TERROR UM HOMEM SEM LUZ

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Abri o portão e entrei, subi os dezoito degraus que me levavam até o quintal, era um corredor comprido, tinha a janela da sala, e quando eu passava por ela havia um muro de um metro de altura, quando ele acabava, eu virava à direita e entrava em outro quintal que era quadrado, em que ficava a porta da cozinha, à esquerda.

Entrei, tomei um copo com água e fui olhar a minha cabeça no espelho, o sangue havia parado e só havia um pequeno corte, se a pedra não tivesse dentro da caixa de papelão teria feito um grande estrago na minha cabeça.

Estava me sentindo sujo, tomei um banho, liguei a televisão e deitei no sofá, eram umas três horas da tarde e não havia ninguém em casa, minha irmã tinha ido trabalhar e minha mãe estava na casa de uma de suas irmãs na Mooca mesmo.

Fiquei com a cabeça no travesseiro olhando para a televisão e lembrando do acontecido, parecia que aquilo tinha sido um pesadelo, que na realidade jamais uma coisa dessas acontece, que eu tinha delirado, sei lá, mas havia um ferimento na minha cabeça que eu de leve encostava o dedo e constatava a veracidade do fato.

Um sono veio vindo, eu não prestava a menor atenção no que passava na televisão, de repente escuto um barulho forte na cozinha, pulei do sofá e fui olhar, e vi que a porta que eu tinha deixado aberta estava fechada.

Voltei para o sofá, rezei e pensei na Carolina, acendi um cigarro, coloquei o cinzeiro em cima da barriga e continuei olhando pra televisão, nisso, um pequeno barulho de cadeira se arrastando na cozinha me deixa em estado de alerta.

E o pequeno barulho foi aumentando até que ele ficou bem grandão, e elas começaram a cair, uma voou da cozinha e bateu no meio da porta da sala, pulei do sofá, não sabia o que fazer, havia outra porta na sala que dava para a escada do quintal, só que a chave não estava na porta, e numa rápida olhada não consegui vê-la.

Voltei meus olhos para a outra porta da sala que dava na cozinha e comecei a ver uma sombra entrar definitivamente na sala, e uma energia negativa, um ar pesado começou a tomar conta da casa.

O vulto de um homem começou a ficar visível, fiquei estático, paralisado de medo, enquanto aquele homem sem luz caminhava lentamente em minha direção.

Quando estava a um metro de mim sua aparência ficou completamente horrível, era bem alto, tinha um físico enorme, e ele me disse com uma voz que eu não gosto nem de lembrar:

-Como vai desgraçado? Finalmente encontrei você, você não sabe como eu estou feliz com isso, enfim a minha procura terminou puta que pariu! Que alegria infernal!!!!!

-Que procura? Eu não entendo o que você quer de mim?

Disse morrendo de medo, de pé, encostado com as batatas das pernas no sofá.

-O que eu quero de você? Eu quero que você morra! E depois quero levar você pra passear filho da puta! Mas antes que isso aconteça, vou lhe infernizar e vou lhe matar só quando eu conseguir deixar você louco, Aháháháháhá.

Com uma rapidez incrível ele voou pra cima de mim, não deu nem tempo de gritar, ele passou pelo meu corpo, pelo sofá, pela janela da sala e sumiu.

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MEDO, CHORO, ANGUSTIA E DEPRESSÃO.

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Fiquei por alguns segundos sem saber o que fazer, e sentado no sofá sem me mexer abaixei a cabeça e fui tomado por uma sensação sombria, por um grande medo, por choro, por angustia e depressão.

Deitei de barriga pra baixo e continuei a chorar um choro profundo.

Eduardo! Eduardo! É a Carolina. Sento e já sinto na casa aquele ar maravilhoso, e ela está linda, parada no meio da sala com o rosto triste, a minha vontade foi correr em direção a ela e dar um forte abraço se desse para abraça - lá e continuar a chorar.

-Sinto muito Eduardo, disse, aproximando-se, eu sozinha não consigo fazer nada, ele é muito forte.

-Meu Deus do céu! Por que ele está atrás de mim? Disse que sua procura havia terminado! Que quer que eu morra! Que vai me enlouquecer! Me xingou de filho da puta!

- Calma Eduardo! Calma! A gente vai dar um jeito.

-Como vai dar um jeito Carolina! Você não acabou de me dizer que ele é muito forte, que sozinha...

- Isso mesmo Eduardo, sozinha eu não consigo, mas nós dois não estamos sozinhos.

- Jura Carolina?

- Você não confia em mim, hem, não confia na sua Carolina?

-Claro que eu confio, foi horrível Carolina, ele é feio como você disse, por acaso você viu?

-Vi Eduardo, eu nem cheguei a ir embora, estava indo quando senti uma coisa ruim, olhei para trás e o vi junto com alguns comparsas entrando na sua casa.

Havia cinco, entraram voando pelo telhado da cozinha e quando eu fui me aproximar á energia estava tão ruim, mas tão ruim, que era como se tivesse uma barreira que não me deixava passar.

-E agora Carolina? O que eu faço?

-Continue fazendo o que eu lhe pedi, reze bastante, saia das ruas, fuja das drogas do álcool.

-Já parei com isso Carolina, depois desses acontecimentos não quero mais saber de droga.

-Acho bom mesmo, porque além de só piorar as coisas você deixa muita gente chateada tanto aqui na terra, quanto no céu.

-É e quem é essa gente que eu deixo chateada no céu?

-Bom, além dos seus parentes que já se foram, muitos espíritos que gostam de você, que sabem que você é uma boa pessoa, seu anjo da guarda que por sinal tem tido muito trabalho ultimamente.

-E ele Carolina, onde estava nessa hora que eu mais precisava dele?

-Ele ficou bem ao seu lado, só que recebeu ordem de seus superiores para sair de dentro da casa, falando nisso Eduardo, eu também estou recebendo ordens para ir embora.

-Fica mais um pouco Carolina!

-Não posso, são ordens, e ordens são ordens, mas não fique com medo Eduardo, de hoje em diante nossas mentes ficarão mais ligadas ainda, se precisar, é só chamar TCHAU!

-Tchau! Não fica com medo... Não fica com medo... Até parece.

Falei comigo mesmo

*INTEGRAÇÃO ENTRE OS MUNDOS*  A MAIOR BATALHA DE ESPÍRITOS DA HISTÓRIAWhere stories live. Discover now