sentei naquele assento, após voltar do banheiro. Embora estivesse chegando no Brasil, minha mente estava distante, num certo menino dos olhos âmbar...

  Antes de ir para o aeroporto, dei um jeito de passar na cafeteria dos papeizinhos coloridos, sentar naquela mesa era uma forma de fazer todos aqueles sentimentos voltarem mas sem ele por perto. Notei que no nosso post-it havia uma estrelinha desenhada e perguntei quem tinha sido, a anfitriã respondeu que o próprio Junkyu havia o feito.

  Parece que a Cafeteria dos finais felizes não nos trouxe um final tão feliz assim, ou talvez não seja o final. Mas idiota fui eu de pensar que teria um final feliz logo por ter encontrado uma pessoa incrível que me fazia sentir linda, e quem sabe ele fosse a pessoa certa mas na hora errada. Sei que se estivermos realmente escritos nas estrelas o universo vai dar seus jeitos e trejeitos para nos unir de uma forma ou de outra.

  ㅡ Onde eu vou dormir?ㅡ Haruto perguntou após um tempo, ainda parecia estar receoso de me dirigir a palavra.

  ㅡ Minha casa tem quatro quartos.ㅡ disse.

  ㅡ Você não era pobre?!

  Dei de ombros, ao chegar veria que não é bem sobre um quarto que eu estou falando.

  ㅡ Falta pelo menos uma hora para chegarmos, não quer dormir?

  Dormir. Poderia até ser uma maneira para mim não pensar em Junkyu ou de passar o tempo até estar em solo brasileiro, mas isto se ele não aparecesse até em meus sonhos.

  O interior do avião estava um pouco frio, provavelmente eles não sabiam que no Brasil em Julho o tempo não é tão quente e por isso colocaram o ar-condicionado bem forte.

  Puxei a coberta azul que eles costumavam emprestar e deitei um pouco mais meu assento, logo me deitei e tentei dormir.

  Acordei com a comissária de bordo avisando que havíamos aterrissado no Aeroporto Internacional de Brasília. Engraçado... Fazia um tempo que eu não ouvia aquele nome que costumava me reconfortar, mas naquele momento estava me assustando pelo fato de ter que voltar por um horrendo motivo.

Match Point- Kim JunkyuWhere stories live. Discover now