Parte 1 | Capítulo 2: Cássio

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Acordei com bip do meu celular avisando que uma mensagem chegara.Queria continuar no meu sonho, mas a curiosidade em saber o que tinha recebido era maior. 

"Cassim, meu lindo. Dormiu bem? Que noite foi aquela? Eu precisava levantar super cedo, mas não me arrependo de ter fi cado ao seu lado até as duas. Mandei uma mensagem só pra falar que pensei em vc. Grande bjo.".

Sorri, sempre gosto das mensagens que recebo do Marcus.

Olhei para o relógio e notei que já era meio dia. Como já estava desperto,levantei-me. Estava com muita vontade de pegar um sol, nadar um pouco e curtir à tarde de sábado. 

Olhei para minha foto com Marcus no papel de parede do meu celular e me lembrei que no dia seguinte faríamos um ano de namoro. Eu estava muito feliz com isso e, ao mesmo tempo, não.

Eu tenho dezoito anos e namoro um cara de vinte três, gosto muito dele, mas admito que odeio isso. Sei que é contraditório, mas não gosto de ser bissexual.Se eu pudesse não seria, e sempre omiti isso de todos, inclusive de mim, o máximo que pude, mas quando conheci o Marcus alguma coisa mudou. 


*****

Há um ano saí com meu amigo e duas garotas. Fomos para a única balada da cidade onde a entrada de menores de idade era permitida. Carlos, meu amigo,tinha conhecido uma garota que, como condição, só sairia com ele se arrumasse alguém para ficar com a melhor amiga dela, então entrei na jogada. 

O local estava lotado. E logo aconteceu algo que odeio. Mal tinha entradona balada e já fiquei atraído por um cara. Alto, cabelo baixo e castanho, boca carnuda, barba por fazer, com um sorriso lindo, usando uma camiseta vermelha apertadinha, marcando os braços definidos. 

Ele estava com um grupo de amigos próximo a mim. Fiquei encantado por sua beleza, mas eu não podia fazer nada. Eu não ia fazer nada, porém não observá-lo enquanto dançava e se divertia com os amigos era algo extremamente difícil. Para meu pavor, ele pegou o meu olhar, fiquei envergonhado, desviei meu rosto, beijei a garota que estava comigo e evitei olhar em sua direção. Mas estava estranho, o cara da camiseta vermelha não saía da minha cabeça,a imagem dele dançando e conversando com os amigos vinha toda hora à minha mente. 

Então resolvi ficar bêbado para que a situação não acabasse com minha noite.Sempre evitando olhar para onde ele estava, deixei meus amigos na pista de dança e fui ao bar comprar uma bebida. 

— Uma caipirinha, por favor! — pedi ao barman.

— Cadê a pulseirinha informando que você é maior de idade? — ele perguntou.

— Tenho dezoito anos. — Franzi a testa.

— Cadê a pulseirinha? — Insistiu.

— Olha parceiro, vou ser sincero. — Sorri tentando levá-lo na conversa. —Tenho dezessete anos, mas logo faço dezoito. Não tem problema vender bebida para mim. 

Ele apontou para uma placa atrás dele que dizia: Está proibida a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade neste estabelecimento. 

Afastei-me do balcão irritado sem falar mais nada e só ouvi a pessoa que estava atrás de mim, pedir duas caipirinhas. Voltei para pista com meus amigos e arrisquei uma olhada em direção ao carade vermelho, mas ele não estava mais lá, na mesma hora bateu um desânimo,eu até queria dar mais uma olhadinha. Olhei em volta, procurei por ele e o encontrei vindo do bar.

Para o meu desespero, percebi que ele vinha em minha direção, olhando para mim com dois copos na mão e um sorriso lindo, quando chegou perto senti um pequeno frio na barriga. Ele disse:

A Pílula (versão 2.0)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora