Musica: Adam Lambert Ghost Town
Deitada em sua cama, Selena encarava aquele papel; "Agora você está percebendo quem eles realmente são", ela relia várias vezes. Tentava descobrir quem poderia ter lhe mandado aquela mensagem.
Como sabia sobre a morte de Henrique?
Ela não conseguia nem elaborar hipóteses para explicar.
Frustrada, Selena amassou o papel e o jogou pela janela. A bolinha caiu no chão no momento em que Luke passava por ali. Confuso, o rapaz pegou a folha e a desamassou.
Um temor estranho tomou conta de si assim que leu o que estava escrito. Tenso, olhou para cima, viu que a única luz acesa era a do quarto de Selena, além de sua janela estar rente a onde o papel caiu.
Luke dobrou o papel e o colocou em seu bolso. Certo de que foi ela a jogar o lixo, foi até a garota .
— Selena posso entrar? — Ele perguntou do lado de fora. Selena não respondeu, simplesmente se virou para o canto.
A porta estava destrancada, então Luke entrou e se aproximou, sentando na beirada da cama.
— Não falei que você podia entrar. — Selena falou em baixo tom.
— Também não falou que não podia.
Selena se virou irritada, sentando-se.
— O que você quer em Luke? — Indagou cruzando os braços, o encarou séria.
— Eu sei que eu matei o Henrique, mas...
— E o deixou semanas sem sangue, morrendo de sede, pra depois de eu ter sido atacada pelo meu amigo, você fazer algo: matá-lo.
— Ele estava fora de controle Lena.
— Por que vocês deixaram ele ficar com sede. E tão óbvio! Se você deixa um predador faminto, ele se tornará irracional e será guiado pelo seu instinto primitivo.
— Isso mesmo, um predador, que te vê apenas como alimento e nada mais. — Rebateu.
— Você estaria certo se ele não tivesse recobrado a consciência. Ele não merecia morrer.
— O que você queria que eu fizesse? Acolhece um deles? Ou que eu o libertasse para depois ele sair matando pessoas? De qualquer forma ele ia morrer, seja caçado por nós ou desta forma.
— Já acabou? — Perguntou, comprimindo a sobrancelha.
— Não, não acabei, gostaria de entender por que você queria ajudar aquela coisa se ele não era mais um humano. Pensei que odiava vampiros.
— E odeio com todas as minhas forças, mas ele ainda era meu amigo. Agora sai daqui. — Selena mandou se deitando novamente, virando-se de bruços.
— Você não devia estar culpando a mim, mas sim os vampiros, eles fizeram isso com ele, não eu. — Falou levantando-se. A garota não lhe deu o trabalho de responder, nem ele ficou ali por mais tempo, virou-se e saiu.
Selena continuou de bruços pensando. Sabia que Luke estava certo, Henrique não era mais um humano, e o fato de ter se controlado se devia ao fato de que reconheceu seu rosto, e sua sede por mais que grande já podia ser domada. Se ele tivesse mordido-a no pescoço, dificilmente pararia. No entanto não concordava com a tortura, e não se confirma a com seu destino.
Por que justo ele?
Ele queria defendê-la, e ela ciente disso sentiu a culpa. A partir do momento que tomou o sangue, tornou-se condenado a morte e destruição. Se tornaria uma aberração que deveria ser destruída a todo custo. Era isso que eles ensinavam aos jovens que estudavam no refúgio.
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Anjos do Anoitecer
VampireEm um mundo cuja a existência de vampiros é tolamente tida como lenda, dois jovens descobrem logo cedo de que não se deve enxergar esses seres como mitos. Um programa criado pelos vampiros, consistia em levar crianças órfãs para serem doadoras de sa...