Minha vida é uma mentira

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— Rendar! — exclamei

Finalmente estava diante do monstro.

Devo dizer, meus conceitos sobre ele estavam completamente equivocados. Pelo menos em relação a sua aparência. Eu esperava uma criatura horrenda. Com mais de cinco metros, cheio de escamas e cuspindo fogo para todos os lados. No entanto, ele era apenas um homem.

É claro, não era um homem qualquer. Sua presença demoníaca fazia o meu sangue congelar. A sensação de estar perante a criatura, era semelhante à de estar na presença de Belenus, porém de uma forma negativa.

Rendar parecia ter a mesma idade do deus do fogo, entretanto, suas vestes o diferenciavam. Ele usava um terno vinho, ao invés de um uniforme de batalha. O paletó era bem ajustado em seu corpo, como se tivesse sido feito sob medida. Sobre uma camisa preta ostentava uma gravata da mesma cor do terno. Seus sapatos negros e lustrados refletiam os rios de lava que se estendiam ao nosso redor.

O dragão de fogo era elegante.

Guardando seus flancos estavam dois inimigos conhecidos.

Na esquerda, uma hiena velha me encarava com um olhar raivoso. Era um gnoll. Ele brandia um machado enorme, e em seu rosto exibia uma suntuosa cicatriz — deixada por mim, dias atrás.

No outro lado, com uma postura militar, estava o General Dáblio. Sua máscara aterrorizante permanecia parcialmente quebrada, revelando um olho misterioso.

Rendar se colocou a frente, abrindo os braços como se quisesse nos abraçar.

— Oliver Turner, enfim nos encontramos — ele disse. Sua voz era arrastada, como se estivesse sussurrando diretamente no meu ouvido. Isso causava arrepios até na alma.

Em segundos estávamos segurando nossas armas sagradas. Maia puxou uma flecha de sua aljava mágica e a preparou no Arco do Sul, apontando diretamente para as criaturas. Minhas mãos empunhavam firme a Espada do Oeste.

— Não se aproximem! — ordenou Maia esticando ainda mais a corda de seu arco

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Não se aproximem! — ordenou Maia esticando ainda mais a corda de seu arco.

O gnoll rosnou e atacou. A flecha dela voou direto para o ponto entre seus olhos, e ele foi reduzido a uma nuvem de fumaça preta instantaneamente, espalhando sua essência sobre o lago de lava.

Rendar deu uma gargalhada.

— Devo lhe agradecer por isso. Estava cansado dessa criatura irracional — disse o monstro.

— A próxima será sua — acrescentou Maia, determinada.

O General se pôs na frente do dragão. Rendar o afastou e encarou a garota profundamente.

— Eu poderia destruí-la com apenas um sopro, filha da água — declarou a criatura. — Mas, nesse momento quero apenas conversar.

— Nós não temos nada para conversar com você, Rendar! — exclamei. — Viemos aqui para matá-lo.

Oliver Turner e os caçadores de dragões - A chama sagradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora