𝒍𝒐𝒔𝒆𝒓

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FAZIA CERCA DE UM MÊS QUE EU NÃO VIA NENHUM DOS LOSERS, ao não ser meu irmão, é claro. Eu quase não saia de casa, não tinha motivo pra isso, havia brigado com todos os meus amigos e meu namorado havia me dado um pé na bunda da pior maneira possível. Eu realmente não tinha motivo pra sair de casa.

Richie costumava sair mais, passava praticamente o dia todo, todos os dias, dentro do fliperama de Derry jogando streetfighter. Eu não me importava, não iria impedir meu irmão de fazer as coisas que ele gosta só por que estou um caco.

— Como você tá? — Ele havia perguntado um pouco mais cedo — Não precisa nem responder. Só pela sua cara já sei que tá péssima.

— Colocou minha autoestima lá pra cima, maninho — Respondi revirando os olhos.

Eu estava sentada na mesa da cozinha, comia um pote de sucrilhos enquanto Richie preparava um pão com manteiga de amendoim.

— É pra isso que os irmãos servem, não é? — Perguntou se sentando ao meu lado e bagunçando meu cabelo.

Continuamos conversando sobre coisas aleatórias, até que nossa mãe entrou na cozinha. Na mesma hora nós dois ficamos quietos e abaixamos a cabeça, como se assim ela não fosse nos perceber ali.

— Preciso que algum dos dois inúteis vá comprar uma aspirina pra mim — Sua voz estava grogue de sono.

Olhei para Richie e começamos a discutir apenas por olhares. Fazíamos muito isso, praticamente podíamos conversar apenas por telepatia. O que posso dizer? Coisas de gêmeos.

— Eu vou — Respondi depois de perder a briga silenciosa contra Richie.

— Tem alguns dólares na gaveta. Compre a aspirina e me trás o troco — Minha mãe falou apenas isso, saindo da cozinha logo depois.

— Talvez pegando um pouco de sol você melhore essa aparência de morta viva — Richie brincou e pela segunda vez no dia eu revirei os olhos.

Quando terminei meu cereal, Richie já havia saído pra ir ao fliperama, então fui até a gaveta a qual minha mãe havia falado e peguei uma nota de 1 dólar, saindo de casa logo em seguida. No momento em que eu abri a porta da frente e senti o sol e o ar puro em contato com meu rosto, tive a sensação de que fiquei presa em uma caverna por anos. 

A cada rua que eu passava, uma nova memória das coisas que eu fazia junto com meus amigos invadia minha mente. Eu odiava o fato de estarmos brigados e odiava mais ainda o fato de que este era o momento em que mais precisamos um dos outros. O que havia acontecido em Neibolt tinha afetado a todos nós de diferentes formas, e eu queria que estivéssemos todos juntos para superar isso, assim como sempre foi.

Sem nem perceber cheguei em frente a farmácia Keene's. Assim que abri a porta, um sininho anunciou minha chegada, andei até o balcão e para minha infelicidade, Greta Bowie estava ali, lendo uma revista e mascando um chiclete com sua costumeira cara de sonsa. Quando percebeu minha presença, a garota deu um sorrisinho sarcástico e aposto que teria dito alguma coisa se seu pai não estivesse ali, me encarando com um sorrisinho nojento no rosto. 

𝗟𝗢𝗦𝗘𝗥𝗦 𝗟𝗢𝗩𝗘 ᵉᵈᵈᶦᵉ ᵏᵃˢᵖᵇʳᵃᵏWhere stories live. Discover now