𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝟰𝟱

4.9K 395 507
                                    

𝗣𝗢𝗩 𝗠𝗔𝗥𝗖𝗨𝗦

Sem conseguir me controlar aceitei o convite. Dei um tempo no quarto, coloquei a camiseta de meu time, peguei o celular e a carteira, enfiei no bolso da calça e fui rumo a porta.

No meio do caminho notei S/N dormindo no sofá, provavelmente pegou no sono enquanto via televisão, uma vez que não é nem dez horas ainda.

Me ajoelhei ao seu lado.

-Me desculpe, meu amor. - sussurrei, a olhando. - Mas eu realmente não consigo ficar longe do meu vicio. – segui sussurrando, senti meus olhos molhados.

Neguei com a cabeça e levantei, saindo em disparada pela porta.

𝗣𝗢𝗩 𝗦/𝗡

Por Deus, que barulho é esse?! Preguiçosamente me obriguei a abrir os olhos, a noite caía escura lá fora e o relógio indicava que já havia passado das cinco. Como eu consegui dormir tanto?!

Minhas costas estavam doloridas, a televisão havia sido desligada e o insistente barulho seguia me atormentando. Levei quase dois minutos para saber de onde vinha.

Não consegui acreditar.

Nunca me imaginei rezando para que fosse um intruso, a dor ia ser menor. Quando a porta conseguiu ser destrancada, Marcus entrou tropeçando, os olhos vermelhos acusavam que dessa vez ele não estava tentando me enganar.

Ele acabou fazendo isso quando disse que ia mudar. Neguei com a cabeça olhando o estado lamentável que estava, meu coração não cogitou a hipótese o de deixar se ferrar sozinho. Eu o amo demais para fazer isso.

Coloquei seus braços em torno do meu pescoço e o ajudei a chegar no nosso cenário principal das noites em que ele chega nesse estado. A cozinha. Minha grande aliada. O deixei sentada, Marcus olhava tudo com os olhos um tanto vesgos.

Marcus: Ó... Moça. - me chamou, com a voz enrolada. - Eu quero uma lasanha, por favor. - pediu, com a voz saindo lentamente, arrastada.

Rolei os olhos, peguei a xícara, passei o café, o coloquei nela e botei na frente de Marcus. Ele olhou, analisou, cheirou e então se pôs a reclamar.

Marcus: Isso não é lasanha. - cruzou os braços, enquanto falava com a voz aborrecida e fazendo bico. Ficou encarando a xícara com a testa enrugada e as feições de uma criança emburrada.

𝗣𝗢𝗩 𝗠𝗔𝗥𝗖𝗨𝗦

As pessoas acham que eu sou burro, como se não fosse saber que isso é Coca-Cola invés de lasanha.

-Eu vou reclamar com o gerente. - fechei a mão em um punho e bati na mesa. - O serviço disso é horrível e a decoração está muito anos duzentos.

S/N: Então, senhor... - falou a garçonete, que ao que parece é a única coisa bonita do local. - ... Porque não aceita o nosso prato principal. - indicou a xícara. - É por conta da casa.

É, como dizem, de graça até injeção na testa. Bebi o líquido, horrível por sinal, mas acabei querendo deixar a moça feliz, então tomei tudo.

-Sabe, era aniversário da minha mãe... - contei, animado. - ... E eu dei uma toalha pra ela de presente. - falei emocionado com meu ato.

S/N: Uma toalha? Para secar e tudo? - respondeu, com a mesma animação. - Exatamente. - segui, orgulhoso de mim mesmo. - Tinha até cor.

S/N: Nossa, eu queria uma toalha também. - assenti. – Vermelha... - completou.

Vermelho, me fez lembrar meu time de futebol, isso me recordou o fato de que ele perdeu o jogo de mais cedo. Comecei a chorar.

S/N: O que foi? - levantou, vindo até mim.

𝗢 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗰𝗮̂𝗺𝗯𝗶𝗼 - 𝗠𝗮𝗿𝗰𝘂𝘀 𝗕𝗮𝗸𝗲𝗿 & 𝗦/𝗡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora