𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝟱𝟴

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𝗣𝗢𝗩 𝗦/𝗡

–Eu acho que a menina precisa estar ciente de que o anjo estará sempre com ela. – disse com a voz trêmula. – Ainda que ela não possa ver.

Max: Mas a menina quer poder abraçar seu anjo novamente e conversar com ele. – rebateu.

-Eu aposto que o anjo também quer. – sorri. – e que fará tudo que for possível para conseguir visitar a menina.

Sorrimos e deixamos os personagens para trás, enquanto trocávamos um grande e esmagado abraço.

Max: E aí, que nota para minha imaginação?! – brincou, cortando o clima triste.

-Uau, um dez, com certeza. – entrei na dela, rindo.

Max: Nossa, eu sou tão criativa e fofa que poderia casar comigo mesma. – jogou os cabelos pra trás. Gargalhei e lhe toquei uma almofada. – Mas Jordan não curte concorrência. – piscou. – Assim como meu irmão, então é melhor não ficarmos muito próximas uma da outra para o estressadinho não chiar. – brincou.

-Eu queria escutar ele chiando. Eu queria escutar ele falando qualquer coisa. – suspirei.

Max: Você está sentindo muita falta daquele peste, não é?! – assenti. – Eu também. – respirou fundo. – mas ele precisa ficar preso, para conseguir se libertar, se é que me entende.

-Eu sei. – dei um sorriso fraco.

E encerramos esse assunto. De noite, como sempre, é quando minha cabeça tem tempo suficiente para pensar as mais diversas bobagens. Sentada sozinha no jardim, olhando a noite estrelada, desejei com todo meu coração que Marcus estivesse ao meu lado.

𝗣𝗢𝗩 𝗠𝗔𝗥𝗖𝗨𝗦

Olhando o teto branco do quarto que mais parecia uma prisão, lembrei-me do sorriso terno e dos olhos cheios de sonhos da garota mais incrível que pude conhecer.

Sentei-me, peguei meu violão, um caderno e uma caneta e comecei a rabiscar umas frases soltas, enquanto tentava encaixá-las em alguma melodia que pudesse falar por si só. Antes de desenvolver metade da canção pequenas lágrimas lá escorriam por meu rosto, obrigando-me a parar.

Respirei fundo e olhei meu reflexo no espelho. Os olhos vermelhos e o rosto molhado faziam-me ter pena de mim mesmo.

Agora chora seu idiota.

Se tivesse sido inteligente o bastante para conseguir largar as drogas não estaria aqui agora. Estaria em casa. Com ela nos seus braços. Minha consciência berrava. Jogando em minha cara a mais pura verdade de todas.

–O que você está fazendo agora, meu amor?! –sussurrei, para o nada. Esperando obter uma resposta, que, obviamente, não chegou.

Escutei três batidas na porta e sequei rapidamente meu rosto. Addi entrou, em passos lentos.

Addi: Chorando novamente? – afagou meus cabelos quando chegou ao meu lado. Assenti.

–Eu não tenho direito de falar com ninguém lá de fora? – perguntei, pela quarta vez na semana.

Addi: Já discutimos isso. – olhou-me com reprovação.

-Mas deve haver um jeito. – disse com um pouco de esperança. – Você poderia me ajudar, se quisesse.

Addi: Me desculpe, mas eu não posso. – encolheu os ombros. – Entenda, por favor, é meu emprego.

-Entenda-me você. – explodi, a muito necessitava fazê-lo. – É a primeira vez que me apaixono por alguém e assim que assumo isso para mim mesmo me jogam nessa prisão. – levantei-me, exaltado. – Agora faltam poucos dias para que S/N vá embora e eu nem sequer poderei me despedir dela. – passei as mãos pelos cabelos. – Estou ficando louco aqui dentro, não aguento mais esse cheiro de hospital, esse quarto sem graça que nem a maioria das pessoas daqui. Isso é pior do que inferno. – exagerei. – E a única pessoa nessa droga que diz ser minha amiga não se arrisca por mim.

𝗢 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗰𝗮̂𝗺𝗯𝗶𝗼 - 𝗠𝗮𝗿𝗰𝘂𝘀 𝗕𝗮𝗸𝗲𝗿 & 𝗦/𝗡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora