13. temos tudo sob controle.

Comincia dall'inizio
                                    

Ethan, misterioso e indiferente e minimamente agradável pediu meu número para sua irmã e fez sua primeira jogada. Eu apostava que era a coisa mais fácil para ele fazer isso, ir atrás de uma garota, mas para mim? Eu estava esperando a piada. A brincadeira. Em um momento que não me orgulhava nessa madrugada, cheguei a querer me convencer de que isso era um daqueles episódios que vemos em clichês de gosto duvidável onde o cara faz uma aposta com os amigos.

Era ridículo, mas ei, o que eu deveria pensar?

Portanto, cliquei no primeiro artigo.

As informações se expandiram diante dos meus olhos e eu registrei palavras como "motorista", "pista molhada" e "colisão" antes que meu pai entrasse na cozinha. Seus olhos estavam no jornal em suas mãos, mas ao passar por mim, ele apertou meu ombro carinhosamente e ocupou seu lugar na cabeceira da mesa de jantar.

— Perdeu o sono? — perguntou ele, surpreendendo-me por dar à mínima.

— Um pouco — dei de ombros.

Meus olhos voltaram-se para a tela do laptop e eu respirei fundo para me concentrar. Depois de ler até metade, minhas sobrancelhas se franziram com frustração porque eu obviamente estava no artigo errado. Não foi até ler os nomes a seguir que entendi.

A reportagem dizia que o motorista de um Kia Cerato perdeu o controle da direção ao conduzir o carro pela pista molhada e colidiu com uma árvore em uma curva fechada que, supostamente, deveria possuir sinalização a essa altura. Era uma noite chuvosa, quatro anos atrás, em uma cidade ao sul da Califórnia. Um homem e uma mulher estavam dirigindo de volta para casa quando o acidente aconteceu e ambos vieram à óbito, chocando-me com a crueza com que as informações estavam expostas.

Então, abaixo de uma foto do estado do carro quando o dia amanheceu, o resto da reportagem dizia que Elliott James Young e Liliana James Young haviam deixado três filhos em respectivas idades de vinte, dezesseis e quatro, não sendo mencionados qualquer outro familiar além de uma tia por parte de mãe.

Eles estavam dirigindo de volta para casa.

Mas nunca chegaram ao destino.

Jesus Cristo.

— Gwen? — meu pai chamou. — O que há de errado?

Meu Deus. Como eu iria querer que eles fossem cheios de alegria e abraços e calor quando seus pais estavam mortos? De uma vez só eles perderam as pessoas mais importantes de suas vidas sem aviso prévio. Conseguia imaginar suas versões mais jovens espalhadas na sala de casa, rindo e assistindo televisão enquanto esperavam seus pais entrarem pela porta. Ethan estaria tentando ser o responsável, entretanto, eventualmente não aguentaria e cederia a bagunça da irmã mais nova com seu pequeno irmãozinho de quatro anos.

E as horas passaram e seus pais não voltaram na hora que prometeram. Era uma cidade pequena pelo que dizia na reportagem. O assunto deve ter se espalhado como um incêndio e os policiais que bateram em sua porta naquela noite provavelmente eram os mesmos que apertaram a mão de seu pai no dia anterior.

Como é ter que receber a notícia de que houve um acidente envolvendo seu pai e sua mãe e que os dois estão mortos?

Ethan provavelmente fora chamado para fazer o reconhecimento dos corpos. Provavelmente foi o primeiro a lidar com tudo o que veio a seguir; funeral, enterro, as responsabilidades e o que fora deixado para trás por seu pai. Eles não tinham família além de uma tia que nunca sequer ouvi menção. Mesmo que eu não fosse tão próxima assim, era estranho não ter ouvido nada sobre a tia que parecia ser a única extensão de sua família.

Eu não usava palavrões. Geralmente conseguia me expressar mal o suficiente sem eles, mas... porra.

— Sobre o que é isso? — meu pai indagou, pairando acima da minha cabeça ao se inclinar ao meu lado. — Oh. Três filhos para trás — sua voz ficou mais baixa com um respeitoso pesar ao acrescentar: — Isso é triste. É verdade que os filhos não deveriam partir antes dos pais, mas assim... Do que se trata?

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