Recebo ajuda de um velho amigo

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O lugar inteiro estremeceu. Mais algumas estalactites desabaram. Uma delas caiu sobre o exoesqueleto do dragão, mas desmanchou-se como neve derretida. O lago de lava estava começando a transbordar, borbulhando e queimando tudo que tocava. Tudo isso indicava uma coisa óbvia:

O vulcão estava entrando em erupção.

— Prepare-se para morrer, Oliver Turner! — berrou o monstro.

Dentro do exoesqueleto draconico, sua voz era alta e estridente, como se estivesse usando um megafone potente e demoníaco.

— Mas, Rendar...? — questionou meu pai hesitante.

A criatura virou-se para ele, sua armadura gigante imitou seus movimentos fazendo o mesmo.

— Você tem algo a dizer, Dáblio? — perguntou o dragão aproximando-se do general.

— Você disse que-e queria ape-enas conversa-ar com ele... — disse ele com a cabeça baixa.

— E eu conversei — respondeu o monstro. — No entanto, o garoto escolheu o lado errado e agora deve pagar por isso.

Maia e eu recuávamos conforme a lava se aproximava. Estávamos ficando sem saída.

General Dáblio levantou o rosto e encarou a criatura.

— Não era esse o combina-ado... — gaguejou meu pai. — Você disse...

— Esqueça o que eu disse! — esbravejou o dragão, causando mais tremores dentro da caverna.

Nesse instante, Rendar voltou-se para nós, apontando uma de suas mãos em nossa direção. O exoesqueleto draconico fez o mesmo, criando uma enorme bola de fogo sobre seus dedos.

Estávamos encurralados contra uma parede, com um mar de lava a nossa frente. Pairando sobre ela um dragão gigante preparando uma rajada de fogo para nos consumir. Instantaneamente lembrei-me do meu sonho, dia atrás. Um dragão furioso encurralando-me, pronto para fazer churrasco de Oliver. Infelizmente, dessa vez eu não acordaria com minha professora de matemática encarando-me.

Maia segurou firme em minha mão. Olhei mais uma vez para meu pai, seus olhos tristes me fitavam.

Rendar disparou a bola de fogo contra nós. Antes do grande impacto, a única coisa que pude ouvir foi:

— Mas ele é meu filho...

BUUUM!

O vulcão explodiu com um estrondo ensurdecedor.

Você deve estar pensando: acabou? Eu também pensei isso. Mas quando abri os meus olhos, encontrava-me no lado de fora do vulcão. Maia ainda segurava minha mão. Ao nosso lado estava ele. Meu pai.

Por instinto, puxei Maia para longe e saquei minha espada, apontando para ele.

— Espere Oliver! — chamou a garota. — Ele... ele nos salvou.

O General permanecia imóvel. O vulcão estava há alguns quilômetros de nós. A lava escorria montanha abaixo em uma erupção violenta.

— Vo-ocê...? — perguntei encarando-o, estava com dificuldade para formar palavras.

— Oliver... — disse ele olhando diretamente nos meus olhos. — Eu sinto muito por tudo isso. Nunca quis machucá-lo.

— Pai...

— Eu cometi muitos erros no passado, fiz escolhas erradas. Fui fraco diante do poder do mal — declarou ele. — Mas você é forte, meu filho. Você é um herói de verdade.

Meus olhos estavam marejados. As lágrimas lavavam o meu rosto.

— Mas eu ainda posso fazer algo para ajudar. Rendar é poderoso, mas com a quantidade certa de energia mágica eu consigo aprisioná-lo mais uma vez.

Oliver Turner e os caçadores de dragões - A chama sagradaWhere stories live. Discover now