𝗹𝗼𝘀𝗲𝗿𝘀 𝗹𝗼𝘃𝗲 | onde Eddie Kaspbrak percebe que está apaixonado pela irmã de seu melhor amigo, ou, onde Rachel Tozier não consegue parar de pensar no garoto ansioso e hipocondríaco que usa duas pochetes.
"𝙷𝚎𝚢 𝙴𝚍𝚍𝚒𝚎, 𝚎𝚜𝚜𝚊𝚜 𝚜𝚊𝚘...
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CINCO DIAS HAVIAM SE PASSADO DESDE O 4 DE JULHO, e minha rotina continuava como sempre: Sair de casa sem ser percebida por minha mãe - isso quando eu voltava pra casa - e passar o resto do dia com Eddie e os outros Losers. Ficar com Eddie me fazia esquecer de absolutamente tudo a minha volta; quando estávamos juntos, nada mais importava, a não ser nós dois.
A cada dia, Bill se tornava mais obcecado com a coisa e o sumiço de George, o que fez com que eu me afastasse ainda mais de meus amigos. Tudo o que eu queria era aproveitar meu verão como todos os adolescentes normais, eu não tinha interesse nenhum em sair por ai caçando uma força maligna ou seja lá o que fosse aquilo. Porém, todos os meus amigos pensavam o contrario de mim.
Como todos os dias nas duas ultimas semanas, eu andava devagarinho até a porta da frente tentando passar despercebida pela mulher que se encontrava jogada no sofá da sala enquanto assistia algum programa de auditório idiota.
- Tentando fugir de novo, filhinha? - A voz áspera da mulher perguntou fazendo questão de ironizar a ultima palavra - Com quem vai se agarrar dessa vez? O filho estranho da Sônia, o gago ou o judeuzinho? - A fala dela era tomada de zombaria. Eu sentia vontade de vomitar cada vez que ela abria a boca.
- Com nenhum deles - Minha voz saiu tremula pela raiva misturada com medo - Eles são só meus amigos.
- São é? - Ela questionou com o cenho franzido, se levantando do sofá. Senti meu coração errar uma batida ao vê-la se aproximando, pensei em correr, mas isso só a deixaria mais furiosa - Sabe... A dona Kátia, vizinha aqui da frente, lembra dela? - Assenti - Ele me contou uma história engraçada ontem - Uma risada irônica saiu de seus lábios enquanto ela parava em minha frente - Ela disse que viu você e o filho da Sônia se agarrando lá na praça no 4 de julho, disse que ficaram a tarde inteira juntos e que depois foram embora na bicicleta dele... Ela disse que vocês foram pra casa dele.
Senti minhas bochechas corarem e meu coração disparar enquanto via seus olhares maldosos em cima de mim. Eu praguejava a maldita vizinha e todas as suas próximas 15 gerações enquanto sentia minhas mãos suando frio e controlava minha vontade de chorar.
- E essa nem é a parte mais engraçada - Uma gargalhada assustadora saiu de sua boca - Eu não me lembro de ver você chegar em casa naquele dia... Na verdade eu consigo contar nos dedos as vezes que te vi chegando em casa nas últimas duas semanas. Agora, Rachel, eu quero que você olhe nos meus olhos e diga que isso tudo é invenção.
Abaixei minha cabeça e fechei os olhos com força esperando até o momento em que ela começaria a berrar e, muito provavelmente, me espancar. Ao invés disso, minha mãe segurou minha bochecha com força, levantando meu rosto e me fazendo olhar em seus olhos.
- Se você não consegue manter suas malditas pernas fechadas e se comportar como uma moça decente, então você não vai mais sair dessa casa durante o resto do verão - Ela disse entredentes, me fazendo estremecer pelas palavras duras.