POUSO CONFUSO

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Sinto um forte barulho na minha cabeça, parece barulho de uma serra elétrica, junto com um monte de vozes que parecem discutir,

falar alto, o quarto está escuro, o abajur de luz azul está aceso, me vejo caído no chão ao lado da cama.

Levanto todo atrapalhado para acender a luz, mas minha mão passa direto pelo interruptor, ai sou obrigado a vestir meu espírito com o corpo como se fosse uma roupa, voou até o teto e vou descendo de costas devagar, quando chego mais perto meu espírito é sugado para dentro do corpo.

Levanto de novo e acendo a luz.

Aos poucos vou lembrando de tudo, da minha viagem ao paraíso, da Carolina da Beatriz, do meu tio Carlito, dos animais, do abraço super-gostoso entre eu e a Carolina, e da sensação mágica do lugar, aquele ar, aquela natureza inacreditável.

Fui a um lugar santo, uma emoção gigante invade o meu ser, apago a luz novamente e deito de barriga pra baixo e sou tomado por um choro gostoso, um choro de felicidade, um choro de saudades precoce, me coloco de barriga para cima e continuo a relembrar os momentos fantásticos que passei.

Com as lágrimas correndo pelo meu rosto, lembro-me do delicioso momento em que pousamos que eu depois de alguns minutos de conversa olhei e vi os pais da Carolina se afastando.

Tão bonitos tão cheios de luz, e todos os outros indo a várias direções, dando a impressão de que cada um tinha uma tarefa a fazer, um trabalho bom, uma caridade, um gesto de bondade para alguém.

E o silêncio então, só era quebrado pelo riso das crianças, que paz!

Aquelas montanhas, aqueles lagos de águas límpidas, transparentes ao máximo, cheios de peixes multicoloridos, aquele rosto da Carolina na hora em que ela me perguntou se eu estava gostando, nunca, nunca vou esquecer-me daquela expressão, ele conseguiu ficar mais lindo ainda, como pode Meu Deus, tanta beleza! Tanta bondade! Tanta coisa boa reunida em uma só pessoa, em um só espírito?

Fico até com medo e com todo o motivo do mundo de ficar pensando nela como mulher, quando ela mais parece uma santa, sei que não é o caso, e isso me leva a pensar de como então deve ser uma santa, não, acho que não dá nem para imaginar.

Levanto da cama, me ajoelho e rezo, rezo para agradecer por toda a bondade de Deus para comigo, por ele estar me proporcionando a maior felicidade que um ser humano pode ter, aliás, acho que não há reza suficiente pra isso.

Volto para a cama e deito novamente de barriga para cima e fico me forçando a lembrar de cada momento, de cada detalhe, até que pego no sono, e mesmo não sendo nenhum pouco, um sono de anjo.

*INTEGRAÇÃO ENTRE OS MUNDOS*  A MAIOR BATALHA DE ESPÍRITOS DA HISTÓRIATahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon