Lucas se assustou com minha investida, tirou a mão de baixo da minha cruzou os braços jogando seu tronco para trás.
— Não é assim que as coisas funcionam, Cássio – Falou evasivo – Estamos aqui comendo em uma padaria e você tá bêbado, não rolou um clima entre a gente.
— Eu sei... Cê tá certo. Me desculpa – Falei envergonhado escondendo meu rosto atrás de minhas mãos.
Quis cuspir no chão e sair nadando. Não acreditava que eu tinha chamado o professor para transar assim, do nada, sendo que nem gostava mais de sexo. Foi uma exposição muito desnecessária.
— É... tá certo! – Falei sem graça evitando seus olhos.
— Nós vamos conviver até o fim desse ano, cê entende, né? – Lucas explicou carinhosamente.
— Sim, entendo. – Eu falei me levantando com minha comanda nas mãos. — Vamos pagar a conta, tenho que chamar para um taxi.
— Não fique chateado! – Lucas disse vindo atrás de mim.
— Não estou – Falei. – Só tô envergonhado.
— Eu ficaria com você em outras condições. – Ele se explicou.
— Isso é reconfortante. – Falei sarcástico.
Na rua peguei meu celular para chamar um taxi, ele estava sem bateria.
— Me empresta seu celular para pedir um taxi, professor? – Pedi guardando o meu no bolso.
— Eu posso te levar para casa, se você quiser. – Falou solícito.
Concordei com um aceno de cabeça e o segui até o estacionamento em que seu carro estava. Lucas perguntou onde eu morava, colocou a localização no GPS e seguimos em silêncio. Poucos minutos depois comecei a sentir um calafrio por todo o meu corpo e fui ficando enjoado. A bebida e o que tinha acabado de comer começaram a me fazer passar mal. Queria vomitar, mas odiava isso. Tentei segurar e esperar Lucas me deixar em casa para fazê-lo. Olhei para o GPS e segundo os cálculos do aparelho faltavam quatorze minutos para chegarmos em casa. Tudo estava rodando, eu estava suando e a vontade de vomitar aumentou até chegar a um ponto insustentável.
— Lucas, para o carro! – Pedi ofegante.
— O que foi? – perguntou olhando para mim. – Cê tá branco!
O professor parou o carro abri a porta e comecei a vomitar tudo o que tinha acabado de comer e muito líquido. Foram segundos intermináveis de vômito. Quando pensava que tinha saído tudo, vinha mais uma nova golfada com mais liquido.
— Odeio isso! – Disse ao me encostar no banco do carro, limpei minha boca com a manga da camiseta. – Desculpa!
— Tudo bem! Acontece – Lucas respondeu compreensivo. – E você nem vomitou dentro do carro.
— Acho que a coxinha que comi não me fez bem. – Falei.
— A coxinha, né! — Ele disse ironicamente e riu. Após alguns segundos começou a fazer um cafuné em minha cabeça e continuou. – Posso te levar para casa ou você prefere ficar parado por mais um tempo?
— Pode me levar! – Respondi com os olhos fechados. Tudo estava rodando e estava desesperado pra me jogar em minha cama.
Quando sinto o carro parando em frente meu prédio, percebo que estou um pouco decepcionado com como as coisas terminaram naquela noite. A sensação de derrota que se abateria em mim quando deitasse a cabeça no travesseiro ou amanhã quando acordasse seria terrível.
— Não quer dormir aqui? – Sugeri ainda com os olhos fechados e largado no banco do passageiro. – Iria ser bom ter uma companhia, não tô bem.
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A Pílula (versão 2.0)
RomanceSe você pudesse deixar de ser gay apenas tomando uma pílula, você o faria? A vida e o relacionamento de Cassio e Marcus estremecem quando os dois ficam sabendo que tal pílula existe. Enquanto um é a favor o outro é completamente contra. Essa opiniã...