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Rian: Guarda, me leva pra cela - Falei alto

Cíntia: Não, você vai me ouvir Rian

Rian: Eu não quero te ouvir não Cíntia, tem palhaço aqui não, eu achava que tu nem tava viva mais e tava melhor assim

Cíntia: Não fala isso Rian - Chorou mais ainda
- Eu tentei ir atrás de você, eu juro que tentei, mas eu não sabia se você ainda tava na Rocinha e todas as vezes que eu tentei ir lá atrás de você o Almeida nunca deixou e eu saí de lá ameaçada, disseram que se eu colocasse o pé lá eu seria morta, eu era casada com um delegado, eu não podia entrar lá e te procurar

Rian: Eu não acredito em uma palavra que tu diz, me deixa em paz Cíntia, me deixa em paz, faz o que tu fez de melhor na minha vida a anos atrás, some, desaparece - Falei sentindo um nó na garganta de tanta raiva que eu tava sentindo

Cíntia: Tudo bem, eu entendo você, eu vou, mas um dia quando você sair daqui eu vou atrás de você, vou ver você tomando um outro rumo na sua vida, vou ver você bem e longe do tráfico, um dia você vai me perdoar, eu sei que vai

Rian: Tu vai morrer sem meu perdão, escreve o que eu tô te dizendo, GUARDAA, ME LEVA PRA CELA - Gritei e o guarda finalmente entrou e me puxou.

Assim que saímos da sala eu dei de cara com meu pior pesadelo dali em diante, o tenente Marques, ele me encarou e deu um sorriso de orelha a orelha.

Marques: Olha só como esse mundo é pequeno - Falou sorrindo
- Você não sabe como eu esperei por esse nosso encontro seu filho de uma puta, não achei que fosse ser tão fácil, foi muito melhor que eu imaginei

Rian: É mesmo? - Debochei

Marques: Você vai se arrepender de ter ousado colocar as mãos na minha mulher seu desgraçado - Desfez o sorriso e me olhou com ódio

Rian: E nem foi só a mão que eu coloquei nela - Debochei e ele fechou a mão pronto pra me dar um soco mas outros dois guardas seguraram ele enquanto nós dois nos encaravamos

Marques: Eu vou acabar com a tua raça vagabundo - Falou entre dentes tentando se soltar dos guardas

Rian: Inclusive já que você tocou nesse assunto aí de que eu coloquei as mãos na sua mulher e tal, me conta qual a sensação de dormir naquela cama toda noite sabendo que eu comi tua mulher ali em todas as posições possíveis - Eu sabia que ia morrer, então foda-se, eu não podia perder essa oportunidade

Dr. Almeida: Mas o que é que tá acontecendo aqui, leva o bandido pra cela e você tenente Marques me companhe por favor

Marques: EU VOU TE MATAR SEU MOLEQUE, EU VOU ACABAR COM TUA VIDA - Gritou tentando vir pra cima de mim

Rian: Vai me matar como? Vai me furar com teu chifre?

Dr. Almeida: Já chega, tenente seus problemas pessoais você resolve depois se quiser, agora chega, me acompanhe Marques, agora - O Tenente começou a andar com o delegado

Rian: Abaixa a cabeça quando passar na porta - Falei e dessa vez o delegado segurou ele

Dr. Almeida: Da próxima eu vou deixar - Falou comigo

Marques: Deixa ele delegado, o que é dele tá muito bem guardado, em breve irei fazer uma visitinha pra ele

Rian: Corre que o corno tá puto, me leva logo pra cela por favor, tô cansado já - Debochei e o guarda me olhou de cara feia e me puxou e finalmente cheguei nos meus novos aposentos.

Tinha dois caras lá na cela que eu ia ficar, um aparentava ser mais velho que eu pouca coisa e o outro tinha mais ou menos a idade do Nunes, eles me encararam de cara feia e eu sentei num colchão lá no canto e fiquei na minha, eu não sabia porque eles estavam ali mas se fosse de facção rival da Rocinha eu tava morto.

Do Morro Ao AsfaltoWhere stories live. Discover now