Capítulo 85

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Musica: Slipknot - The Devil In I

Selena mantinha seu olhar distante, estava preocupada, aflita

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Selena mantinha seu olhar distante, estava preocupada, aflita. Não se importou com a possibilidade de ser encontrada por um Projeto, já que estava sentada no parapeito de um grande edifício.

Observava a cidade com pesar, e logo veio as lembranças do tempo em que tudo era... "normal". Por mais que tenha passado boa parte presa no refúgio, as vezes que saiu ficaram marcadas de boas memórias. Ele e sua antiga melhor amiga Lucia sempre juntas exploravam a cidade, conheciam tudo que podiam. Até mesmo Henrique, que naquele tempo achava chato, estava com elas em alguns momentos. 

Agora se via em meio a uma guerra, vendo a pessoa que mais ama prestes a se arriscar para salvar sua existência e de todos os seus semelhantes.

"Semelhantes",  e pensar que se continuasse sendo uma caçadora, estaria defendendo a Ordem nesse exato momento, pensar que seria uma marionete, provavelmente um Projeto. 

Contudo, ela não sabia, mas o plano da Ordem para ela era muito maior do que apenas transforma-la em um robô. Ítalo queria um poder que só ela poderia ajuda-lo conseguir. 

Por que Selena nunca parou para pensar no acidente de carro que matou seus pais? Talvez muitas respostas viriam, pois aquele ocorrido não foi um acidente qualquer, aquilo fora um assassinato.

— E então, o iluminado trouxe resultados? — Ítalo perguntou aproximando-se do homem que trajava um jaleco branco e protegia suas mãos com luvas. Claramente era um médico, e este analisava um corpo na maca, um corpo de um garoto com não mais que doze anos.

— Não sobreviveu, infelizmente, não suportou a dor dos testes. — Respondeu. Ele aparentava fazer uma análise, segurava uma pequena lanterna na mão, apontada para os olhos do garoto.

Ele estava bem próximo do cadáver, avaliando, a máscara em seu rosto ajudou a reduzir o cheiro de queimado. 

Os olhos do garoto haviam explodido, assim como seus tímpanos. Agora havia dois buracos chamuscados em seu rosto, seus ouvidos ainda expeliam um filete de sangue. Inimaginável teria sido a dor do garoto, considerando o que havia passado ali.

A fim de alcançar o cérebro, enfiado uma agulha bem comprida em cada ouvido, e duas finas, acima das pálpebras dos olhos, a fim de alcançarem o cérebro. A intenção era coletar informações do cérebro, mas ao ligar o equipamento, as ondas de energia correram pelos fios e chegaram as agulhas. Como ele não era um iluminado, o garoto literalmente fritou e não resistiu.

— Eu preciso de um iluminado como a Selena, essa é a...

— Ela já é o número mil duzentos e quarenta e seis, senhor, como a Selena é quase impossível, as chances de encontrar são tão baixas que quase chegam a 0. — Adverte virando-se. — Tem noção da tortura em que um paciente é submetido, até morrer? Nenhum cérebro comum suporta senhor. Já foram mais de mil pessoas...

Anjos do AnoitecerWhere stories live. Discover now