Capítulo 37

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Deidara me deixou plantada na porta da sala de Pain, e eu até pensei em ir atrás dele, mas preferi respeitar seu tempo porque se eu estivesse no lugar dele também iria querer pensar um pouco.

Um barulho de porta se abrindo me assustou, me fazendo dar um pulo para o lado mas era apenas a Konan.

— S/n, eu queria falar com você — Ela disse segurando minha mão e me puxando para a sala novamente — Que acordo é esse entre você e o Hidan?

— Eu ainda não tinha dito, não é?! — Eu sorri envergonhada — Digamos que seja uma longa história — Eu disse e logo após expliquei tudo.

— Bem, eu já sabia da missão então não vejo mais problema — Pain disse.

— Assim? Tão fácil? — Eu disse surpresa.

— Sim, desde que você não queira nos atacar  — Konan disse se aproximando de mim — Eu senti tanto a sua falta — Ela me abraçou forte.

— Eu também... Eu acho — Eu disse retribuindo o abraço e logo vendo Pain se aproximar de nós duas.

— Incrivel como nossa relação mudou em pouco tempo — Pain disse abraçando nós duas.

— Sim, e eu te odiava no começo — Eu disse vendo o rapaz me olhando incrédulo.

Nós conversamos por pouco tempo e eu decidi sair, eu não faria nada de bom hoje, então decidi passar o tempo explorando os espaços perto do esconderijo.

— Será que vai ser estranho se eu lhe entregar um buquê? — Eu pensei em voz alta já longe do esconderijo.

— Desculpe? — Uma voz feminina ecoou pelo local me deixando alerta. Logo após uma bela mulher apareceu segurando uma rosa.

— Ah, eu pensei que estivesse sozinha — Eu sorri — Acabei pensando muito alto.

— Tudo bem, acontece — Ela sorriu e me olhou por um tempo — Você é de Konoha, o que está fazendo aqui? Me desculpe ser tão direta.

— Ah... Eu não sei explicar — Eu disse sorrindo — E você é da vila oculta da Pedra... — Eu disse percebendo que ela era da mesma vila de Deidara.

— Sim, mas só vim pegar umas flores para o meu avô, aqui geralmente tem as melhores.

— Que coincidência, eu também vim procurar algumas flores — Eu disse me aproximando de um canteiro onde haviam muitas rosas.

Nós duas ficamos em silêncio apenas colhendo nossas flores.

— Ai... — Eu disse após me espetar em um dos ferrões da rosa.

— Você ta bem? — A garota se aproximou de mim e pegou minha mão — Ah, apenas um ferrão — Ela disse o tirando rápido.

— Obrigada, eu não prestei muita atenção, tão pequeno mas doeu tanto...

Ela sorriu juntando todas as rosas que já havia pegado.

— Bom, eu vou embora agora — Ela se levantou — Até algum dia.

Ela saiu acenando com um sorriso, eu retribui o gesto e voltei a pegar as flores. Eu não planejei pegar muitas, até porque eu não sabia se ele gostaria ou não, então peguei apenas cinco rosas grandes.

— Ah, finalmente terminei — Eu disse me levantando e indo em direção ao esconderijo.

...

Quando cheguei no esconderijo, abri a porta e tive um deja vú. Lembrei do meu sonho em que eu trazia um buquê de flores para um homem que mais tarde me atacou.

— Merda... — Eu resmunguei baixo.

— Isso é pra mim? Não precisava S/n — Obito disse pegando o buquê de minhas mãos — Eu estou tão emocionado! O que eu fiz para merecer isso?!

— O-Obito... Não é isso — Eu disse observando o garoto admirar as rosas e sentir o cheiro delas — Tabom, pode ficar com elas — Eu disse desistindo de levá-las para Deidara.

— Obrigada S/n! — Obito disse me abraçando.

— Não é pra tanto, Obito. Eu vou pro meu quarto, até mais tarde — Eu disse saindo dalí.

Que ódio. Não é como se eu só tivesse arrumado um pretexto para não entregar as flores para Deidara só porque eu estou com vergonha. Obito gostou delas então, foi melhor eu ter entregado para ele, eu acho...

Quando fui para o meu quarto tomei um banho rápido e me arrumei para depois ir ao quarto de Deidara. Alguns pensamentos não importantes vieram a minha mente, como a garota que vi mais cedo e o fato de que ela é da mesma vila de Deidara e ter aparentemente nossa idade. Talvez eles tenham se conhecido antes dele fugir, ou eles eram colegas, amigos...

— Mas quem se importa? Eu vou acabar enlouquecendo se continuar pensando nessas coisas...

Saí do meu quarto decidida a falar com Deidara e tentar ou até mesmo expor tudo.

— Deidara? Eu sei que você ficou incomodado hoje mais cedo, mas será que pode abrir a porta? — Eu disse dando alguns toques leves na porta do seu quarto.

— Hum, pode entrar — O garoto disse com o tom de voz cansado.

Quando finalmente entrei em seu quarto pude ver que ele ainda estava deitado e parecia um pouco sonolento.

— Não sabia que estava dormindo.

— Eu não tinha nada melhor pra fazer — Ele disse se sentando e me dando espaço para falar.

— Eu vim conversar com você, porque você estava meio inquieto ou desconfortável.

— S/n, mesmo que eu tenha te perdoado não significa que eu vou ver as provocações de Hidan, sabendo que vocês já ficaram e aguentar tudo isso com um enorme sorriso no rosto.

— Sim, mas isso é passado. Nós não podemos simplesmente esquecer isso, fingir que nunca aconteceu?

— Não podemos, e é até melhor. Isso realmente aconteceu e nem eu e nem você podemos mudar isso — Ele disse — Isso me irrita tanto.

— Eu sei, mas eu queria te pedir pra esquecer isso. Não é como se pudessemos simplesmente apagar essa memória, você tem que entender que isso aconteceu, mas não vai voltar a acontecer.

— Eu entendo o que você quer me passar. Eu ainda estou nervoso com o fato de tudo isso ter acontecido mas tudo bem.

— Já te disse que eu gosto de você, eu não quero fazer nada que possa te magoar — Eu disse me aproximando da cama dele — Eu vou tentar mudar o meu jeito, assim nós podemos ficar juntos sem se magoar — Eu sorri.

— S/n, você não precisa mudar a si mesma para me "fazer bem" — Ele disse fazendo um gesto para que eu me sentasse ao seu lado — Eu gosto de você desse jeito, eu me apaixonei por você assim.

Deidara disse sorrindo enquanto acariciava meu rosto. Sua expressão agora estava plena e ele parecia entender que eu realmente me arrependi dos antigos feitos.
Minhas mãos estavam tremendo e ele pareceu perceber, por isso pegou as duas e começou a acariciá-las com seu toque quente.

— Muitas coisas aconteceram antes de eu finalmente poder te dizer o que eu sinto, mas agora que eu pude dizer e te tenho comigo — Ele deu uma pequena pausa — Eu não quero gastar esse tempo com situações idiotas — Ele passou o dedo sobre meu rosto e selou nossos lábios em um beijo delicado. Nossas línguas se encontravam frequentemente e eu sempre dava espaço para que ele se aventurasse. Eu sentia meu interior queimando por inteiro, mas eu não queria terminar isso nunca. Passei minhas mãos pelos seus cabelos, o colocando as mechas para trás e segurando seu pescoço levemente.
Nós tivemos que nos separar pela falta de ar, e eu pude ver que Deidara parecia satisfeito, sua expressão era de alívio, como se tivesse se livrado de um enorme peso.

A Decisão Que Mudou Minha Vida - AkatsukiWhere stories live. Discover now