Capítulo 65 - Tudo acontece em Nothing Hill

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 n/a: nem vou mais ficar pedindo desculpas pela demora porque tá ficando chato já... acho melhor irmos direto pro cap. Ahhh, a música é de uma banda chama The Smiths que eu gosto bastante... já, já vocês entenderão. 

Cap. 65 – Tudo acontece em Nothing Hill

 Eu quase fiz uma careta, quase. Mas a beleza do Zayn naquela tela de TV me impediu. Não só a dele, todos os meninos estavam lindos, exceto o Harry que estava usando uma coisa na cabeça que eu não sabia nomear e definitivamente não havia ficado legal.

  A careta não era por eles estarem se apresentando, obviamente, na verdade a careta era porque a girlband da ex namorada do Zayn havia apresentado uma música, bem mais ou menos, antes deles. Enquanto eles cantavam midnight memories eu ficava imaginando aquelas conversas nos bastidores, troca de olhares, visita aos camarins, elogios desnecessários. Pelo meu raciocínio, a careta era justificada. Justificada porque eu tinha ciúmes, afinal, eles já tiveram um lance, namoro, como você quiser chamar, eu prefiro mal entendido, acho que caracteriza melhor.

Logo depois deles se apresentarem desliguei a TV e fui arrumar alguma coisa pra comer, preparei um sanduíche e enquanto comia recebi uma mensagem do Zayn me chamando pra sair pra alguma festa de comemoração do X – Factor, recusei o convite alegando que já havia comido e que estava muito cansada, ambos eram verdade. Alguns minutos depois ele mandou outra mensagem perguntando se eu tinha certeza, disse que sim e que ele deveria se divertir. Pensei em mandar algo como “juízo” ou mesmo “cuidado com a sua ex namorada sanguessuga”, mas achei melhor não, não queria bancar a ciumenta.

Me deitei cedo e coloquei meu iPod no aleatório já me preparando para pular 70% da seleção, quando de cara a voz do Ed tomou conta do meu fone de ouvido com “Kiss me”. Seria impossível não lembrar que essa foi a trilha sonora da primeira vez que eu havia ficado com Zayn, alguns meses depois que eu havia chegado a Londres. Hoje eu achava engraçado o quanto na época eu achava que aquilo tinha sido um erro e relacionado tudo aquilo a um drink de pêssego. Ri de mim mesma, de todas as confusões que me meti até chegar onde estou: em outra confusão.

O “eu te amo” de hoje mais cedo deveria soar como música, mas parecia ser uma música que eu tinha medo de cantar. O que é amor, afinal? Talvez aquela definição sobre o amor ser único e infinito ainda estava preso no meu imaginário, talvez fosse uma definição ultrapassada e o amor seja muito mais fluído e passageiro do que eu imagino. Mas eu tinha medo, de não sei o que. De dizer “eu te amo” ou me comprometer com o que significava amar? 

Eu deveria estar bem cansada mesmo porque não me lembro da próxima música que tocou, apenas de acordar quase sendo enforcada pelos fones de ouvido. O sol estava posto, mas brilhava pouco, sendo coberto por algumas nuvens que tratavam de dar à Londres seu típico aspecto cinzento que eu aprendi a amar. Eram quase dez da manhã e eu não tinha nenhum plano pra esse sábado além da “inauguração” da casa/mansão/castelo do Harry mais tarde. Olhei meu telefone e não havia nenhuma mensagem do Zayn, que provavelmente dormiu tarde na noite passada por conta da festa, não iria importuná-lo.

Preparei um chá de hortelã, comi algumas bolachinhas e achei que poderia ser legal dar um passeio em Nothing Hill, o pessoal do trabalho sempre me dizia que aos sábados acontecia uma feirinha legal no final da rua, chamada Portobello Road. Coloquei um short jeans, uma blusinha de meia manga colorida com estampa geométrica e um all star branquinho. Coloquei um casaco na bolsa e fui em direção ao metrô. No caminho liguei pra casa e falei um pouco com meus pais e combinei que iria pra casa no fim de semana subsequente e que talvez, quem sabe, levaria meu namorado pra que eles conhecessem.            

Em poucos minutos já estava descendo a rua em Nothing Hill pra dar de cara com uma praça linda lotada de barraquinhas de todos os gêneros vendendo de comida japonesa à discos de vinil. Andava despretensiosa olhando as barraquinhas depois de já ter gastado uma quantidade considerável com uma blusinhas adoráveis quando dei de cara com uma barraquinha só de CDs antigos, meus olhos brilharam e perdi uns bons minutos escolhendo qual CD dos Smiths que levaria porque o meu orçamento não daria pra todos. Paguei e sai toda feliz com meu CD novo até me virar para olhar a barraquinha de trás e encontrar a figura exótica que o Harry havia se tornado.

A Melhor Amiga do LouisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora