𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝟱𝟵

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Hoje, porém, a 48 horas de embarcar, tirei um tempo para Marcus. Ou para os locais que mais me fazem lembrar dele. Passei o dia revivendo nosso tour por Massachusetts, aproveitando para me despedir da cidade.

Agora, são quase nove horas da noite e eu estou sozinha curtindo um momento no local onde sua presença está mais forte. Ellen e Clint saíram mais cedo, não tenho a menor ideia de onde foram, e Max está com Ginny brincado no quarto, então consegui um tempo para mim.

Peguei uma das suas fotos, que estava sobre a cômoda e olhei-a, o meu coração logo se apertou involuntariamente. Fiquei viajando por ali uma meia hora, quando escutei uma voz conhecida soar alta no andar de baixo. Uma voz que inundou a casa e que faz meu corpo responder de imediato.

Só que, não pode ser.

Mais uma vez a voz apareceu fortemente, afirmando-me que não estou ficando louca, os meus olhos logo se encheram de lágrimas somente por escutá-lo, ainda que provavelmente seja somente minha imaginação.

𝗣𝗢𝗩 𝗠𝗔𝗥𝗖𝗨𝗦

Naturalmente a saudade de minha família era enorme e ainda que eu não tivesse obtido uma alta definitiva iria aproveitar esses poucos dias em que me liberaram para ficar junto a eles.

Porém a casa parecia vazia, eu não tivera a coragem de perguntar por S/N, ainda assim meus olhos a buscavam pelo local. Estava me sentindo sufocado com toda essa atenção, eu preciso sentar e entender que ela já não está mais aqui.

Me soltei do abraço apertado da minha irmã e somente então encontrei quem procurava. Do alto da escada, olhando-me surpresa e incrédula. Antes que eu pudesse raciocinar, ela desceu correndo e se jogou em meus braços, segurei-a pela cintura, abraçando-a, tão surpresa quanto ela por saber que ainda está aqui.

Um suspiro de alívio escapou por meus lábios, enterrei minha cabeça em seu pescoço, aspirando seu perfume e sentindo-me trémulo.

Pela primeira vez, desde que chegara, eu chorei. Fechei os olhos, deixando que as lágrimas rolassem, virei o rosto, dando-lhe vários beijos na bochecha e notando que ela também chorava. Colei a minha testa na dela, olhando-a nos olhos, levei a mão até seu rosto, tocando-a.

A saudade era tanta e tão grande que eu não conseguia conter as caricias. Eu chorava pela dor que senti ao achar que já a tivesse perdido. Pelo desespero de estar junto dela. Pela certeza que não sobreviverei nem um segundo quando não a tiver mais aqui.

𝗣𝗢𝗩 𝗦/𝗡

Voltei a abraça-lo, com força, porque não conseguia acreditar que ele está aqui. Que conseguiu vir pra casa antes de eu ter que embarcar. Parece que a surpresa não foi só minha. Nenhum dos dois acreditava nesse reencontro. Eu precisava me controlar e soltá-lo, deixar que fique com a sua família, porém o meu corpo não permite, não tenho força suficiente para me afastar.

Ele me olhou novamente e sem dizer nada aproximou os lábios dos meus, fechei os olhos e esperei sentir seu gosto novamente. O beijo iniciou lento, repleto de saudade, salgado pelas lágrimas, movido pela emoção.

Eu nem sequer entendia direito que ela estava mesmo ali, minha cabeça dava mil voltas, eu precisava senti-lo para conseguir acreditar.

A minha boca estava trémula, perdida, deixando-se guiar por Marcus, que fazia de tudo para ser carinhoso. Puxei-o pela nuca, obrigando-a a intensificar o beijo, sua língua se entrelaçava a minha, criando uma sequência de arrepios em meu corpo. Afastamos-nos, buscando um pouco de ar, seus lábios seguiram roçando-se nos meus.

Marcus: Eu não acredito que você ainda está aqui. – sussurrou, em meio a um sorriso.

-E eu tão pouco acredito que você está em casa. – devolvi, no mesmo tom.

𝗢 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗰𝗮̂𝗺𝗯𝗶𝗼 - 𝗠𝗮𝗿𝗰𝘂𝘀 𝗕𝗮𝗸𝗲𝗿 & 𝗦/𝗡Where stories live. Discover now