KJ 6

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Estou relendo alguns documentos pela terceira vez. Meu pai forçou eu e Jin a assinarmos os documentos de posse antes da cerimônia e agora começamos a trabalhar antes do previsto. Não que eu esteja reclamando, depois de quase um mês da discussão/término entre mim e Jennie, eu só quero me afundar em trabalho e fazer a CJ se tornar o maior conglomerado midiático da Ásia. 

Alguém bate na porta do escritório, mas resolvo ignorar e volto a ler pela quarta vez. A batida continua e respiro fundo antes de falar para quem quer que seja entrar. 

- Você sabe que horas são? - Chaeng diz. 

- Na verdade, não. - dou uma risada baixa e esfrego os olhos. 

- Já são 11 da noite, unnie. - ela se senta na minha frente - Em que tanto você trabalha? 

- Relendo alguns documentos, estava difícil para me concentrar, talvez eu precise de café. 

- Ou talvez você precise de descanso, já pensou nisso? 

- Eu tenho dormido, Chae. - sorrio para ela. 

- Quantas horas? - ela semicerra os olhos. 

- 3 ou 4 horas. - respiro fundo - Por favor, não vamos discutir, eu te peço. 

- Se levante, vamos jantar. - ela se levanta e me encara. 

- Agora? - olho para ela confusa - Mas eu preciso...

- O que você precisa é parar de se atolar em trabalho para não pensar no fato de ter se apaixonado por uma covarde medrosa. Você pelo menos teve coragem para se jogar no que quer que vocês tinham, ao contrário dela, que é uma idiota por pensar que você a trairia, ainda mais alguém como você que quase nunca se compromete. - olho para ela surpresa. Chaeng está irritada de uma maneira que eu vi poucas vezes durante a minha vida. 

- Sua namorada sabe o que você está dizendo da melhor amiga dela? 

- Sim, ela tem total ciência de como me sinto em relação a isso e nós não estamos namorando porque discutimos. 

- Por que? - digo enquanto junto minhas coisas. 

- Não interessa, vamos comer e beber e tocar o foda-se. - ela diz irritada. 

- Tudo bem, tudo bem, você brava é algo que eu não quero ver. - faço uma careta e ela ri. 


***


Chaeng e eu estamos rindo no bar e Seulgi chega, sozinha por sinal. Ela parece irritada e eu a abraço com força. 

- Você está bêbada. - ela tenta se afastar e Chae a abraça também. 

- Você vai ficar também, perdedora. - tento beijar a bochecha dela e ela me empurra. 

- Saia, Sooya, se você não tem namorada, eu tenho. - ela diz irritada. 

- Pra estar irritada assim, não parece, ela não está fazendo o trabalho direito. - sorrio e ela me dá um tapa. - AISH!

- Peçam as bebidas, vadias, preciso beber. - ela nos obriga a sentar. Chae se senta ao meu lado e deita a cabeça no meu ombro, Seulgi se senta de frente a nós - Vocês formam um casal fofo. 

- Você acha? Se Chaengie não estivesse namorando com Limario, eu não perderia tempo em beija-la. 

- Nós não estamos namorando! - ela sussurra com a boca perto do meu pescoço. 

- Não faça isso, estou há quase um mês sem transar, meu corpo está carente e sensível. - começo a rir ao ver Seulgi fazendo uma careta ao virar três doses de tequila seguidas. - Por que você e Irene brigaram?

- Por causa de você e Jennie. - semicerro os olhos para ela. 

- O que? 

- Ela estava defendendo Jennie e eu não aceitei, você sabe que não aceito ninguém falar mal de você, ainda mais sabendo o quão apaixonada você estava. 

- Chega disso, não vamos deixar minha Sooya mais triste, viemos nos divertir! - Chae diz e apenas aceno com a cabeça. 


***

- Pra onde vocês vão? - Seulgi diz enquanto tenta entrar no táxi. 

- Para casa. - eu digo. Ainda bem que parei de beber há algumas horas. São quase 4 da manhã e estou só um pouco tonta, assim como Chaengie. 

- Casa de quem? - Seulgi nos lança um olhar malicioso e reviro os olhos. 

- Para minha casa. - sorrio e ela pisca. 

- Tchau, crianças, mais tarde nos falamos. - ela acena antes do táxi seguir. 

- Você vai para minha casa, Chae? 

- Acho que sim. - ela dá de ombros e suspira enquanto aceno para o táxi. 

- O que foi esse suspiro? - digo ao entrar no táxi e puxa-la comigo. Dou o endereço para o motorista e começa a chuviscar. 

- Acho que estou igual a você. 

- Como? - arqueio a sobrancelha enquanto me viro para ela. 

- Carente, eu acho. É horrível se acostumar com uma rotina física e perder isso. 

- Eu sei como é. - encosto a cabeça no vidro e fecho os olhos. Eu sinto tanta a falta de Jennie e saber que ela seguiu em frente é algo que vai me matar de vez. 

Descemos do táxi e nos molhamos um pouco até chegar na portaria. Corremos feito duas crianças brincando na chuva. Entramos no elevador rindo feito duas idiotas, mas paro de rir ao ver que a roupa de Chaeng está grudada em seu corpo. Engulo em seco e fecho os olhos. 

- O que você tem? Você está bem? 

- Sim, não se preocupe. - digo baixinho enquanto respiro fundo. Não, Kim Jisoo, vamos lá. Você é forte, a carência de Jennie e o tesão acumulado não podem te dominar. 

- Você tem certeza disso? - a voz dela está próxima a mim e abro os olhos para ver Chaeyoung parada na minha frente. 

- Sim, Chaeng, tenho. - dou a volta por ela quando as portas se abrem. 

- Você no bar é mais divertida do que fora dele. - começo a rir ao ouvi-la. 

- Por que eu correspondo aos seus flertes? - abro a porta do apartamento e entro, tirando os sapatos. 

- Jisoo, você dificulta as coisas demais às vezes, complica coisas que não tem necessidade de complicação. - ela diz ao fechar a porta e me viro para ela. 

- Tem certeza disso? As coisas não precisam ser complicadas? - me aproximo dela e ela me observa da cabeça aos pés. 

- Por mim, não. - ela dá de ombros e se encosta na porta. 

- Chaeng, não vamos entrar nesse caminho sem volta. 

- Kim Jisoo está com medo. - ela me dá um sorriso provocante. 

- Não me provoque. - balanço a cabeça enquanto tento organizar meus pensamentos: voltar ao bom senso e não ceder aos meus impulsos carnais. 

- Ou o quê? - ela sussurra com a boca em meu ouvido e eu me arrepio. Quando foi que estávamos tão perto uma da outra assim? 

- Ou isso, Chaeyoung. - coloco a mão em sua nuca e a beijo. 


Messing UpOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz