Participei do pior programa de auditório do mundo

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Dário era um homem compulsivo quando o termo era apostas. Eu imagino que em seu tempo, ele era algum tipo de vigarista que enganava as pessoas com jogos fajutos. O homem estava radiante, era visível que aquela situação satisfazia suas necessidades, ele mal podia se conter com tanta excitação.

Eu por outro lado, suava como um porco dentro de uma estufa pegando fogo. Talvez você não tenha percebido, mas raciocínio lógico não é uma das minhas melhores habilidades. Quando me tornei um caçador de dragões, eu adquiri aptidão nata com a espada e reflexos de um guerreiro no campo de batalha. Mas meu cérebro continuou o mesmo ― talvez, Belenus não tivesse uma grande inteligência para me passar. Nessas horas eu ficaria feliz, se meu antepassado caçador fosse alguém como, Albert Einstein.

Mas nesse momento, nada poderia me ajudar. O tempo estava correndo e parecia estar contra mim. Eu tinha a sensação de estar amarrado nos trilhos de um trem, vendo à locomotiva se aproximar em alta velocidade. Meu coração estava acelerado e minha mente trabalhava com ferocidade atrás de uma resposta.

Em vinte segundos eu deveria dar a minha resposta. Se conseguisse resolver o enigma, estaria mais perto do meu objetivo e mais perto de salvar o mundo. No entanto, se respondesse erroneamente... digamos que estar amarrado nos trilhos de um trem seria mais prazeroso.

― Você não tem uma dica? ― questionei na esperança que o alegre homem de vestido deixasse escapar algo.

Após uma longa gargalhada, ele me encarou com um sorriso sádico estampado no rosto e disse:

― É claro... tente, não errar.

Eu continuava pensando na hipótese de resolver esse problema com a minha espada. Mas meu tempo estava acabando, a única opção nessa hora era resolver o enigma e atravessar aquela porta.

― Dez segundos! ― disse Dário apontando para a ampulheta

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― Dez segundos! ― disse Dário apontando para a ampulheta.

Mais uma vez me senti naqueles programas de auditório, onde você precisa responder uma pergunta impossível, para evitar que um balde de tinta caia sobre seu corpo. É claro, que no meu caso poderíamos substituir o balde de tinta, por uma porta amaldiçoada onde minha alma ficaria aprisionada para sempre, mas o sentido é o mesmo. Tenho certeza que os deuses devem estar sentados, comendo pipoca e assistindo cada segundo desse espetáculo.

Na mesma hora em que os últimos grãos de areia caíram na ampulheta, ela desapareceu. O homem de vestido aproximou-se e me encarou profundamente.

― E então, garoto, qual a sua resposta?! ― perguntou ele com um sorriso de satisfação nos lábios.

Provavelmente ele achava que eu não seria capaz de resolver seu enigma. Estava certo que venceria mais uma vez. Todavia, eu não iria me entregar fácil assim, em minha mente desenvolvi uma hipótese, com base em um raciocínio lógico ― que poderia estar completamente errada, mas era tudo que eu tinha.

― Muito bem. ― Respirei fundo, pude sentir novamente o suor escorrendo em minha testa.

― Eu pensei muito e cheguei a uma conclusão.

Oliver Turner e os caçadores de dragões - A chama sagradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora