Batalha de Hogwarts

2.1K 215 172
                                    

    -Marie, não adianta dizer não!
    - Pai, por que eu tenho que buscar e não o senhor?
    - Aqueles idiotas iriam descobrir facilmente, aliás é só para precaução caso o lorde das trevas descubra sobre mim.
    - Está bem, mas…
    - Você pode fazer esse favor sem questionar?
    - Eu vou, calma! Só queria saber o porquê de antídoto para cobra vai ser tão precioso para você. - Saí, estendendo as mãos para o alto.
    Eu provavelmente demora um pouco, pois não poderia usar pó de Flu e teria que ir até Hogsmead para aparatar em casa. Antes de ir, precisava dar uma checada na Armada de Dumbledore, Luna avisou como tinha sido movimentada. Corri, me escondendo e finalmente a porta apareceu na minha frente. Ao se abrir, dei de cara com Gina abraçando meu irmão, me surpreendendo. Fechei a porta, ainda sem reação e Harry me olhou. Ele veio em minha direção e me abraçou, mas logo soltou e apontou a varinha para mim.
    -Se você estiver nos traindo, eu…
    - É bom te ver também, maninho. - Sorri para ele, quem abaixou a varinha.
    - Na verdade, Marie tem sido nossa informante e curandeira, Harry. - Disse Gina ao seu lado.
    - Só nós três e mais alguns da AD sabiam que ela estava do nosso lado.
    - A Ordem não sabia também… - Disse Rony confuso. - Como?
    - Eu tinha que fingir ao máximo, né Weasley? Se a Ordem soubesse, minha máscara ia cair para os Comensais, foi tudo planejado. Mas o que vocês vieram fazer?
    - Você vai ver, Marie.
    - Eu acho que não…
    - O que você quer dizer?
    - Preciso fazer algo antes… mas logo estarei de volta. - Pisquei para ele, colocando o capuz na cabeça e saindo.
    Corri até às masmorras, precisava falar com Blásio antes. A batalha estava pronta para estourar e podia acontecer algo. Subi as escadas para seu quarto rapidamente e o vi estudando em sua cama, na outra estava Nott me olhando com desconfiança.
    -Marie, o que… - Eu beijei-o como se fosse a única coisa que precisasse para sobreviver. Eu me afastei, arfando. - Nossa!
    - Eu te amo, Blásio. Nunca esqueça isso, está bem?
    - Eu também te amo, Marie Lily. Mas o que aconteceu?
    - Eu só precisava disso agora…
    Saí e escutei Blásio me chamar, mas corri mais rápido. Eu usava as sombras dos corredores ao meu favor, assim passava despercebida. Logo estava em Hogsmead, onde pude aparatar sem me preocupar.





    Acabei por demorar mais tempo que eu imaginava tentando terminar o antídoto. Não era apenas para cobras, era específico para uma Maledictus, bem mais poderosa do que um simples animal. Respirei fundo e aparatei novamente em Hogsmead, mas eu tive a visão da proteção de Hogwarts se despedaçando. Provavelmente a batalha iria começar, meu coração se disparou mais ainda quando vi aquela multidão de Comensais adentrar. Corri o máximo possível, mas já tinham começado a duelar. Respirei e tentei sentir quem eu conhecia, percebi Remo e Tonks juntos, então aparatei ali. Um comensal tentou me atacar, mas apunhalei com minha adaga, sugando sua vida rapidamente.
    -Marie? - Perguntou Tonks surpresa enquanto duelava.
    - Achou que eu ia perder isso? - Joguei um feitiço em um comensal que tentou me matar, enquanto jogava a adaga em outro, sugando a vida desse também. - Hela!
    Outra habilidade que eu tinha aprendido, ela voltava sozinha na minha mão quando eu a chamava. Eu duelava com dois bruxos ao mesmo tempo, então apenas matei um com o meu poder, me deixando mais forte. Eu me virei e vi um soltando a maldição da morte em Ninfadora. Na mesma hora, em um estouro de raiva, matei-o junto aos outros Comensais perto.
    -Ninfi! - Chamei-a e não respondeu, obviamente.
    A lâmina de Hela adentrou em seu coração e então transferi a chama de vida para ela, que voltou a respirar aos poucos. Olhei ao lado, Remo estava no chão, então conferi seu pulso, estava morto. Repeti o processo rapidamente e sua fraca respiração começou. Segurei nos dois e aparatei no banheiro.
    -Murta!
    - Quem é que..? Potter?
    - Murta, por favor, cuide dos dois, eles estão desacordados e vão permanecer assim por umas boas horas.
    - Mas…
    - Mas nada, Murta! Ninguém vai entrar aqui. Me ajuda a mantê-los vivos, por favor! - Disse quase chorando e a fantasma assentiu.
    Meu coração disparou novamente enquanto eu corria perdida pelo castelo, jogando ocasionais feitiços. Parei e lembrei que ainda tinha a entrega do antídoto a meu pai. Concentrei-me e localizei Severo, aparatando próximo. Por uma janela, vi meu irmão chorando em sua frente, então percebi a vida saindo aos poucos de meu pai. Segurei, mas deixei-o desmaiar inconsciente enquanto Harry o deixava, achando que estava morto.
    -Pai, vai ficar tudo bem…
    Entre lágrimas, segurei sua vida enquanto virava o conteúdo do vidro em sua boca, forçando-o a tomar. Quando melhorou e sua vida estava mais estável, segurei-o e aparatei no St. Mungus.
    -Alguém me ajuda! - Gritei, sentindo o gosto salgado das lágrimas em minha boca.
    - O que aconteceu, senhorita?
    - Envenenamento, mas eu dei o antídoto já, porém continua inconsciente.
    - Seu nome?
    - Marie Lily Potter.
    - Senhorita Potter não se preocupe, nós tentaremos cuidar dele e…
    Desaparatei em Hogwarts novamente, sem terminar de escutar a mulher. Eu estava quase desabando de cansaço, mas precisava permanecer acordada. Percebi que não tinham mais Comensais, então corri até o salão principal.
    -Marie? - Sirius veio em minha direção me abraçando. - Você está abatida…
    - E você está todo sujo, parece que saiu de Askaban agora.
    - Bom humor no meio de uma guerra? - Ele limpou minhas lágrimas. - Não acredita no que o Harry está fazendo agora…
    - O quê?
    - Ele decidiu se entregar para Voldemort. - Hermione apareceu na minha frente.
    - Isso é suicídio!
    - Foi o que falamos, mas ele disse que era o único jeito.
    - Você viu Tonks ou Aluado? - Ele me perguntou preocupado.
    - Vi sim...
    - Eles estão se aproximando! - Gritou Neville em aviso.
    - Vamos! - Sirius disse levantando desesperado.
    Deixei todos irem na frente e fiquei atrás de uma parede para poder escutar. Então foi quando eu ouvi sobre a morte do meu irmão. Na mesma hora, quis chorar, mas eu me concentrei e percebi que sua vida ainda estava ali. O que ele tinha feito? Como conseguiu enganar Voldemort?
    Aparatei no banheiro novamente, em busca do meu padrinho. A sua pulsação e a de Tonks estavam normalizando, provavelmente em mais ou menos uma hora iriam estar acordados normalmente. A murta-que-geme apareceu e sorriu para mim. Um barulho me chamou atenção, a batalha tinha recomeçado. Saí correndo novamente e quase fui emboscada por um comensal, então joguei a adaga nele e suguei sua vida, deixando mais uma reserva caso precisasse em Severo. Outros se aproximaram de mim, então apenas usei meu dom para matá-los, me ajudando a recuperar as forças.
    Era engraçado como tudo parecia passar em câmera lenta, mas na realidade o tempo estava passando rapidamente. Desci algumas escadas, dando de cara com Percy e Fred duelando em alguns metros com dois Comensais. Aproximei-me mais rápido possível, para tentar ajudá-los, mas não deu tempo. Fred foi atingido, então Percy derrotou um, enquanto eu matava o outro.
    -Fred! Olha para mim, Fred! - Percy chacoalhava seu irmão, então me ajoelhei ao seu lado segurando a adaga. - O que você vai…
    - Confia em mim. - Hela se enterrou em seu peito e repeti o processo para trazê-lo de volta. - Leve-o para longe, agora!
    - Okay… - Ele saiu perdido, mas aparatou com seu irmão nos braços.







    Segurava na paredes enquanto descia a escada em direção ao salão principal. Minha respiração estava ofegante, meu corpo pedia por descanso. Remo e Tonks estavam uns poucos metros atrás de mim, apoiando um ao outro para poderem andar. Eu conferia o redor, me certificando que nenhum comensal tinha ficado por aí. Assim que vi Harry, Sirius, Hermione e os Weasleys corri até eles.
    -Você está viva… - Disse Harry me abraçando.
    - Raposinha… - Sirius me abraçou tão forte que eu pensei que ia quebrar. - Para quem não queria lutar, ein?
    - Tem uma surpresinha para vocês… - Apontei para trás, o casal veio e abraçou a todos. - Harry!
    - Eu? - Ele foi até mim, pois eu tinha me jogado para sentar.
    - Você viu Blásio?
    - Blásio? - Perguntou de olhos arregalados.
    - Meu noivo, seu idiota. - Disse e percebi Rony, Hermione e Sirius se aproximar. - Cadê o meu Blásio?
    - Hum… você sabia que ele estava lutando ao lado de Comensais? - Perguntou Rony engolindo em seco.
    - Sabia, ele tinha me avisado que faria isso, mas que tentaria fugir assim que pudesse.
    - Entendi…
    - E cadê ele?
    - Marie… - Harry sentou ao meu lado me olhando nos olhos. - Nós estávamos duelando com o Malfoy, o Crabbe, Goyle e Zabini.
    - E daí? - Meu coração estava na boca, uma parte de mim começou a procurá-lo, mas não conseguia achá-lo.
    - Crabbe lançou o Fogomaldito, causando a própria morte.
    - E eu com isso?
    - Nós conseguimos salvar os três, mas a chama chegou no Zabini, ele acabou caindo e foi consumido por ela… - Lágrimas desciam incontrolavelmente, não podia ser verdade.
    - Para de brincar comigo, Harry… - Minha voz saía chorosa entre os soluços. - Onde meu noivo está?
    - Me desculpe… - Ele tentou me abraçar, mas eu o afastei.
    A sensação era que eu tinha levado um golpe da minha adaga e minha vida estava sendo sugada. Deixei minhas lágrimas rolando, me deixando até sem ar. Olhei para minha aliança e lembrei de seu sorriso surpreso quando beijei-o antes de sair. Aquilo não podia estar certo. Eu consegui salvar tantas pessoas que eu amo, mas não tinha conseguido salvá-lo. Eu deveria ter permanecido ao seu lado, mesmo que isso significasse…






Esse capítulo pode causar choro, se for o seu caso, pegue uma coberta, um chocolate e um fone de ouvido ❤️

Diário de uma PP: Potter PerdidaWhere stories live. Discover now