81

783 35 0
                                    



Enquanto Natália explicava as perguntas dela, Alfonso observava o bebê. Tanto que havia planejado um com Any, tanto que se decepcionaram pelo deles não chegar e tinha que chegar justo naquele momento. Talvez não tivesse o seu filho dali nove meses nos braços, talvez ele ou Nicole fosse arrancado de sua vida e esse pensamento fez uma lágrima cair. Ele a enxugou rapidamente, não a tempo de esconder do irmão, mas da cunhada e da filha sim.

Alfonso – Vamos Lili. – A chamou e a pequena saltitou para ele.

Alice – Bye! – Deu tchauzinho e os dois foram. Escutar a voz da filha, cantando no banco de trás o acalmava e às vezes conseguia sorrir.

Ao chegarem em casa ela quis ver a mãe, uma vez que o pai disse que Anahí estava lá e não no hospital. Ele olhou para Maria, um olhar de pergunta e ela assentiu.

Alfonso – Então vamos. – A carregou e abriu a porta do quarto devagar. Estava tudo escuro e Anahí coberta, dormia. Tinha dormido depois de jantar, em meio ao cansaço de, nem dias, mas meses. – Ela está dormindo princesa, vamos dar um beijo e sair? – Sussurrou e Alice assentiu.

Anahí – Oi. – Disse baixinho quando sentiu o beijo delicado da filha.

Alice sorriu – Mamãe acordou. – O pai a colocou na cama. – Saudade mami linda, bonita e princesa. – Fez bico, se enfiando embaixo das cobertas e abraçou a mãe.

Anahí – Saudades da minha bonequinha. – Apertou a filha, aspirando seu perfume doce e inocente. – Saudades, muitas saudades. – Beijou sua testa, encostando a cabeça dela em seu peito.

Alice – Vamos mimir juntas? – Perguntou feliz.

Anahí – Sim. Juntinhas assim, bem apertadinho, você quer?

Alice – Uhum. – Se acomodou fechando os olhinhos. – Conta história?

Anahí – Conto. – A voz dela saia triste, mas Alice estava lá, era o que estava precisando para que não sufocasse na dor que estava sentindo. – Era uma vez...

Começou passando os dedos nos cabelinhos da filha, que ouvia quase pegando no sono. Alfonso esperou, sentado ao lado da mulher, acariciando seu rosto. Ela também tinha os olhos fechados e quase dormia. Acabou que adormeceram juntas. Ele foi esperando... esperando...esperando... e quando foi ver ainda estava lá, olhando as duas em plena madrugada. Eram tão parecidas. Sorriu beijando a testa das duas, mas quando ia levantar viu a mulher se mexer um pouco brusca. Ela se mexeu de novo e então ele pegou Alice para que não acordasse, a menina nem se mexeu. Anahí parecia mais calma e ele levou a filha para o quarto dela e voltou para ver a mulher. Estava mais calma, ele a cobriu melhor e mais uma vez começou a se mexer, agora sem parar.

Alfonso – Any. – Sentou segurando seus braços, que também se mexiam. – Any...

Anahí – No...No! – Em pouco tempo ela já suava e repetia "não" sem parar, o rosto franzido.

Alfonso – Amor... – Chamou a puxando com cuidado para si e a abraçou.

Anahí – NO! – Gritou o empurrando. – NÃO! – Se encolheu na cabeceira e tampou a barriga com as mãos. – Ele acendeu o abajur e viu o rosto dela apavorado e logo depois ela cair no choro.

Alfonso – No. – Falou carinhoso a abraçando, ela agarrou as mãos em suas costas. – Shi, shi, shiiii. – Acariciou seus cabelos. – Eu to aqui, eu to aqui ok? Se acalma.

Anahí – Ia-am l-le-evar el-le! T-t-i-irar de mim.

Alfonso – Shii... – A balançava quase imperceptivelmente e beijava sua cabeça ora sim, ora não. – Ninguém vai tirar ele de você, eu prometo. Sim? – Ela assentiu ainda fungando e soluçando. – Se acalma, precisa cuidar de você mais do que nunca.

Never Gonna Be Alone  (Finalizada) Where stories live. Discover now